André Prando “Gatinho na Internet”
A não muito tempo atrás o músico capixaba André Prando lançou o EP Calmas Canções do Apocalipse, sim, aquele da capa de gatinho, memes e celulares, e com todo aquele espírito good vibes de trazer paz, e reconforto, durante um momento tão complicado da humanidade.
O trabalho conta com as faixas músicas “Gatinho na Internet” (André Prando/Biltre) + “Dharma” (André Prando/Luiz Gabriel Lopes/Felipe Duriez) + “Clamor no Deserto” (Belchior).
Hoje a faixa “Gatinho na Internet” ganha um videoclipe mas antes disso vamos recapitular o que o André comentou sobre a canção em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos.
PS: A data escolhida pra o lançamento do clipe é toda cabalística e astrológica. 01/10 às 11:11 com a Lua Cheia em Áries.
“Gatinho na internet” nasceu em 2019 com o refrão composto por mim, inspirado na sequência desanimadora de catástrofes ambientais, episódios políticos e comportamentais polarizadores que temos vivido nos últimos anos. O teor irônico da música traz a crítica social com doses de humor, e então surgiu a ideia de convidar os amigos da banda Biltre para fazerem a música em parceria.
Juntos, continuamos o processo de composição – via Whatsapp – e finalizamos durante o período de quarentena. A princípio não havia data de lançamento definida, apenas a ideia de lançá-la como single/feat em algum momento. A música entra no EP, com minha interpretação solo, mas futuramente será lançada em nova versão junto com a banda Biltre.”, contou André Prando em entrevista para o Hits Perdidos
“Foi uma música desafiadora de conseguir finalizar, já que ela fala de notícias ruins que vemos diariamente e que, a cada dia, se multiplicam. Vide a situação política que estamos vivendo enquanto passamos por uma pandemia mundial… é inacreditável. Como não surtar?
A música brinca um pouco ao abordar memes e passar por essa reflexão, já que as crises são reais… a crise política, a crise sanitária, a crise de ansiedade. Sempre me preocupo em falar de nosso tempo, mas pensando que a música precisa fazer sentido futuramente – não só como um recorte de uma época. Então a letra deixa as aflições em aberto para diferentes interpretações também.
À distância, recebi participação especial de Carlos Sales na percussão, Jackson Pinheiro no baixo (Jackson também é o responsável pela edição e mixagem do EP) e um destaque especialíssimo para Rick Ferreira na guitarra e no pedal steel guitar – gravar com Rick foi a realização de um sonho pra mim! Um dos maiores guitarristas da música brasileira.
Foi o primeiro músico a tocar o pedal steel no Brasil, gravou com vários artistas lendários, Belchior, Erasmo Carlos, Zé Ramalho, mas o destaque especial é a discografia e parceria com Raul Seixas. Nos conhecemos através do próprio Carlos Sales e, antes mesmo do EP, já estávamos preparando algo incrível, que iremos lançar em breve. Mas aí já é outra história…”, lembra André Prando
“Quando comecei a composição, tinha feito só o refrão e a ideia era uma melodia sertaneja raiz que despencava pro ritmo reggae, meio Chitãozinho e Xororó misturado com Peter Tosh. O clima meio cômico/inusitado já começou por aí!
O ponto de partida da letra foi a séria frustração “tô cansado da rotina me bombardeando bad” e o passo seguinte foi imaginar “o que as pessoas tem feito pra suportar isso?”, dessa forma a música traz, desde soluções sérias e existenciais, formas leves de alienação e abstração – ferramentas para não surtar. Mas o papo todo da música é seríssimo, é irônico, frustrante, cômico, mas é seríssimo. Eu adoro isso.
Partindo desse espírito, tive a ideia de convidar os amigos da banda Biltre pra fazer a composição em parceria! Acho que eles são os melhores em trazer o cômico pra assuntos variados na música. Já queríamos fazer algo juntos! Foi perfeito. Nossa ideia inicial era compor, gravar e lançá-la como single/feat em algum momento. Não tínhamos um plano muito certo. Coube perfeitamente na ideia do EP, daí ela entrou com minha interpretação solo, mas futuramente será lançada em nova versão junto com a banda Biltre também.”
“Sobre a sonoridade, eu gosto de experimentar vários ritmos sempre que possível, pincelei isso no Voador (2018) e quis fazer isso no EP também. No fim das contas, acho que ficou com uma pegada reggae/xóte. Quando convidei o Rick Ferreira pra participar da faixa com seu lendário pedal steel, ele chegou a comentar que achou inusitada a ideia de usar pedal steel em uma levada reggae – pois não é muito comum – refletiu, experimentou e chegou com ideias maravilhosas! Ele é uma referência incrível, né? Tinha certeza que seu toque seria especial.”, contou André Prando em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos ainda no começo da pandemia
Com um espírito tão coletivo na hora de compor a canção o videoclipe também reflete como a distância é apenas um detalhe em meio a esses tempos de pandemia (que ainda não acabou mesmo muitos ignorando este fato). André Prando contou com a ajuda de um Grande Elenco para lá de especial: fãs de todo o país, artistas, músicos e amigos enviaram mais de 1000 vídeos para compor o filme.
“A coordenada foi que enviassem vídeos bem humorados, seguindo a onda fo refrão da música: “Tô cansado da rotina me bombardeando bad / Ultimamente pra aguentar / Fico olhando gatinho na internet / Choro com memes e notícias / Discernir não sou capaz / Todo dia uma vergonha diferente nos jornais”.”, relata o capixaba
No vídeo os convidados mais do que especiais aparecem cantando, tocando, dançando, usando todo tipo de filtros temático de gatinho, além de muitos videos de pets. O que por si só é uma experiência bastante divertida, (quase) espontânea e bastante interativa. Você encontrará artistas como Luiz Gabriel Lopes que colabora em “Dharma”, a DJ Debbie Hell, entre amigos, gatinhos, dogs, stickers e fãs.
Assim como os memes e as correntes de “zap” o clipe vai ganhando filtros e efeitos especiais que deixam a experiência bastante interativa e conectada a tempos onde as telas viraram o mais próximo do nosso contato com o mundo exterior.
“A ideia do clipe é sublinhar essa sensação de conexão e estimular a interação do público com linguagens artísticas e criativas de alguma forma. Nesse momento de isolamento social causado pela pandemia, a arte tem mostrado papel fundamental na sociedade e tornar o público parte da obra, de forma remota, simboliza o abraço seguro que nos cabe agora.”, relembra Prando que também ajudou na concepção do roteiro
“O nosso desafio era criar um conceito onde os sentimentos de alívio e desespero habitassem um mesmo lugar. Reconstituir na montagem e computação gráfica, a sensação de “montanha-russa” que estamos sujeitos diariamente através de uma narrativa que proporcione escapes, como nas imagens de projeção, ao mesmo tempo que inunda nosso cérebro com uma avalanche de informações, gifs e memes que invadem nossas vidas todos os dias.”, conta Mirabólica & Vianna que assinam a direção, roteiro, produção, edição e vídeo mapping do vídeo
Já as imagens de Drone foram captadas por Mirartes & Helison Simer.
This post was published on 1 de outubro de 2020 11:14 am
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