Metade de Mim reflete sobre as relações em “Depois de Tudo que eu Passei”
Metade de Mim lança o EP Depois de Tudo que eu Passei
Com sentimentos em coalisão e os nervos à flor da pele, a saúde mental de tempos em tempos acaba ganhando protagonismo nos lançamentos. E com o que o mundo viveu nos últimos 3 anos não é de surpreender como isso veio à tona e adentrou o cotidiano de milhares de pessoas que foram diagnosticadas com diferentes distúrbios psicológicos. Essa é a temática da banda que surgiu ainda em 2019 e transparece ao longo do seu segundo trabalho de estúdio.
O Metade de Mim é um quarteto paulista formada por Renan Sales (vocal), Felipe Angelim (ex-Clearview, guitarra), Danilo Tanaka (bateria) e Giuliano Augusto (ex-Children of Gaia, baixo) e nesta quinta-feira (10/02) apresenta o EP Depois de Tudo que eu Passei flertando com o rock alternativo, o hardcore melódico e o emo.
O processo da concepção do material, inclusive, é anterior a pandemia por si só mas sua finalização só foi acontecer nos últimos meses de 2021. O material que foi gravado no estúdio Back in Town (Jundiaí) teve a produção de Gabriel Arbex, já Gabriel Zander foi o responsável pela masterização e a mixagem.
Metade de Mim Depois de Tudo que eu Passei
“Mais uma Noite no Sofá” abre o EP com camadas de guitarra em riffs lentos para entregar para o ouvinte a intensidade e contemplação de uma faixa reflexiva que discorre sobre a dificuldade de compreender a constante necessidade de mudança. O conflito e a ansiedade, cada vez mais presentes em nossa rotina, transparecem conforme a faixa vai ganhando corpo. O estilo desde os primeiros acordes já nos remete a sonoridade grupos como menores atos justamente por transitar entre o emo e o rock alternativo – com direito a distorções e linhas mais melódicas.
“Sem Ar” mergulha no dream pop com direito a vocais sussurrados como os de Lucas Silveira para falar sobre os obstáculos, linhas tortas e encruzilhadas que a vida pode nos colocar. É curta mas com mensagem forte, funcionando como uma espécie de interlúdio.
“Você Não Vale o Trampo que Dá” volta a subir a intensidade a carga nas guitarras, e na cadência do baixo, para refletir sobre como as relações tóxicas podem acabar alterando nosso humor e tirando a felicidade dos momentos em companhia. Algo que acaba acontecendo na transição da juventude para a vida adulta, onde o grupo de amigos acaba naturalmente diminuindo. No momento em que se nota que para estar por perto não basta a memória dos bons momentos do passado e o que entra na balança são as atitudes do presente. E quando é mais dor de cabeça do que alegria, o vínculo acaba sendo ceifado, por mais doloroso que seja.
Quem fecha é “A Saudade”, uma faixa acústica sobre lidar com términos e a vontade de voltar a socializar. Da aceitação da nova condição ao querer viver cada novo dia com uma nova perspectiva. Da saudade dos amigos e dos reencontros. Uma dilema dos nossos últimos tempos onde muitos se distanciaram e começaram a enxergar a vida sob uma nova perspectiva.