Fazer listas de melhores do ano é fácil. Alguns simplesmente ouvem alguns discos e somam suas preferências ao que “a roda de amigos jornalistas” vai tecendo em suas listas ou conversas de bar. Mas agora comparecer aos shows eu vejo poucos, principalmente nos menores.
Se nos shows independentes temos dificuldades muitas vezes de somar público, mesmo os ingressos sendo do preço de uma cerveja num boteco, a intensidade e doação no palco das bandas é algo de se surpreender.
Neste ano procurei priorizar shows que nunca tinha visto antes e claro que acabamos vendo uma ou outra banda que se mantém ativa e representando. Foram festivais, shows, festas, audições, feiras e claro a paulista aberta.
Selecionei alguns shows que marcaram pela qualidade das apresentações e claro encorajamos vocês a enviarem suas próprias listas para a gente.
10 – Sinewave Festival
Foi logo no começo do ano que a Sinewave Label fez o Sinewave Festival. No dia 31/03 no palco do Z Carniceria. O festival reuniu o Huey, Macaco Bong e The Tape Disaster de Porto Alegre (RS) que tinha acabado de lançar o Oh! Myelin (o link também conta com uma resenha do show).
Uma noite com um line-up de primeira linha que se misturou ao clima do bar da Av. Faria Lima e no começo gerou estranhamento dos não informados. Pois muitas mesas de “happy hour” da firma não estavam entendendo o porque de tanto barulho. Com o passar da noite o bar lotou, foram vendidos muitos merchs e as bandas estavam visualmente felizes com o resultado.
Huey fez seu tradicional show catatônico e memorável e Macaco Bong apresentou faixas do seu disco mais recente (“Deixa Disso” viria meses depois). Mas foi o The Tape Disaster que roubou a cena com seu math-rock cheio de quebras e oscilações.
9 – Musa Híbrida, Supervão, Cachalote Fuzz e Vathlo no Breve
Foi no dia 11/08 que pude acompanhar o show que reuniu Musa Híbrida, Supervão, Cachalote Fuzz e Vathlo no mesmo palco. Na época rolou até resenha e diário da turnê no Hits Perdidos em papo muito bacana com a banda de Caxias.
Como pude dizer na época, cheguei tarde e peguei apenas o trecho final do show da Vathlo e não pude ver o Cachalote Fuzz mas 2018 tá aí para poder ver novamente. Supervão eu tinha tido a oportunidade de acompanhar no dia anterior no Estúdio Lâmina ao lado da Mona & Outros Mares e o show foi tão conectivo e incrível que tive que voltar no dia seguinte para um repeteco.
8 – Ema Stoned e Art Against Agony (Alemanha) na Associação Cultural Cecília
Ema Stoned é um show que eu tava esperando a um bom tempo para poder assistir e depois de falhar por umas 2 vezes, consegui em agosto. O palco não poderia ser o mais apropriado, uma das casas que mais gosto de frequentar em São Paulo, a Associação Cultural Cecília.
A banda instrumental tinha acabado de lançar o single ciber espacial “Proxima b” e ver ao vivo impressiona mais que na gravação. O show ainda conta com violino no melhor estilo Sonic Youth de manejar e isso deixa tudo mais orquestrado. Depois foi a vez dos alemães que vieram com um arsenal de acordes e muita progressão.
7 – My Magical Glowing Lens no Centro Cultural São Paulo
Não era a primeira vez que assistia a um show do My Magical Glowing Lens do Espírito Santo. Mas aquela apresentação, do dia 15/06, em si foi uma catarse coletiva e a intensidade que a Gabi mostrou no palco parecia que tinha um demônio dentro do corpo. O show ainda contou com a Larissa Conforto da Ventre na bateria, o que resultou em uma conexão instantânea entre a banda e o público presente.
6 – Ventre e Carne Doce no Sesc Pompeia
Esse foi um show, em Fevereiro, que acabei indo por empolgação dos amigos e por certa curiosidade por (tentar) entender o fenômeno de popularidade das bandas. Claramente a Carne Doce domina seu público tanto no discurso como em estes saberem cantar todas as suas canções. Uma platéia bastante jovem diga-se de passagem e que venera a banda.
Já a Ventre consegue mostrar um show pesado e bem mais empolgante que os discos de estúdio. O discurso ideológico é forte e o público responde bem as manifestações deixando o grandioso palco do sesc um lugar extremamente confortável. Confira a resenha daquele show.
5 – Miêta e Gomalakka no Breve
Foi logo no dia 13/01 a primeira vez que pude ver a Miêta de Belo Horizonte ao vivo. Sai de lá fãs dos caras, já tinha conhecido anteriormente o Luiz por conta de suas aventuras na batera da Zonbizarro no ano passado quando fui até Indaiatuba (SP) acompanhar um show deles ao lado da Stone House On Fire no Plebe Bar.
Desde então pude ver a Miêta se apresentar mais umas duas vezes. Inclusive no show intimista no Castelo que só quem estava lá sabe a energia boa do rolê organizado pelo Diogo Dias. A resenha do Dive diz tudo que você precisa saber sobre os mineiros.
4 – In Venus com participação da Sky Down no Estúdio Aurora
O Estúdio Aurora a pouco mais de um ano abriu as portas para shows além de ter gravado uma porrada de artistas que vocês deveriam ter prestado a atenção em 2017. Inclusive foi palco da edição do Contramão Session com a Cigana e a Bratislava. Foram mais de 8 shows que pude ver no estúdio e a agenda por lá começou a bombar devido a qualidade da sala e clima agradável.
A In Venus que gravou lá seu catártico disco, Ruína, optou por lançar ali mesmo onde foi concebido. Definitivamente não cabia mais nenhuma pessoa naquele local e foi de impressionar a postura da banda e dos presentes neste momento tão especial e singular que é lançar um disco em volta de tantos amigos.
A participação da Sky Down definitivamente foi a cereja do bola em uma noite onde a banda era saudada a cada canção como podemos ver nos vídeos abaixo.
3 – Festival Jägermeister Grounds 2017
O festival da Jägermeister não começou em Dezembro e sim muito tempo antes com as gravações e as diversas Jager Grounds bands de cada pequeno evento que aconteceu nos principais estúdios do país. O projeto envolveu muitas bandas talentosas do underground e claro que para celebrar toda essa festa tínhamos que ter um festival.
Este que aconteceu dentro do evento da Pixel Show realizado em um centro de eventos, Espaço Pro Magno (Zona Norte – São Paulo). O evento aconteceu já em Dezembro e reuniu no line-up: Combover, Color for Shane, Sky Down, Devilish, The Last Station, Beach Combers, Lava Divers, Dead Fish e Deap Vally (EUA).
Apesar de ter perdido o show do Combover já tive o prazer de vê-los no Estúdio Aurora e tenho certeza que arrebentaram. Color For Shane mostrou que está afiado com o seu mais novo disco e a típica empolgação do duo. Sky Down fez uma das suas apresentações mais entrosadas e mostrou além de “Wish“, novíssimos sons que estarão no disco que sai agora em 2018.
Devilish que antes tinha se apresentado na edição de setembro do Contramão Gig ao lado da Letty And The Goos mais uma vez fez um show rockeiro e cheio de intensidade. Beach Combers fez aquele show para nos fazer sentir na crista de ~la buena onda~ em show que teve participação de Marcelo Gross que também se apresentou em Novembro no Contramão Gig. Direto do triângulo mineiro tive a oportunidade de ver pela primeira vez o show da Lava Divers e mesmo com os problemas de som do evento foi uma alegria sem tamanho poder ver o show de um dos discos que mais gostei no ano.
Ainda tivemos os capixabas do Dead Fish com suas polêmicas e a Deap Vally quebrando tudo em show que ficará marcado na mente de muitos presentes por vários meses. Eu espero que cada menina que pôde prestigiar este show monte uma banda.
2 – Carbona, Muzzarelas e Zumbis do Espaço no Hangar 110
É muito triste falar que foi uma das últimas vezes que pisei no palco do Hangar 110 depois de 15 anos frequentando a casa. Porém temos que seguir em frente e seguir acompanhando onde quer que as bandas forem tocar.
Este show de abril foi bastante importante para que pudesse ver três bandas clássicas – e que tocaram tantas vezes naquele palco – tocando junto por mais uma vez. Por mais que eu tenha voltado lá no halloween com ótimos shows do Toyshop, Carbona e Zumbis do Espaço…aquela definitivamente é a lembrança que quero ter daquele palco mágico do underground. Nesse meio tempo o Carbona lançou o EP Fórmula Mágica com Premiere no Hits Perdidos.
Zumbis foram sensacionais como sempre. Muzzarelas mostrou o porque é uma das grandes forças do rock independente do interior de São Paulo há tanto tempo e Carbona fez como sempre sequências rápidas e matadoras. Mais de 30 músicas tocadas? Provavelmente! E os Zumbis não fizeram muito menos do que isso também não.
1 – Ludovic no Sesc Pompeia
A volta do Ludovic cativou toda uma geração que pôde vê-los tocar em todo tipo de palco, de uma padaria, terraças a palcos “normais”. Porém eles nunca tinham tocado em um local simbólico e importante que é o palco do Sesc Pompeia. Foi a primeira vez deles mas não só deles e sim de muitos que se sentiram parte daquilo por terem vivido os dias mais difíceis. Pude vê-los pela primeira vez e deixei meu relato sobre a experiência em março.
2018 nem começou e traremos novidades sobre as coberturas de shows, fique ligado e acompanhe o Hits Perdidos no Instagram.
-> Confira a retrospectiva 2017 com 100 Hits Perdidos do Ano
-> Confira a lista de shows de 2016
This post was published on 19 de dezembro de 2017 5:31 pm
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