Hits Perdidos da Semana: Pelados, Zaina Woz, Nina Maia, cool sorcery, Clara Lima, Bonifrate e mais

 Hits Perdidos da Semana: Pelados, Zaina Woz, Nina Maia, cool sorcery, Clara Lima, Bonifrate e mais

A catarinense Zaina Woz lançou seu álbum de estreia nesta semana. – Foto Por: Kim Costa

Hits Perdidos da semana vem com Pelados e Clara Lima puxando a linha de frente

A Hits Perdidos da Semana chega a sua segunda edição trazendo conteúdos em micro-resenhas do que de melhor tem acontecido na música brasileira sem rótulos. Singles, discos e novidades com o radar antenado do Hits Perdidos ganham o palco em um post informativo que acompanha sempre uma playlist mutante!

Sobre a Hits Perdidos da Semana

Nossa seleção editorial com os lançamentos mais instigantes da última quinzena.

Direto das profundezas da música independente para os seus ouvidos. Periodicamente, uma nova edição da playlist com apostas, descobertas e sons que merecem mais atenção. Uma curadoria, calma e como você gosta, com a nossa credibilidade independente. Sem aquela necessidade incessante de alimentar algoritmo. Uma lista humanizada.


Zaina Woz - Foto Kim Costa - Hits Perdidos da Semana Pelados, Zaina Woz, Nina Maia, cool sorcery, Clara Lima, Bonifrate e mais
A catarinense Zaina Woz lançou seu álbum de estreia nesta semana. – Foto Por: Kim Costa

Hits Perdidos da Semana #2

Pelados Contato

Pelados lança nesta semana talvez um dos discos mais ousados em um mercado que flerta com o cômodo e o careta, fórmulas de ocasião e a corrente invisível dos algoritmos das plataformas de streaming. Quebram todas essas amarras, métricas e também se permitem sair da zona de conforto que seria lançar um segundo disco de indie rock pautado em guitarras sleazy.

Gui Jesus, do RISCO, durante a audição de Contato até confessou que o processo de produção do grupo é bastante diferenciado e que tem uma das músicas que volta para ouvir toda a semana de tão surpreendente que ficou. E quando uma música fica na cabeça de quem respira música é porque ali certamente algo tem.

A audição coletiva me levou para alguns lugares. Alguns deles no passado e outros voltados para o contemporâneo. Tendo vivido o indie do começo dos anos 2000, imerso por um tempo naquela estranheza upbeat, quase acidental, do LCD Soundsystem e HADOUKEN!, e ter curtido muito uma proposta sonora mais voltada para o swing do baixo, de grupos como Primal Scream e The Rakes, e até de ter mergulhado nos ecos inventivos das camadas sonoras de grupos mais antigos como Happy Mondays, My Bloody Valentine, Talking Heads e nos lançamentos dissonantes da cultuada Creation Records.

Pelados e seus pontos de Contato

Essa inventividade, que ganhou maior destaque quando os jornalistas da época a intitularam como New Rave, nos direciona para um tributo a Manchester… no disco nos traduz como uma releitura contemporânea de quem não viveu tudo isso, mas que se diverte com os revivals tanto do próprio indie quanto do drum & bass, e de uma vasta pesquisa sonora por querer tirar mais dos instrumentos que fazem desta novidade interessante para quem viveu aqueles dias. É sempre interessante quando uma banda de rock se dispõe a flertar com a música eletrônica e o fato de as músicas não terem uma sequência óbvia deixa tudo mais interessante.

Os próprios nomes das músicas, divertidos, aleatórios e provocadores, aliados a letras muitas vezes abstratas, mostram como o experimento é também parte de um processo de autodescoberta. Ao mesmo tempo que pode não ser considerado um disco de rock, ou de pop, ou de experimental, ele acaba, por sua vez, sendo tudo isso. Mesmo que de forma acidental. Nomes como “planeta oxxo”, “boy, so confusing”, “whatsapp 2”, “instruções para descongelar o gilberto gil no estúdio”, “enel” e “modrić” mostram como o cotidiano, a internet, a velocidade e a distopia dos tempos acabam entrando no radar atento de quem muitas vezes está cansado de telas e deseja viver o ao vivo. O nome Contato cai como uma luva, vindo de quem vê a vida precarizada e tenta buscar por refúgios para se sentir vivo.

As relações com outros seres humanos, as pressões, as fofocas e amenidades, os memes, a espiral de coisas do cotidiano e suas armadilhas… a política, o existencialismo, o amor, o futuro e todos os receios provenientes do capitalismo acabam ecoando de uma forma ou outra ao longo do trabalho. Não necessariamente de uma forma direta. Mas sim, entre as curvas que o som traça, numa frase colocada de forma sutil, como parte de um conceito estético mais abrangente. Muitas vezes intangível como nossos sentimentos.

Em uma mensagem amplificada justamente por transpor os limites do que é o individual e o coletivo. Essa tentativa de irmos juntos até o final por uma compreensão mais profunda e empática acaba estabelecendo um diálogo entre o ouvinte e o interlocutor. Até por isso o recurso dessa narrativa Sci-Fi encaixa bem nesta parte lúdica de tentativa de descobrir o que está por vir. Ou melhor dizendo, como lidar com tudo isso. Onde linguagem, experimento e o contato se estabelecem além da superfície. Como um aconchego de quem também está disposto a tentar entender o que está vivenciando.

Construção, frequência e coletivo

Para além de tudo isso, é um disco em que a construção e o processo acabam sendo tão ou mais interessantes que o resultado. Em tempos de obediência, planejamentos estratégicos infinitos e fórmulas, entre os limites do que é pop e o que é alternativo, isso acaba sendo um alento de quem se permite cruzar as fronteiras. Ao mesmo tempo, o entorno e o espírito de coletividade, dos tantos projetos que os músicos já puderam se envolver, ajudam a encurtar as fronteiras de gêneros como krautrock, new rave, eletrônico, experimental, neopsicodelia, house, drum & bass, MPB e outras frequências sejam encurtadas.

No campo lírico, as brincadeiras e ironias, entre cacofonias, remixes e até mesmo usando a voz como instrumento de apoio, acabam servindo como elementos para suavizar o cotidiano. Tirar aquele peso do entorno e torná-lo mais palpável. Tudo mais possível. Essa forma de criar vínculo com o ouvinte nos traz para 2025 e toda a hipérbole e esvaziamento das coisas, entre rotina, problemáticas, teorias da conspiração, TikTokização das coisas, mudanças, desajustes, ódios e dicotomias.

A audição é tão provocadora que este texto saiu completamente do controle. E talvez seja justamente essa falta de controle que sinto tanta falta na arte contemporânea. Quando vejo novas provocações sobre formas e estrutura, uma parte de mim me faz lembrar porque gosto tanto de música, e mais do que isso, das imperfeições mundanas. Da forma como transformamos nossas relações e nós mesmos.

A viagem psicodélica que nos faz entrar quase em transe, de “modrić”, é um caso à parte, daquelas que realmente ficam ecoando audição após audição. Tudo isso entre o destempero, o receio, a mudança e o compasso quebradiço. Entre a poesia quebradiça, a desilusão e toda a viagem cósmica das progressões de acordes dissonantes. “estranho efeito”, single previamente lançado, cruza fronteiras, condensa e sintetiza um pouco do que a obra permite, entre loops, frequências eletrônicas e linguagem.

As curvas da viagem…

Viajar a bordo desta espacionave não é das missões mais tranquilas. Mas nem por isso eles não trazem momentos mais leves, como na percussiva e clean, “boy meets girl”, que abusa das texturas e das linhas de baixo entrelaçadas aos loops, entre frequências mais darks cheias de efeitos. Essa natureza anárquica faz com que repensemos até o qual seria o lado A e o lado B do disco, justamente por sua capacidade de confundir. O lado cowboy de Lauiz em seu disco Perigo Imediato, ganha ares galácticos na interessante “boy, so confusing (lauiz e doutor smirnoff enfrentam seus fantasmas no planeta xcx)”.

“music is supposed to be fun” é daquelas que gritam: LCD Soundsystem é minha religião e nada me faltará. E talvez seja isso mesmo, se divertir, mesmo sem aquele compromisso com a seriedade, onde o canal de contato é tão importante como a mensagem, assim como o CSS fazia em seus discos dos anos 2000. Se você for pensar, música sem se divertir, se transforma em algo burocrático quase sem alma. Então, é mais um acerto da produção essa lembrança.

As transições entre as canções, principalmente na segunda parte mais dark do material, são um caso à parte. Elas se interligam feito um set de DJ, o que deixa tudo mais fácil e interessante dentro da narrativa. “Instruções Para Descongelar o Gilberto Gil no Espaço Sideral”, tem toda aquela narrativa mais espacial que vemos, por exemplo, em discos como Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space (1997), do Spiritualized. Daquela calmaria em marcha de comunhão, onde temos a certeza de que não estamos sozinhos.

Contato é o disco que não sabíamos que precisávamos ouvir, mas que mesmo assim recai como um abraço.

cool sorcery PillzZz…

Menos de 7 minutos, é este o tempo do EP do agora septeto brasiliense cool sorcery de algo que eles definem como Rave Punk. Entre as referências do novo material estão estilos como egg punk, rock progressivo, noise e garage rock, além de uma série de temáticas diversas presentes em nossa sociedade doente.

Tem discos que saem de um conceito, de um emaranhado de ideias. Esse veio de uma banda, a Seggs Tape. Então, nunca desconfiem de como uma banda pode mudar a sua vida, ok?

Representantes do que eles intitulam como egg punk, Marcos Assis, pirou ouvindo a ponto de ver a fusão entre o punk e a música eletrônica o futuro do coletivo. A natureza anárquica do artista, que desenvolveu o conceito do projeto após fazer trilhas para videogames, fez com que demos antigas e novas criações se entrelaçassem na hora da escolha do repertório que entraria.

A máquina de liquidificador do cotidiano distópico entram nas temáticas, “Fast Cars” aponta os dedos para a glamorização das casas de aposta online e do vício como promessa de ascensão social. “Funky Rats” critica a falta de ousadia da cena musical contemporânea, e suas fórmulas repetidas. “New Man” e “Pills”, atacam os red pills e sua ode ao ódio disfarçado de coach.

Já “The Reaper” vai no cerne da política de guerra. Tudo contemporâneo, onde não há distinção entre a realidade e as curvas sonoras especiais do projeto que ganha novas camadas a cada novo lançamento. Esta última parece até mesmo fazer uma homenagem a “Technologic”, do Daft Punk. Tudo é rápido, feito uma trilha para jogos dos anos 90, entre bits, riffs ríspidos, atmosfera que deixaria Ty Segall feliz – e curtição ilimitada.

Além da Seggs Tapes, Worldwide, do Snõõper (2025), MG Ultra, do Machine Girl (2020), e o Twister Techno Funk, do Furacão 2000 (2000), entram nas referências do material que não tem medo de cruzar as fronteiras do aceitável. A formação atual conta em sua linha de frente com João Assis (baixo), Guilherme “Naruto” (guitarra), Sonny Heros (bateria), Pedro Omarazul (teclados), Caio Ferraz (técnico de som), além da cantora e produtora Gaivota.

Apesar de acabar de lançar o EP, o novo disco, Annual Frog Meeting, deve sair ainda neste ano com 10 faixas e explorando ritmos como o prog e jazz punk.

Nina Maia INTEIRA (DELUXE)

10 meses após lançar seu elogiado álbum de estreia, INTEIRA, a versão DELUXE chega através de lançamento online e em vinil, fruto de sua parceria com os selos: Seloki Records (Brasil) e o britânico Mr. Bongo. O vinil, por enquanto, não tem plano de circular na América Latina, mas as 4 faixas extras do material chegam nesta sexta (22) nas plataformas digitais.

“Já na primeira audição, a seleção de artistas brasileiros independentes do catálogo da Seloki era excelente. No entanto, uma canção nos parou no meio do caminho. A hipnotizante e envolvente “GOSTO MEIO DOCE”, de Nina Maia e Francisca Barreto, nos deu um vislumbre da voz etérea e viciante de Nina, e soubemos que precisávamos ouvir mais”, encantaram o selo britânico faixa que entra no compilado.

Entram na versão DELUXE: “MANHA” (“Ela não entrou na primeira versão, sentia que ainda não estava pronta. Quando consegui bater o martelo, ainda era tempo de colocá-la no Deluxe. Eu e Yann (co-produtor do disco) erguemos um arranjo minimalista, que abraça a essência de voz e piano da canção”; “GOSTO MEIO DOCE”, composição de Felipe Távora, que foi single em 2023, interpretada por Nina e Francisca Barreto (“Eu tenho muito carinho e orgulho dessa canção. Ela faz parte desse momento do meu projeto, não deixo de tocá-la em nenhum show, e por isso não quis deixá-la de fora”, diz Maia).

Além de “SERENATA DO ADEUS”, de Vinicius de Moraes (“Assim como as outras faixas do INTEIRA, pude testar e amadurecer o arranjo ao vivo até chegarmos num lugar que gosto. A composição me fascina, é sombria e melancólica. E adoro o arranjo que fizemos, com as cordas muito presentes e a bateria quebrada do Thalin“, revela a artista); e “DE DENTRO” primeira música que Nina lançou como artista solo, em 2021, em co-produção com Lúcio Maia.

“Quando a pandemia acabou e a possibilidade de erguer e fazer shows começou a aparecer, essa música entrou no repertório, rearranjada pro formato de banda. O Theo Ceccato, que fez parte da primeira formação, contribuiu muito para a identidade desse arranjo e ela é essencial pro show até hoje.

A gravação que está no Deluxe foi captada ao vivo no show de lançamento do INTEIRA em novembro de 2024, no Sesc Avenida Paulista. Quisemos trazer um pouco da espontaneidade do palco pro álbum.”, finaliza Nina

Bonifrate “Estudo Rural em Ré Maior”

Quem chega com DELUXE também é Bonifrate que reedita seu álbum 20 anos depois da sua estreia, Os Anões da Villa do Magma, pelo selo midsummer madness. Em edição para colecionador que será lançada no dia 29/08, o material do músico ganha uma nova mixagem e masterização contendo 5 faixas bônus entre versões preliminares na fita cassete, um remix e uma inédita que acabou não entrando na prensagem original.

A primeira mostra que chega aos nossos ouvidos atentos é um remix de “Estudo Rural em Ré Maior”. Segundo Pedro “inspirado em versões ao vivo que fiz da canção de 2006 em diante”. Bastante sensorial, seu modo de produção bastante característico revigoram a versão com as técnicas maturadas ao longo do tempo. Sua natureza por si é bastante sinestésica, diria quase meditativa, utiliza recortes, e imagens sonoras, que vão da sobreposição de instrumentos o uso hábil de cacofonias.



Dani Vallejo “Drama Preferido”

Conhecida por seu trabalho na banda Blastfemme, Dani Vallejo prepara o lançamento do seu segundo EP solo, inspirado em sua terra natal, Anastácio (MS). A carreira solo surgiu durante a pandemia quando se aproximou do produtor musical Raphael Dieguez.

Segundo a artista, a faixa “Drama Preferido: “simboliza a virada de chave da protagonista dessa história: uma mulher que, após encarar seus fantasmas e suas vulnerabilidades, encontra força para se priorizar e assumir sua verdadeira essência.”

Misturando guitarras e distorção, a faixa de autodescoberta faz um mix entre guitarras emprestadas do heavy metal, vocal pop e contendo até mesmo arranjos de metais.

Calvin Voichicoski e Pelocurto bodoque

Calvin Voichicoski junta forças com Pelocurto no álbum bodoque. Segundo o músico, as influências passeiam pelo indie rock, rock psicodélico, MPB e antifolk. É dessa frequência de essência sessentista, seja do rock, como da música brasileira, mas sem aquele compromisso com a alta fidelidade daqueles tempos, que faz dele um material com aura jovem errática e com um ligeiro toque de destempero – onde tudo se encaixa dentro da proposta que se propõe com letras em inglês e em português.

“Conseguimos um estúdio emprestado por uma madrugada e gravamos as bases do disco ao vivo em pouquíssimos takes, em pouquíssimo tempo, e passamos o próximo ano gravando overdubs em casa. Todo o processo em conjunto, desde os ensaios aqui em casa até a última gravação, abriu caminhos que eu nunca conseguiria chegar sozinho com loops digitais.”, diz Calvin.

É desta dose de imperfeição e da natureza do acaso que a obra se pauta como Calvin frisa: “o disco apresenta um olhar positivo sobre a chegada definitiva da vida adulta e do futuro, envolto em um som saturado, quente e uma performance imediata e crua, ferramentas usadas para construir um álbum que soa, principalmente, humano.”

Clara Lima As Ruas Sabem

A rapper Clara Lima, de Belo Horizonte, após o DV Tribo (ao lado de Djonga e FBC), tem uma carreira consistente na cena e acaba de lançar o sétimo álbum da carreira As Ruas Sabem. Ela mesmo revela: “O álbum nasce como um manifesto. É a voz calada, não de um, mas de muitos que se negam a desistir e seguem em seus caminhos.”

A própria história, entre superação, desafios, revolta, fé e esperança ganham rimas fortes que recaem como navalha. Em 12 faixas ela tem um time de produtores ao lado: Madre Beats, Marabá, Teagá, Coyote Beats, DJ Cost, Pizzol, Sartor, Gio Prod, Carla Araraki e Beat do MK.

Entre MCs participam do trabalho Vietnã (“Tabuleiro”, assinando também a produção), Dalsin (“PHD”), Sant (“Nível Profissional”), Smile (“Demanda”), James Ventura e Mac Júlia (ambos em “Tinta Na Mão”, tributo ao pixo), além do ativista Galo de Luta, em um interlúdio na faixa “Tudo ou Nada”.

Como curiosidade, o pixo que dá nome ao álbum foi feito em um muro na Vila Borges, zona oeste de São Paulo, pelo pixador Tex (@texnaoeste), em foto de Carla Araraki.

Zaina Woz Zaina Woz { Vol. 01 }

A catarinense radicada em São Paulo, Zaina Woz, nome artístico de Natalia Hoegen, cantora, compositora, produtora musical e diretora criativa, disponibilizou o dançante Zaina Woz { Vol. 01 } que já mostra ao que veio logo na faixa de abertura bastante energética e dançante, “Solta o Corpo”.

O material aterriza com a produção da artista em conjunto com Arthur Kunz (Marina Lima, Os Amantes) e tem como plano de fundo a natureza colorida dos anos 80 e 90, incluindo toda a sua energia envolvente repleta de batidas, coreografias e neon. Além das 11 autorias, uma versão para o hit “Sucesso Sexual”, entra na seleção final do disco que passeia pelo universo da disco e da dance music. Um pop urbano, contemporâneo, feminino e que prega pela liberdade nos seus mais diversos sentidos.

“É um lançamento que carrega muitas referências da dance music, electro & synth pop. A música sempre foi um refúgio para mim e eu queria que meu primeiro disco fosse como uma festa, assim como o meu show. Meu objetivo é fazer as pessoas dançarem e se divertirem, ser algo leve, e para isso eu precisei descobrir no corpo aquilo que me movia, me tirava do lugar comum e me levava a um campo de autoexpressão genuína, para assim poder contagiar o público e levá-lo a um momento lúdico junto comigo”, explica Zaina.

Além do lúdico, ela comenta que “a pista de dança e a forma como as pessoas dançavam, a house music, o BPM acelerado, as linhas de baixo icônicas, os sintetizadores diferentões, os sons sintéticos misturados ao som acústico, e os vocais das grandes cantoras de disco music. Tudo isso me guiou na criação desse disco, que é muito influenciado pela década de 1990.”

Apesar de ter referências do exterior bastante evidentes, ela cita que a música brasileira não ficou de fora citando referências de Marina Lima, Fernanda Abreu e Fausto Fawcett. No campo gringo, New Order e Madonna, não poderiam ficar de fora do balaio.

Silvia Machete Rhonda’s Boots & Legs

Quem também aquece o catálogo, e mexe no algoritmo das plataformas digitais, é Silvia Machete com o lançamento de Rhonda’s Boots & Legs (Biscoito Fino). O material reúne versões ao vivo das canções dos álbuns Rhonda e Invisible Woman.

Boots and Legs nasceu da vontade de registrar versões ao vivo para as músicas do álbum Rhonda, exatamente como num show, porém em estúdio, captando áudio e vídeo com o olhar estético certo, do jeito que a gente gostaria de soar, com atmosfera e olhar fotográfico que imprimissem tudo isso”, diz Silvia Machete.

O lançamento chega acompanhando de videoclipes gravados durante a primeira turnê de Rhonda.

“Minha banda estava quente, por já termos feitos vários shows. Contei ainda com a ajuda de amigos talentosos, como o Guilherme Pondé nadireção artística e Pedro Colombo no design gráfico. Conduzimos as edições junto com a Bea Pomar, de uma forma artística, pra que a onda batesse”, finaliza Silvia.

Das 10 faixas presentes no lançamento que tem direção musical de Lalo Brusco, nove estão originalmente em Rhonda e apenas “Room Service” faz parte de Invisible Woman. Em sua banda ela conta com Chicão Montorfano (Teclado), Conrado Goys (Guitarra), Antônio Loureiro (Bateria) e Lalo Brusco (Baixo / Direção Musical / Mixagem).



Walfredo em Busca da Simbiose “Rita Lee”

Prestes a disponibilizar pela Balaclava Records seu terceiro álbum de estúdio que já tem até nome, Mágico Imagético Circular, Walfredo em Busca da Simbiose lança o segundo e último single, “Rita Lee”.

O próprio Lou Alves assina a produção que faz uma espécie de rock alternativo turbinado com uma dose generosa de latinidade. O resultado, claro, é bastante solar e dançante, uh la la! Os sintetizadores fantasmagóricos, por sua vez, são um caso à parte justamente pelo nível de abstração que se completa com a voz introspectiva do vocalista. Apesar da atmosfera, o background da faixa é bastante intenso e o sentimento de empatia é perceptível em seus versos.

“Eu tinha a melodia, e algumas partes do refrão desenhadas ainda em 2021, mas decidi escrevê-la e dedicar a Rita desde sua ida ao hospital pelo seu diagnóstico de câncer e depois, seu falecimento. Eu perdi minha mãe pro câncer, lembro que senti a mesma dor quando anunciaram a ida de Rita ao hospital.”, diz Lou Alves. 

A arte da capa foi feita pela designer e ilustradora Lis Ayrosa, o single e todo disco que está por vir foi produzido e mixado por Lou. As baterias foram gravadas por Pedro Lacerda, captadas por Fernando Rischbieter e masterizado por Pedro Vince na Matraca Records.

Playlist: Hits Perdidos da Semana

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