Marina Lima no Sesc Pompeia - Foto Por: Yasmin Kalaf
Imagina só: numa noite de muita sorte, você tem um date com uma das maiores divas da música brasileira. Então continue imaginando: ela é uma bela moça carioca, veio morar em São Paulo, se encantou pela cidade e convidou você para curtir um show lá no Sesc Pompeia. Noite dos sonhos? Com a Marina Lima é assim, tudo é possível, inesquecível e fullgás!
Eu, acompanhado apenas de mais uma pequena plateia, tive a sorte de viver esse encontro. Foi coletivo, sim, mas a intimidade desse momento se fez presente durante a noite toda. Acompanhada pelos músicos Giovanni Bizzotto e Arthur Kunz, além da suave condução do escritor Renato Gonçalves, Marina subiu ao palco nos dias 13 e 14 de setembro de 2024, preparada para dar um show e também falar um pouco mais sobre sua vida e arte.
Consegui ingressos, que, por sinal, foram disputadíssimos, para a segunda noite. Ao chegar ao Sesc, fui surpreendido com a plateia toda sentada dentro da Comedoria, dividindo mesinhas e ajudando a criar um clima mais próximo pra envolver quem por ali estivesse presente. O romance já pairava no ar quando as luzes baixaram e a apresentação começou com uma sequência de três lovesongs: “À Francesa”, “Admito Que Perdi” e uma versão emocionante do hit carnavalesco “Beija-Flor”, do Timbalada.
Após deixar a plateia completamente envolvida, Marina aproveitou que ninguém por ali tinha palavras e começou a falar. Papo vai, papo vem, quando nos damos conta ela já está sentada em uma linda poltrona tirando os sapatos pra ficar mais à vontade e arrancar mais alguns suspiros da gente com seu violão e uma performance mais simples da já singela e muito eletrônica “Pessoa”.
Com Renato Gonçalves no palco, o papo entre uma música e outra ganha ainda mais espaço no show. Foi a pedido dele que Marina apresentou a divertida e surreal “Grávida”, composta por ela no violão em parceria com o ex-Titã Arnaldo Antunes. Na sequência, mais uma bem acústica, “Virgem”, e um dos momentos mais icônicos da noite: “Acontecimentos”, com um brinde a todos os amores vividos ou inventados ao som de Marina Lima.
Da cumplicidade com o mestre Giovanni ao encontro digital com Arthur, a conversa acabou apresentando pra gente como esses parceiros foram chegando à vida de Marina e também contribuíram com a construção de sua obra. Das parcerias com Gio, apelido carinhoso, eles decidem apresentar “O Chamado”, a primeira que fizeram juntos. Com Arthur (conhecido de projetos como Strobo, AÍLA), que se conectou com a artista pela internet, uma mais recente, “Vingativa”.
Marina troca de instrumento e mostra que solos de guitarra podem, sim, te conquistar, acompanhada de sua headless ela apresenta “Não Me Venha Com Mais Amor”, composição dela com Adriana Calcanhotto. O momento abre brecha para falar da colaboração com uma outra mulher, no caso, Fernanda Young. Antes de tocar “Sissi” em homenagem à amiga, Marina disse que em comum elas amavam dançar e, com carinho, relembrou dizendo: “com muito pouco, ela foi o máximo”.
Quando a gente acha que não cabe mais emoção em um date como esse, ela encontra espaço para deixar a plateia ainda mais apaixonada, cantando algumas de suas músicas mais inesquecíveis. Tô falando aqui de “Eu Não Sei Dançar”, “Fullgás”, “Eu Te Amo Você” e “Uma Noite e ½”, sendo a sequência das 3 últimas responsáveis por bagunçar tudo e pouco a pouco levar o público pra beira do palco.
Muito charme depois, quando o show já se encaminhava para o fim, Marina fez questão de reforçar que alguns dos sucessos apresentados são frutos da parceria de uma vida inteira ao lado de seu irmão mais velho. Antonio Cicero, poeta e compositor eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras, foi um dos grandes responsáveis por ajudar a artista a encontrar o tom sáfico-romântico de sua obra. Nessa noite, que antecedeu sua partida em pouco mais de um mês, ele recebeu uma homenagem discreta, mas cheia de emoção por parte da irmã.
Saindo do show, a sensação foi de ter tido acesso ao quarto de Marina por uma noite e, mesmo sem ouvir minha voz (será que ela não ouviu mesmo? Cantei alto), ter tido uma conversa incrível com ela. Sem dúvidas, a ideia de explorar sua biografia merece ser registrada em um livro ou um filme com produção primorosa. É o que se espera quando a vida, a obra e os sucessos de um artista continuam relevantes através dos tempos.
Texto: Cainan Willy (@cainalha)
Fotos: Yasmin Kalaf (@yasmin.kalaf)
Revelação: @baccarint
À Francesa
Admito Que Perdi
Beija-Flor (Timbalada)
Pessoa
Virgem
Acontecimentos
Preciso Dizer Que Te Amo
O Chamado
Vingativa
Não Me Venha Mais com o Amor
Sissi
Eu Não Sei Dançar
Pra Começar
Fullgás
Eu Te Amo Você
Uma Noite e Meia
This post was published on 17 de fevereiro de 2025 8:00 am
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