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Anberlin celebra 20 anos de “Never Take Friendship Personal” no Brasil com turnê histórica no Emo Vive

O Festival Polifonia, que acontece de 4 a 8 de junho, em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo (2 datas), recebe Anberlin, Mae e Emery – com shows que celebram aniversários de discos clássicos, ao lado de Fresno e Hateen, em edição especial rotulada como Emo Vive.

Anberlin é uma banda norte-americana de rock alternativo formada em Winter Haven, Flórida, no ano de 2002. A banda que ganhou notoriedade já nos primeiros anos com os álbuns Never Take Friendship Personal (2005), Cities (2007) e New Surrender (2008), que contou com o hit “Feel Good Drag”, sucesso nas rádios alternativas de todo o mundo, está confirmada no evento que celebra o emo.

E é com um show que celebra 20 anos do clássico Never Take Friendship Personal que o Anberlin enfim retorna país. O disco ajudou a consolidar o som da banda com uma mistura envolvente de rock alternativo, emo e pop punk, e apresentou letras mais introspectivas e afiadas.

Pudemos conversar com exclusividade com Matty Mullins, atual vocalista do Anberlin, que também integra o Memphis May Fire, contou mais sobre o momento dos shows e suas expectativas para os shows que acontecem nesta semana no Brasil.


Anberlin retorna ao país com Matt nos vocais. – Foto: Reprodução/Facebook

Entrevista: Matty Mullins (Anberlin)

Você se juntou ao Anberlin em 2023 como vocalista das turnês da banda, após a decisão de Stephen Christian de se afastar dos palcos. Você então gravou duas músicas para o último disco da banda, Vega (2024), além de um single posteriormente e a regravação do clássico álbum Never Take Friendship Personal (2005). Foram dois anos bem intensos para você e para a banda, como tem sido sua experiência?

Matty Mullins: Tem sido tão louca quanto você poderia imaginar!

Anberlin é uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos, eu cresci idolatrando essa banda.

Ter a oportunidade de entrar e fazer tudo o que eu já fiz com a banda, é uma honra. É quase como um fechamento de ciclo de fã, um sonho se tornando realidade.”

Falando um pouco sobre Vega, como foi a sua participação no processo criativo do disco?

Matty Mullins: “Esse álbum consiste em dois EPs que a banda já havia lançado antes com o Stephen nos vocais, então eu não tive a chance de colaborar com ele no processo.

Eu compus as minhas duas músicas, “Seven” e “Walk Alone”, com o resto da banda e foi isso.

Foi a minha introdução ao processo de gravação da banda, nós passamos algum tempo em Tampa trabalhando nessas faixas e o Tim McTague do Underoath produziu para a gente, foi incrível. Definitivamente diferente de como o Memphis May Fire trabalha normalmente, mas foi muito bom para mim sair da minha zona de conforto e tentar algo diferente.”

Quais as diferenças dos processos criativos das duas bandas?

Matty Mullins: “Os processos são muito diferentes.

No Anberlin todos os membros trabalham na composição das músicas, todos temos liberdade para opinar na produção das músicas. E não é como se houvesse algum tipo de hierarquia de membros no Memphis May Fire, mas todas as músicas são compostas por mim e pelo Kellen McGregor.

Eu escrevo a letra, o Kellen faz os instrumentais, daí entram Cory e Jake, que são músicos incríveis, e tudo se encaixa perfeitamente. Nunca teve nem uma pergunta sobre o porquê de operarmos dessa forma.

Então no Anberlin temos opiniões a mais em jogo, mas eu respeito bastante as ideias de todos e tudo acaba se encaixando porque todos temos o nosso pedacinho do quebra-cabeça que acaba se encaixando no final.”

Eu gosto bastante de “Walk Alone” e acho o clipe que vocês lançaram para a música muito divertido, com a banda fazendo audições para a posição de vocalista.

Matty Mullins: Sim! Foi ideia do Nathan Young, nosso baterista.

A maior parte do processo criativo visual da banda, sejam clipes, sessões de fotos, coisas assim, vem dele.

Ele tem uma mente brilhante para essas coisas e um gosto peculiar para arte e entretenimento em geral, ele gosta muito dessas coisas engraçadas e que tem um conceito forte por trás que não necessariamente teria muito a ver com a letra das músicas.

E foi muito divertido porque as pessoas no vídeo são fãs da banda, então foi muito legal passar um dia inteiro com eles e trabalhar nesse clipe.”



Never Take Friendship Personal é um disco tão icônico e você teve a oportunidade de gravar o disco novamente com a sua voz. Como foi a sua adaptação a esse repertório?

Matty Mullins: “Essas músicas foram muito desafiadoras para mim. Nós queríamos regravar o disco por dois motivos: celebrar os vinte anos dele e para familiarizar os fãs com a minha voz.

Então, durante a regravação, era inevitável que a minha voz soasse como a minha voz, mas o que eu queria acima de tudo era demonstrar todo o meu respeito ao original. Eu não queria adicionar nada e nem subtrair nada. Queria fazer um para um, exatamente como era antes.

Mas à medida que as gravações foram andando, nós acabamos decidindo fazer algumas mudanças, por exemplo, adicionar o grito no final de “The Feel Good Drag”. Esse tipo de mudança que para nós não era desrespeitoso ao original. Eu recebi os stems originais da voz do Stephen, todas as camadas isoladas, para ter certeza de que eu gravaria exatamente como foi feito 20 anos atrás.

Foi um processo longo de estudo, tudo isso para ser respeitoso com um dos discos que mudou a minha vida e as vidas de muitas outras pessoas. Eu diria que foi um processo muito mais difícil que o que eu tenho gravando um disco novo do Memphis May Fire. Não são músicas que compus e nem que originalmente cantei, foi um processo muito difícil, mas muito satisfatório.”

Qual das músicas do disco é a sua favorita para apresentar ao vivo?

Matty Mullins: “Com certeza “Time & Confusion”. Originalmente ela não era uma música que eu prestava muita atenção, tenho que admitir. Não que eu não gostasse, mas dentro do disco ela não era uma música que me prendia comparando com outras.

Então, tendo a oportunidade de aprender essa música de uma outra forma, dissecá-la e entender todas as pecinhas do quebra-cabeça, me deu outro nível de apreciação a ela, hoje é minha música favorita do disco.”

O Stephen postou uma carta aberta aos fãs logo antes do lançamento de Nevertake (2025), a regravação, pedindo que os fãs fossem aos shows da turnê de comemoração e te apoiassem. Depois de alguns meses excursionando, como tem sido a reação dos fãs?

Matty Mullins: “Tem sido incrível. Tenho que ser honesto, eu imaginava que a recepção dos fãs seria exatamente igual a minha reação como fã. Se outra pessoa estivesse cantando para o Anberlin e eu fosse assistir ao show, eu estaria muito cético e julgaria bastante a pessoa. Tudo isso porque eu amo muito a banda.

Então eu embarquei nessa sem orgulho nenhum e esperando, na verdade, que as pessoas não quisessem me ver ali, mas o que tenho recebido é o completo oposto. Especialmente depois do lançamento de Nevertake, a recepção foi muito boa e todo mundo tem se divertido bastante nos shows. Ficou evidente que ninguém estava indo aos shows para celebrar apenas um membro da banda, mas sim para celebrar esse disco e essas músicas, que impactaram de alguma forma as suas vidas.

Para mim se tornou uma oportunidade quase que diária de participar de uma celebração desse disco que amo tanto. Eu tinha medo de os holofotes estarem em mim e as pessoas ficarem julgando se eu conseguia ou não fazer aquilo, mas, na verdade tem sido sobre como esse disco é incrível.”

A turnê está prestes a passar pelo Brasil. Faz alguns anos que o Anberlin veio ao Brasil pela última vez e ainda mais tempo que você veio com o Memphis May Fire. Vocês estão vindo para participar do festival Polifonia: Emo Vive, que acontecerá em três cidades ao longo de quatro noites. Como estão as expectativas?

Matty Mullins: “Eu sempre tenho altas expectativas a respeito do Brasil. Acho que não há nenhum lugar no mundo que ama obsessivamente a música como vocês amam. A última vez que o Memphis May Fire tocou aí foi um prazer imenso, eu estaria mentindo se dissesse que não estou com expectativas altíssimas para esses shows.”

Você tem tocado o Never Take Friendship Personal completo, além de algumas outras faixas, mas tem alguma outra música do Anberlin que você gostaria de tocar?

Matty Mullins: “Tem várias! Por exemplo, “Ready Fuels”. Eu só cantei ela em um único show com a banda, pouco tempo após me juntar a banda. Essa é a minha música favorita da banda, foi a primeira que ouvi. Tivemos um show isolado e eu implorei para os caras para incluirmos essa música no setlist. E sabe o que é engraçado? Isso foi até uma discussão que tive com eles.

Quando estávamos falando sobre a turnê de Never Take Friendship Personal e que músicas dos outros discos nós queríamos incorporar, eu falei: “É óbvio que vamos colocar “Ready Fuels” no setlist, é um dos maiores hits da banda”. Daí eles me falaram que não, não é um dos maiores hits da banda. Foi surpreendente para mim porque essa música foi gigante na época de lançamento.

Mas quando olhamos para as estatísticas nas plataformas de streaming, “Ready Fuels” não está nem no top 10. Para mim essa é uma música que está no nível do NTFP, algo como outra “The Feel Good Drag” ou “Paperthin Hymn”, o riff de guitarra é icônico e introduziu muita gente ao Anberlin.

Eu não sei o que fazer além de implorar que as pessoas escutem mais essa música!’

Para além dessa turnê, quais os planos do Anberlin para o futuro?

Matty Mullins: “Nós estamos trabalhando em um disco novo! Estou muito empolgado, nós ainda estamos bem no início do processo, mas já temos um repertório bem animador.

Já sabemos como queremos que seja o espírito do disco, já temos a estrutura de algumas músicas. Tudo o que eu poderia querer como um fã de Anberlin em um novo disco da banda está presente no que estamos fazendo.”

E você tem alguma mensagem para o Brasil?

Matty Mullins: “É como vocês sempre falam, né? “Come to Brazil”. Nós estamos indo!

Temos o maior respeito pelos nossos fãs do Brasil e amamos o país de vocês. A cultura, a culinária, mal podemos esperar para chegar aí! Eu sinto muito orgulho do que estamos fazendo, estou empolgado para esses shows.

Muito obrigado por apoiar nossa banda!”



Polifonia apresenta Emo Vive em Porto Alegre/RS

Data: 4 de junho de 2025 (quarta-feira)
Local: Auditório Araújo Vianna (Prq. Farroupilha 685, Porto Alegre)
Ingresso: https://bileto.sympla.com.br/event/103108

Polifonia apresenta Emo Vive no Rio de Janeiro/RJ

Data: 6 de junho de 2025 (sexta-feira)
Local: Fundição Progresso (Rua dos Arcos 24, Rio de Janeiro)
Ingresso: https://www.ingresse.com/emo-vive-06/

Polifonia apresenta Emo Vive em São Paulo (dia 1)

Data: 7 de junho de 2025 (sábado)
Local: Audio (Av. Francisco Matarazzo 694, São Paulo)
Ingresso: https://www.ingresse.com/emo-vive-07

Polifonia apresenta Emo Vive em São Paulo (dia 2)

Data: 8 de junho de 2025 (domingo)
Local: Audio (Av. Francisco Matarazzo 694, São Paulo)
Ingresso: https://www.ingresse.com/emo-vive-08
Mais informações: festivalpolifonia.com.br

This post was published on 3 de junho de 2025 9:00 am

Pedro Carvalho

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