Supervão mistura trap, indie pop e Dragon Ball Z em “Primeiro Date”
A Supervão começou a mostrar que pode experimentar ritmos, beats e rimas já tem algum tempo. E desde então temos faixas mais quebradiças que assumem o trap como parte dessa nova era. A admiração pelo hip hop não é bem novidade, “Sad Boy, Sad Girl”, por exemplo, já traz para si esse aspecto mais fluído entre a cultura da internet, o auto-tune e o lo-fi. Aliás isso tem tudo a ver com o universo deles já que esse shuffle cibernético já acontecia com sucesso em canções como “Vitória Pós-Humana”, do EP de estreia Lua Degradê. Esse é o flow de “Primeiro Date”.
Aliás, os tempos bastante incertos fizeram com que eles mudassem um pouco a forma de trabalhar os materiais do duo. Em 2022, a Supervão planeja seguir com lançamentos de singles, deixando por hora de lado o conceito de álbum. Tendo mais liberdade para desenvolver conceitos abertos.
Supervão “Primeiro Date”
Com taças de vinho batendo feito Baco Exu do Blues, citado inclusivo na letra, e a energia mais fluída do rapper Orochi, eles entram nesse meio fio entre o loop do indie pop, característico da construção das melodias do duo, mas apresentando ao mesmo tempo uma faceta mais romântica. Nem por isso o indie sai das frequências do beatmaker Leonardo Serafini que revela ter como inspirações para suas colagens um mix de referências que vai de Mac Miller a Beach Fossils.
Já a letra mostra o misto entre expectativas, receios, tesão e quereres. Com rimas até mesmo cômicas como “Qual que é a tua? / Qual a tua lua? / Com todo respeito eu te imagino até nua”, a canção fala não somente sobre a conexão carnal mas também mental.
Entre drinks, insegurança, intensidade, a noite sendo uma criança, eles trazem até uma referência Otaku (o sayajin do Dragon Ball Z). O se jogar de cabeça em algo novo – e incerto – ganhando camadas, tensão (e tesão). De algo que pode ser apenas uma noite ou como o começo de uma nova história.