[Premiere] Guitarras, barulho e (muita) distorção, conheça o power trio NOID
Para muitos o rock está “morto”, de férias, acampando ou até mesmo ultrapassado. Mas por aqui sabemos que muito material de qualidade está sendo produzido, independente do gênero musical ou de qual fonte vai beber.
Lembro quando assisti pala primeira vez o documentário 1991: The Year Punk Broke (1992) e vi bandas como Sonic Youth, Dinosaur Jr., Nirvana, Mudhoney, Gumball, Pixies e tantas outras se aventurando pela Europa como “moleques delinquentes”.
Eles não sabiam muito o que estava acontecendo, o sopro de revolução e influência que estavam causando….e consequentemente para que caminho o tal do rock estava indo.
É até engraçado olhar para hoje e ver tanta gente tentando colocar eles em caixinhas, em bandas querendo parecer “arrumadinhas”, produtos de marketing, se aproveitando de ideologias pontuais e tudo mais. Mas são nessas entressafras que devemos mais prestar a atenção no que está acontecendo. Porque nascem novos projetos interessantes todos os dias.
É bem por aí o caso da banda paranaense NOID que hoje lança seu single de estreia em Premiere no Hits Perdidos. O som do power trio é sujo, rasgado, barulhento e nos leva direto para Seattle – ou melhor dizendo: para uma garagem de Curitiba.
Em sua formação eles contam com Marcelo Fiedler no vocal e guitarra, Katherine Zander no baixo e vocal e Ricardo Blasch na bateria. Eles que dizem ser influenciados pelo grunge, metal, pop e rock alternativo mas neste primeiro single já chegam mostrando as garras.
Com produção da própria banda e Danilo Machado, eles estão prontos para mostrar seu primeiro trabalho que sairá pelo selo Forever Vacation Records.
“Um dia estava em Curitiba com a Katherine e ela me mostrou uma demo do NOID, fiquei chocado e sempre dizia pra ela montar tempo, já com a banda formada, ela me mandou outras demos, fiquei em choque, foi uma das bandas que mais me surpreendeu nos últimos tempos, falei pra ela que deveriam lançar essa demo mesmo.
Ela e o Fiedler tramparam nas letras e o Ricardo regravou as baterias e reenviaram, uma das músicas que compõe este trabalho é a ‘Leech’, adoro a estética suja e agressiva que eles tem”, conta Alexandre Capilé, da FVR, Ator Morto, Water Rats e Sugar Kane.
Sobre “Leech” Katherine comenta: “A música fala sobre “sanguessugas sociais, pessoais abusivas que sugam nossa energia e acabam por nos tornar um sanguessugas também, como se o abuso fosse uma doença contagiosa”.
Se você gosta de METZ, Mudhoney, Sonic Youth e Alice In Chains, com certeza deve dar uma chance a eles. Já que o lado noise é marca registrada desta primeira amostra.
Já o videoclipe tem a proposta de mostrar um pouco da lisergia sonora proporcionada pelo som do power trio curitibano. Com diversos símbolos, referências, cores destoantes, linguagem de VHS e imagens da banda.
“A gente queria as imagens bem sujas, pra dialogar com o som. E também trouxemos uma linguagem psicodélica para simbolizar a fritação mental das nóias causadas pelo sugamento social”, completa a baixista.
Sobre a loucura dos ícones, eles contam a história de uma relação de troca de abusos, através de um chat (Whatsapp, Messenger e afins).
“A gente pirou que eles são como ‘wingdings’, um parente primitivo dos emojis. E eles aparecem na medida que nos comunicamos cada vez mais com esses caracteres”, finaliza Fiedler, vocalista e guitarrista do NOID.
O vídeo foi dirigido e editado por Castro Pizzano – Another/Other, filmado por Castro Pizzano e Thiago Maceno, produzido por Gisele Fiatcoski e teve apoio do CasaTreze Studio.
O primeiro registro da banda trará temas relacionados ao mal estar psíquico contemporâneo, envolvendo vícios, doenças mentais, solidão, paranóias e clausura nos algoritmos das redes sociais.