[Premiere] Com requintes da sétima arte, KKFOS lança clipe gravado na Argentina
Em maio do ano passado resenhamos o ótimo álbum de estreia da banda mineira KKFOS. Um registro que só foi possível graça a ajuda dos fãs através de um projeto de crowdfunding. E desde então eles fizeram uma turnê, apelidada de Klownstrophobia Tour que passou por estados como SP, RJ, ES e interior de Minas Gerais.
Para coroar os 5 anos juntos o grupo está lançando neste domingo (08/04) o videoclipe para a faixa “Between Vultures and Crows”. Este que foi gravado na Argentina e sem a supervisão da banda. Inclusive a escolha da faixa partiu dos realizadores do videoclipe.
Sobre a coincidência da banda paulista Ego Kill Tallent ter lançado também um clipe em um país vizinho o baterista brinca:
“Nós estamos namorando essa ideia de lançar um clipe gravado na Argentina desde o meio do ano passado, quando começamos os contatos com o Fabiano Quaglia, nosso amigo que é mineiro, de São João Del Rei e estuda cinema na Argentina, mas algumas coisas impossibilitaram que fosse lançado antes!”, disse Aldrin Salles, baterista da banda.
Premiere “Between Vultures and Crows”
Com tanto mistério no ar eles apenas souberam da escolha da canção, o roteiro e como seria: era um segredo. Conforme eles contarão em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos a surpresa foi bastante positiva.
A trama envolve a personagem de Lucila Brea (atriz protagonista), aparentemente indignada com o sistema e de espírito revolucionário, sequestra e aterroriza o hipotético empresário Abilio Mendoza. No melhor estilo Edukators, filme alemão lançado em 2003.
A protagonista burlesca por sua vez é metódica e calculista e sua “presepada” é lenta feito um filme de ação que te situa as características do personagem até se desenrolar em sua parte final. Este que surpreenderá a quem assistir o vídeo.
A riqueza da personagem e na linguagem audiovisual do clipe se dá muito pela origem argentina do videoclipe, local de tradição cinematográfica reconhecida mundialmente, onde o clima circense dialoga com a potência da música que carrega uma atmosfera sociopolítica como os próprios membros afirmam. Um clipe para cinéfilos com todos os ingredientes de uma boa trama.
A convergência é tanta que sua cena inicial me lembra a série Mr. Robot e ao mesmo tempo no quarto – que podemos ver enquanto a protagonista está em sua pesquisa insana por informações – conta com o easter egg do poster do filme Killer Klowns From Outher Space (Palhaços Assassinos do Espaço Sideral ou S.O.S. – Palhaços Assassinos), filme B de terror lançado em 1988 que deu origem ao nome do conjunto.
As referências não param por aí, na cena seguinte o mural nos remete a Jogos Mortais, Mind Hunter (Netflix), CSI e inúmeros filmes de terror. Até mesmo o clássico de Stephen King, It, ganha uma homenagem através da icônica cena do palhaço – e seus balões. Implacável, a personagem é tão fria e calculista que deixaria até mesmo um detetive de True Detective perdido em meio a queima de arquivos.
O curta foi filmado no meio de Outubro do ano passado, teve direção assinada por Ignacio Del Campo Iturregui, direção de arte de Ana Massera, direção de fotografia e câmera por Fabiano Quaglia e produção realizada por Santiago Muñoz. A produção é assinada por Caverna Co..
Entrevista
[Hits Perdidos] Desde o lançamento do disco como tem sido a recepção e a resposta do público nos shows?
Thiaggo Tayer: “Primeiramente, gostaríamos de agradecer ao Hits Perdidos por essa conversa. Desde o lançamento do Klownstrophobia conseguimos rodar bem e recebemos uma resposta muito positiva.
Passamos por várias cidades do interior de Minas Gerais e depois partimos para o ES, RJ e SP. Tocamos em vários tipos de casa para diversos tipos de público e a resposta da galera só fez a gente querer rodar ainda mais!
Após os shows sempre tentamos conversar com o público local e muita gente se interessou em saber mais sobre o KKFOS, inclusive fizemos vários parceiros a partir dessas conversas.
[Hits Perdidos] Vocês gravaram o álbum no estúdio dos caras do Bullet Bane, queria que contassem mais sobre as gravações e o processo.
Thiaggo Tayer: “Depois do nosso crowdfunding, resolvemos gravar em um lugar onde a imersão seria completa. Temos amigos em comum com a galera no Bullet Bane e conversamos com os caras sobre a possibilidade de gravarmos com eles.
O Fernando Ueraha e o Danilo Souza, guitarras do Bullet, comandam o estúdio TOTH que tinha acabado de passar por uma reforma e proporcionaria exatamente o que a gente estava procurando.
Partimos então para São Paulo e passamos 10 dias lá com os caras, só saíamos do estúdio para comer e comprar cerveja. Foi uma experiência incrível e não poderia ter sido diferente (Valeu Dan e Fer, vocês são feras!).
Foi um trabalho muito minucioso e teve uma dedicação ímpar de todos os envolvidos. A masterização foi feita pelo Fernando Sanches (Estúdio El Rocha) com a participação do Dan e do Fer. O resultado de todo esse trabalho está aí pra todo mundo escutar!”
[Hits Perdidos] Quão significativo vai ser para vocês se reunirem agora para um show em conjunto? O que os fãs podem esperar do show?
KKFOS: “Estamos extremamente felizes em finalmente fazer essa reunião. Desde a gravação nós já conversávamos sobre essa possibilidade, e agora o dia chegou. A galera pode esperar uma explosão de som no talo!”
[Hits Perdidos] Queria que contassem mais sobre o roteiro quase de cinema do videoclipe com plot twist e tudo mais. Vocês inclusive gravaram ele na Argentina, né? Como foi?
Aldrin Salles: “Tudo que envolveu a produção desse clipe foi extremamente inesperado. Foi uma experiência incrível justamente por ter sido algo em que a nossa influência foi praticamente inexistente. No final tivemos uma surpresa tão grande que valeu a pena não termos participado de nada! (risos).
O clipe foi gravado na Argentina, com produção e equipe capitaneada pela Caverna Films Co., mas nós não pisamos em solo hermano para que isso acontecesse. A verdade é que essa produção se iniciou a partir de um amigo nosso, Fabiano Quaglia. Entramos em contato com ele e a partir daí a coisa passou a existir de forma praticamente autônoma.
O Fabiano estuda cinema na Argentina, e de lá mesmo ele começou a se conectar com algumas pessoas e fazer a coisa acontecer. O roteiro é sobre a história cyberpunk de uma jovem que quer se vingar de um empresário mafioso, o expondo frente a sociedade.
A letra da música inspira o roteiro, e eu gosto de imaginar, vendo o resultado final, que a letra diz exatamente o que a jovem protagonista está pensando durante sua jornada justiceira!”
[Hits Perdidos] Ignacio Del Campo Iturregui assina a direção, como foi o brainstorming?
Aldrin Salles: “Então, isso também entra na resposta da pergunta anterior (risos). O que rolou foi que gente chegou com a ideia de gravar um clipe, mas nem a música a gente escolheu.
Pedimos que o Fabiano e a Caverna Co. selecionassem uma faixa do álbum que preferissem e acho que o contexto sociopolítico em que estamos vivendo contribuiu bastante para que “Between Vultures and Crows” fosse a música escolhida.
É uma música forte, que chamou muito a atenção do pessoal da produção. Eles viram na letra, uma possibilidade de roteiro clara, mas o brainstorming mesmo aconteceu entre eles. Deve ter sido um belo brainstorming, né?! O pessoal entregou um obra- prima pra gente!
Aconselho você a bater na porta desse povo e pedir mais explicações sobre esse
clipe, Rafa! A gente também vai fazer isso em breve…Essa galera precisa dar um parecer sobre isso que eles fizeram! (risos)”
Entrevista Bullet Bane
Já que o show do dia 14/04 na A Autêntica reúne além do KKFOS, Montese, Molho Negro e Bullet Bane, conversamos com os paulistas sobre o álbum Continental e a atual turnê pelo país.
[Hits Perdidos] Vocês lançaram o Continental em Outubro do ano passado, álbum que é o primeiro totalmente em português da carreira de vocês. Como foi esta transição e o que os motivou a ir atrás de compor em nosso idioma materno?
Renan: “O processo de mudança do inglês pro português foi bem natural, tanto que nosso CD anterior, Impavid Colossus (2014), quase foi lançado em português…já era algo que estávamos pensando.
Durante a tour do Impavid viajamos pelo Brasil e tocamos em diversos estados e em diversas situações.. um dos principais fatores foi ver pessoas chorando de emoção e tentando cantar as músicas durante o show mas não sabiam as letras.. isso de certa forma bateu pesado pra nós.
Refletimos e o Continental acabou sendo um álbum extremamente particular pra todos nós, onde tem muito de nós lá dentro, muito do que vivemos juntos…os melhores e os mais difíceis dias.”
[Hits Perdidos] Também faz um ano da última passagem de vocês por Belo Horizonte, quais as expectativas de vocês em dividir a noite com os amigos de longa data, KKFOS?
Renan: “Belo Horizonte é uma cidade que temos um carinho enorme. Sempre fomos muito bem recebidos e temos grandes amigos.
Tocar num show com bandas que já conhecemos de estrada como o KKFOS e o Montese
torna a data mais especial ainda. Acredito que será um belíssimo show, pois estamos
ansiosos e com uma energia acumulada, cheio de vontade de tocar.”
[Hits Perdidos] Nos últimos tempos vocês também vem trabalhando o disco lançando videoclipes para “Gangorra” e “Amparo”. Para vocês qual a importância de lançar clipes em 2018? E gostaria que contassem mais sobre a produção deles.
Renan: “Estamos vivendo numa era muito digital, onde redes sociais são fundamentais pra divulgação. Fazemos clipes porque além de ser um bom material pra trabalhar é algo que queremos ter pra vida.
Lançamos esses dias o clipe da música “Curimatá” feito no Canadá pelo Rafael Terozi e
estamos com mais 3 clipes já engatilhados. Em breve soltaremos mais novidades sobre
isso.
[Hits Perdidos] Vocês lançaram o álbum no palco do lendário Hangar 110 que no ano passado fechou as portas. Como foi este momento e como sentiram o fim de uma casa que foi tão parceira de vocês?
Renan: “O Hangar 110 sempre foi uma casa onde tinha costume de ir, frequento desde
quando tinha 14 anos, cresci naquele lugar e conheci muitas pessoas, bandas,
culturas…com o Bullet acabou se tornando a nossa casa em SP, onde gostávamos de fazer
os shows e já tivemos diversas experiências e memórias ótimas por lá.
Com certeza é uma casa de show que fará falta.”
[Hits Perdidos] Para fechar eu gostaria que contassem mais sobre a turnê nacional que estão fazendo. O que mais gostam de estar na estrada e o que mais odeiam?
Renan “Depois que lançamos o Continental não tocamos tanto., preferimos resolver
alguns problemas internos, de vidas pessoais e trabalhar paralelamente o lado dos clipes, e alguns projetos que estão tomando forma, como por exemplo, o acústico.
Mas agora estamos entrando numa fase do ano de 2018 onde vamos começar a fazer mais viagens pra divulgação do álbum. Somos uma banda que nos damos muito bem em viagens, temos um amor gigante um pelo outro, e nosso vínculo se estende pra fora da música.
Com certeza a estrada tem pontos negativos, como shows furadas, falta de grana, distância da casa entre diversos outros, mas cada vez que começa um show e a troca de energia se torna intensa tudo isso some…é algo que nos move, que faz com que tudo faça sentido.”
SERVIÇO:
Bullet Bane – Lançamento álbum Continental em BH
Abertura: KKFOS, Molho Negro e Montese
Local: A Autêntica
Horário: Abertura 22h / Shows 23h
Ingressos: R$ 20 promocional / R$ 25 antecipado / R$ 35 na portaria no dia do evento – Antecipados no Sympla ou n’ A Autêntica de segunda à sexta, de 08h às 18h
Produção: Tomada