Foo Fighters carrega a festa em meio a recomeços em seu novo disco Medicine At Midnight
25 anos de existência não é pra qualquer um. Mesmo se modificando um pouco conforme o passar dos anos, o Foo Fighters ainda é uma das bandas mais bem vistas e queridas, além de ter um dos caras mais legais da música.
Tanto tempo ativos, álbuns, shows, turnês. O que ainda faz do Foo Fighters uma dessas bandas mais queridas? O carisma de Dave Grohl? Talvez, isso pesa bastante, mas não é tudo.
A banda tem 9 discos de estúdio, indo para o décimo com Medicine At Midnight que talvez seja uma das mais notáveis mudanças comparadas ao outros discos. Nesse texto vamos falar sobre o disco, o que achamos dele, um pouco sobre cada faixa e sobre o Dave, é claro.
Acho que todos já conhecem a história e desenvolvimento da banda, os conflitos, entrada e saída de membros, Discos, EPs, dvd, série. Então vamos pular essa parte e ir ao que interessa.
Dave contou para o The Independent que antes de tocar na posse de Joe Biden, teve uma conversa via zoom com a Dra Jill Biden e sua mãe onde ela mencionava saber que Dave era um péssimo aluno.
O comportamento do vocalista tem explicação, quando criança Dave foi diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH). Ele conta que ainda tem os boletins guardados para lembrá-lo da sua presença perturbada e distraída.
O pai era totalmente contra o filho ingressar no mundo da música, o que começou a florescer entre 10 e 13 anos. O proibiu de tocar música e em resposta Dave tocava guitarra em sua mente e solos de bateria com os dentes. A paixão do jovem aos 16 anos o fez escrever uma carta ao próprio pai, o que no fim fez o mesmo admitir que Dave tinha a escrita forte lhe dando a liberdade para ser quem quisesse.
O ex-baterista do Nirvana conta também que após a morte de Kurt, ele não tinha certeza se tocaria novamente. Se desligou de tudo e se sentia totalmente perdido. Ele conta que ainda revive aquela perda em sonhos recorrentes do Nirvana.
Logo após a finalização do novo disco veio a pandemia e frustrou um pouco os planos da banda. No aspecto comercial o certo era recuar com o lançamento e ele foi, mas depois de um tempo Dave se perguntava se isso era certo e se as pessoas talvez precisassem de um pouco da fuga da realidade tão complicada, ele imaginava que as pessoas precisavam e queriam dançar.
A banda já tinha uma turnê mundial agendada que duraria 18 meses, várias ideias, os 25 anos de banda, e tudo foi por água abaixo. Depois de muitas discussões sobre a hora certa foi decidido que seria lançado em 5 de fevereiro de 2021.
Dave conta que olhou pro novo disco como um novo começo, onde gostaria de levar as coisas para cima, trazer cantores de apoio, uma festa.
Em relação a mudanças, Dave contou ao The Irish Times que depois de 25 anos juntos, foi importante para o Foo Fighters evoluir como banda. Embora ele admita que pode haver uma certa resistência em relação a mudança de direção.
“Quero dizer, você está condenado se fizer isso, e você está se condenando se não fizer. Então, há fãs hardcore do Foo Fighters que só querem ouvir My Hero, Best of You, Everlong pelo resto de suas vidas. Mas isso não é necessariamente o nosso proposito como banda. Você tem que se sentir confortável e confiante o suficiente para forçar as bordas um pouco cada vez que fizer isso – caso contrário não é divertido”
A primeira faixa a abrir o disco, “Making a Fire”, inicia com bateria e conforme corre soma-se outros instrumentos, além do backing vocal fornecido pela filha, Violet, que chama bastante atenção. Um tanto confessional quando Dave canta “I’ve waited a lifetime to live”.
Já “Shame Shame“ pode-se dizer que é a faixa mais “diferentona” do disco, o próprio Dave já havia dito que a faixa era atípica e não traduzia o que seria o disco. e realmente falava a verdade, a canção é totalmente diferente do que a banda vinha lançando, apesar daquele famoso “oh oh “ já bem característico.
“Cloudspotter” é bem dançante antes de entrar no refrão, a voz da Dave se mistura com uma voz Feminina (não sabemos quem é e que volta em outros momentos da canção), mas conforme a música cresce volta ao velho jeito de ser do Foo Fighters de sempre com suas guitarras afiadas. Em entrevista a Ok Magazine, Dave mencionou que a música é uma espécie de “Hino para os pessimistas”.
“Um cloudspotter é alguém que encontra conflito ou dificuldade em tudo e não tem esperança. É uma espécie de canção de amor distorcida para alguém com essa visão pessimista e negativa de tudo” contou o vocalista.
“Waiting on a War” é uma das faixas mais intrigantes (e o clipe deixou um pouco a desejar), que mantém uma base suave até quase o fim da música. No fim ela se torna rápida, a típica música pra se tocar num estádio cheio? Talvez! A faixa nasceu de uma conversa de Dave com a filha, Harper, de 11 anos.
“Como uma criança crescendo nos subúrbios de Washington (DC), sempre tive medo da guerra. Tive pesadelos com mísseis no céu e soldados em meu quintal, provavelmente causados pela tensão política do início dosanos 1980 e minha proximidade com o Capitólio da Nação. Minha juventude foi passada sob a nuvem negra de um futuro sem esperança.
No outono passado, enquanto eu levava minha filha de 11 anos para a escola, ela se virou para mim e perguntou: “Papai, vai haver uma guerra?”. Meu coração afundou em meu peito quando olhei em seus olhos inocentes, porque percebi que ela agora estava vivendo sob a mesma nuvem negra de um futuro sem esperança que eu sentia há 40 anos.”, conta
“Medicine At Midnight” é uma das faixas mais dançantes e, de certa forma, diferente do velho Foo Fighters. Nota-se nessa faixa e também no disco num todo a presença do baixo de Nate, muito mais predominante e marcante do que nos discos anteriores. Uma das melhores faixas pra quem quer sair um pouco do rock rasgado.
Já a sexta faixa, “No Son of Mine”, é uma homenagem a Lemmy Kilmister, vocalista e baixista do Motörhead, falecido em 2015. Grohl explica que a faixa começou com um single meio country, mas que logo depois decidiram ir por uma direção mais agressiva com muitos riffs.
“Holding Poison” lembra muito o Foo Fighters de antigamente, aquele de alguns discos atrás. Muitas camadas, e ao vivo vai soar bem grandioso para uma plateia sedenta. Em certas partes a faixa até lembra um pouco a melodia de
Dear Rosemary”, do disco Wasting Light.
A faixa mais calma do disco, “Chasing Birds”, pode até soar um pouco melancólica e que também serve de calmaria antes da explosiva “Love Dies Young”. Muito engraçado que ao ouvir a última faixa pintamos um filme de faroeste na nossa mente. Não é propriamente uma canção de amor, mas sim o quanto ele pode também ser idiota.
O disco é curto, são apenas 37 minutos, então você consegue ouvi-lo, por exemplo, enquanto vai ou volta do trabalho. Medicine At Midnight não soa um álbum tão diferente mas também não igual aos anteriores, temos gratas surpresas, ele agrada tanto o fã hardcore como o fã que, de certa forma, se sente um pouco cansado e enjoado do mesmo de sempre. É um álbum pra dançar, pra festa, acho que o próprio Dave gostaria que chegássemos a essa conclusão. E a gente espera que quando os shows voltem eles possam abrir essa festa e quem sabe diminuir os covers né (risos).
A banda continua com seus riffs, vozes rasgadas de Dave, aquele rock do Foo Fighters que todos conhecemos. Mas eles também souberam acrescentar coisas que vão além disso, é um passo e tanto pro futuro quem sabe e também um exemplo pra bandas que se aprisionam e se acomodam no que sempre fazem. O disco conta com a produção de Greg Kurstin e da própria banda, projetado por Darell Thorp e mixado por Mark “Spike” Stent, e distribuído pela Roswell Records/RCA Records.
This post was published on 5 de fevereiro de 2021 12:01 am
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