[Premiere] Kikito lança clipe melancólico para falar sobre felicidade

Vivemos em um momento musical bastante efervescente e a renovação das cenas é algo que impressiona até mesmo a quem pesquisa por música todos os dias. Estar a par das novidades nunca foi uma tarefa tão árdua como tem sido nos últimos tempos e esse tipo de dor de cabeça é algo extremamente positivo.

O hibridismo fruto das misturas sonoras só comprova como com a internet os artistas conseguem captar mais referências e criar algo com sua própria identidade.

Se não existe fórmula do que é ser “pop” vemos a cada dia mais referências e experimentações vindo de todos os lados.

O paraense Kikito é a prova disso, ainda ganhando território dentro da nova safra do cenário paraense, ele experimenta beats eletrônicos, soma a referências do rock e até mesmo a cultura pop.

“Nesse disco, eu e o produtor Marcel Barretto, não nos preocupamos em soar parecido com nada, usamos referências de um pouco de tudo que fomos escutando e achando legal no decorrer da nossa vida e do processo de produção/gravação.

De trilhas sonoras de jogos de Nintendo 64, até Alcione, The Cure, Vulfpeck, Deftones, John Frusciante, Chico Buarque, The XX, Stranger Things e muito mais. De tudo que ouvimos, misturamos sempre algum elemento que nos agradava com a atmosfera sonora que já trouxemos como DNA no nosso primeiro EP, assim chegando ao resultado final.”, conta o artista

Falar sobre musicalidade é algo sempre complicado mas Kikito, além de não ter preconceitos, se mostra pré-disposto a experimentar referências distintas. Desta forma não estabelecendo barreiras ou limites em seu processo criativo.

“Eu me considero totalmente livre musicalmente, uso a música como a forma de expressão mais pura do que consigo extrair de todos os meus pensamentos, sentimentos e vivências como um ser humano aqui nesse plano.

Eu acredito que tem muita ideia boa em qualquer estilo musical, então procuro encontrar algo que goste em qualquer coisa que esteja tocando, para poder usar e misturar com outras coisas, a música é infinita, assim como as nossas ideias.”, diz Kikito


Kikito. – Foto Por: Tereza e Aryanne

Kikito “Felicidade” (31/08/2018)

O nome “Felicidade” para a canção sem ouví-la pode soar como algo solar, vibrante e para cima. Uma grande armadilha já que o caminho que ela percorre é exatamente o oposto, de contemplação, reflexão e em busca do auto-conhecimento.

Este que é o norte do primeiro álbum de estúdio do músico paraense. Luis Enrique, ou simplesmente Kikito, que lançou em 2016 seu primeiro EP, Aquela velha canção, cultivei em movimento, e procura neste novo trabalho justamente mostrar o lado mais obscuro da mente humana.

“Essa e as outras músicas do disco falam sobre reflexões bem intimistas, acompanhadas de um instrumental que mescla elementos sombrios com elementos confortantes na maior parte do tempo, refletindo exatamente o que estava sendo sentido no período de composição/produção.

Então como apresentação de todo o trabalho, achei legal usar essa música, que além de ter sido a primeira a ser composta e primeira a ser gravada para esse disco, traz uma síntese bem completa dos elementos que criaram a identidade final do som que se revelou no registro.”, adianta Kikito

E isto se explicita no primeiro single, “Felicidade”.

“A felicidade só vive em quem se afoga dentro de si mesmo”, pondera o jovem músico

Todo este “Dark Side Of The Moon” proposto na canção claro que ia acabar sendo refletido no clipe que contou com a direção de Christian Oliveira. Ele que tenta através de suas lentes captar toda esta atmosfera intimista e de certa forma sombria.

Sua narrativa, distorções, estética em P/B e closes fechados dão a sensação de desconforto e impaciência que a reflexão dos versos da canção são capazes de transmitir.

A tela muitas vezes soa como um espelho multifacetado que mostra o conflito interno e seus questionamentos. O protagonista se vê em um labirinto sem saída mesmo sem praticamente sair do lugar. Esta estagnação por sua vez mostra como sua procura por felicidade é de certa forma utópica.

Já no campo sonoro os elementos de trip hop, synth pop e rock alternativo dão uma sensação de nostalgia e insegurança. Acredito que irá agradar a fãs de The XX, Crystal Castles e post-rock.

“Acho que essa música representa bem de onde esse disco saiu, de um período sombrio com muitas reflexões, dúvidas e conclusões de ciclos.

Um disco que fala de encontros, aceitações, procuras
incessantes por um consenso, mas já diz na primeira música que a felicidade está dentro de nós mesmos, o que também é um mantra a ser seguido. Talvez essa seja a grande mensagem.”, finaliza o paraense



Nos Streamings

A canção também já está disponível em sua plataforma digital favorita. Tanto no Spotify como no Deezer. Um bom aquecimento para adentrarmos no universo do álbum que sairá pelo selo paraense Urtiga.


This post was published on 31 de agosto de 2018 10:58 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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