Neptunea. - Foto: Reprodução Youtube
Depois de tocar ao lado do BIKE, Antiprisma, Fluhe, Leza e Sara Não Tem Nome…ufa! Rafael Bulleto decidiu se aventurar em um novo voo. Dá até para imaginar o misto de empolgação com o frio na barriga de assinar um projeto em sua totalidade. Ele logo tratou de colocar o nome do projeto solo de Neptunea.
A história é um tanto quanto maluca e por isso mesmo resolvemos deixar ele contar. No fim acabamos por sua vez aprendendo mais um pouquinho sobre a sabedoria proveniente dos livros sagrados.
“Eu li um texto chamado Enuma Elish, num livro do Zecharia Sitchin, é um texto babilônio de 5 – 7 mil anos atrás e fala do surgimento do nosso sistema solar.
Segundo esse texto, o planeta Netuno foi o causador do surgimento do planeta terra; e também é o planeta do Enki, o cara responsável pela criação da humanidade segundo os sumérios…no cristianismo é Lúcifer (risos)”, relembra Rafa Bulleto
Se o ponto de partida pareceu um tanto quanto diferente, espere para saber mais sobre o desfecho surreal desta história. O oriente acaba por sua vez se tornando uma grande fonte de conhecimento para retratar o desfecho desta história.
“Aí eu pirei no Netuno e fiquei pensando em batizar a minha banda com um nome em homenagem a esse planeta e esse cara, o Enki.
Vi que existia uma concha chamada Neptunea, que é a concha original dos búzios e ainda foi mais curioso que; segundo os textos sumérios, que o Zecharia Sitchin escreve sobre, o Enki se chamava Ea quando chegou na terra.
E eu pirei que no nome da concha tem NeptunEa, tipo, quase o nome do cara duplicado (risos). Enfim, viagem das grandes, mas foi assim que aconteceu tudo (risos)”, finaliza Bulleto
Claro que dar o pontapé inicial nesta epopeia teria que ser com estilo. E porque não um audacioso videoclipe? Pois é, e se eu te falar que ele foi até a geleira para isso, você acreditaria?
Pois é, o moço foi até a longínqua Antártica para explorar os takes de seus densos horizontes. A luz, o espaço, o tempo e seus contornos acabaram por si só se tornando personagens que dialogam com o aventureiro.
O vídeo foi dirigido por Matias Borgström, da Salga Filmes que aproveitou de uma grande oportunidade.
“Ao ouvir pela primeira vez uma incipiente versão da música, a imagem que se formou foi a de uma jornada infinita no deserto. Apesar das diferentes fases da canção, o andar sempre estava presente. Foi então que recebi um convite para velejar até a Antártica.
A bordo conheci o francês Jérémy, que topou vestir uma túnica bereber – vestimenta tradicional do Marrocos – e encarnar o personagem que peregrina eternamente, enquanto as diversas paisagens imprimiam as sensações que buscava.”, conta o diretor
A beleza das cores frias, seus detalhes acizentados, e o horizonte parecendo que vai engolir a tela acaba por sua vez passando uma noção de enormidade. E isso tem tudo a ver com a estética do projeto.
Para vocês terem uma ideia, a faixa “AUM”, tem como inspirações a frequência essencial do Universo. De forma metafórica, suas origens e transformações abruptas, acabam originando novos ambientes.
É através das camadas que seu som acaba por sua vez ganhando corpo e a cada detalhe de sintetizador, ou efeito na guitarra, ele se transforma. Por meio de abstração, feeling e explosão de grooves.
Dentro do campo de referências, ele cita a literatura, aprendizados com as bandas em que tocou e uma ampla gama de artistas. Como, por exemplo, Brian Jonestown Massacre, Connan Mockasin, Tim Maia, Air, Beck, Dungen e Khruangbin.
As vozes na canção, por exemplo, dizem “I squeeze them and drink them”. Segundo Bulleto, em alusão ao ato de tomar limão espremido pelas manhãs, como forma de purificação do corpo e da mente. Já o solo de guitarra, último elemento das camadas, é a percepção do caos após a purificação dos sentidos e da mente; abre o jogo o músico.
“Na minha vida pessoal, esse som foi a semente que deu origem ao meu próprio universo. Notei que precisava de mais espaço e tempo para mim.
Todo esse processo de imersão e auto-conhecimento, me ajudou a tirar do papel antigos projetos e a me conectar com novas pessoas, que estavam trabalhando ou vivendo, de alguma forma, o mesmo que eu.”, revela Rafael Bulleto.
Foi um riff insistente que originou “AUM”. E ainda bem que ele deu ouvidos!
“Em pouco tempo, esse riff virou uma canção que fazia todo o sentido para o momento que eu vivia. Tinha muito da minha essência ali, também tinha influências de coisas mais mântricas e atmosféricas, que eu gosto de ouvir para ler ou quando busco me livrar da ansiedade”, relembra.
Roteiro, direção e cinematografia: Matias Borgström
Assistente geral: Samanta Borgström
Elenco: Jérémy Porte
Edição: Ricardo Imakawa e Matias Borgström
Cor: Adonias Dantas (Psycho n’ Look)
VFX: Hyuri Pimentel
Arte gráfica: Paula Monroy
Agradecimento especial: Kotik
This post was published on 12 de setembro de 2019 11:07 am
Novidade em dose dupla! É o que o Terno Rei entrega para os fãs nesta…
"hear a whisper", parceria com a Winter, é o segundo single do novo álbum a…
Há espaços que transcendem a ideia de apenas paredes e um palco. A Associação Cultural…
Imagina só: numa noite de muita sorte, você tem um date com uma das maiores…
Sting é daqueles artistas que tem uma história com o Brasil. A turnê da América…
Confira os melhores clipes independentes | Janeiro (2025) em seleção especial feita pelo Hits Perdidos!…
This website uses cookies.
View Comments