Tulipa Ruiz e Brisa Flow encerram a oitava edição do Women’s Music Event

 Tulipa Ruiz e Brisa Flow encerram a oitava edição do Women’s Music Event

Tulipa Ruiz no WME. – Foto Por: Rafael Chioccarello

Tulipa Ruiz encerrou a 8ª edição do festival que tem como ponto de partida o protagonismo feminino na música 

Neste domingo (23) aconteceu o encerramento da oitava edição do WME, o Women’s Music Event, evento voltado ao protagonismo feminino no mundo da música do Brasil. Realizado neste ano entre os dias 20 e 23 de junho, o line up de atividades incluiu mesas, oficinas diversas, pitchs, e claro, apresentações.

Fundado pela jornalista e DJ Claudia Assef e por Monique Dardenne, gestora de carreiras e curadora musical, a conferência teve como tema do ano o Joy Of Missing Out (JOMO). Já os assuntos abordados nas rodas de conversas foram desde meteorologia em eventos musicais, saturação dos festivais, saúde mental, e as pausas nas carreiras.

“Estamos trazendo outras coisinhas para o WME 2024 como tudo o que sempre levamos para a Biblioteca Mário de Andrade, shows gratuitos na Praça Dom José Gaspar e toda a rede que formamos nesses oito anos. Mas também teremos inovações na sutileza como jogo de tarô musical, brunch em uma das sacadas mais gostosas da cidade e o Olho no Olho, novo painel que simboliza o que mais queremos valorizar”, contou Monique Dardenne ao anunciar a edição de 2024.

Tivemos a oportunidade de marcar presença no show de encerramento da conferência. O evento aconteceu na noite do domingo na Casa Natural Musical, tendo no line up as artistas Brisa Flow, Tulipa Ruiz e Thais Macedo.


Brisa Flow em show com a Tulipa Ruiz na Casa Natura Musical - Foto Por Rafael Chioccarello
Brisa Flow em show com na Casa Natura Musical encerrando o WME. – Foto Por: Rafael Chioccarello

Brisa Flow na Casa Natura Musical

Filha de artesãos chilenos, rapper mineira, de Sabará (MG), teve o primeiro contato com o hip hop aos 13 anos e mantém suas origens a cada novo lançamento. Em seu repertório, Brisa Flow canta sobre o amor, exalta suas origens indígenas, com seu setlist focado em canções do terceiro álbum Janequeo, lançado em 2022, e do seu segundo disco Selvagem Como o Vento (2018). Ambos em que os fãs mais fiéis, presentes na Casa Natura Musical, carregavam consigo seus versos na ponta da língua.

A força do rap e da resistência dos povos originários ganham versos de empoderamento com direito a apresentação que capricha nos mínimos detalhes – entre vestimentas e instrumentos confeccionados a mão.

Estando em um evento da importância, e magnitude, do WME, a artista aproveitou o microfone em suas mãos para denunciar uma série de realidades presentes em se cotidiano.

Como, por exemplo, o fato de não acreditarem quando ela comenta que é possível ser mãe e cantar rap. Em diálogo franco perante o público, composto na maioria por mulheres, salienta que nada é mais poderoso que a troca de energia de um show com mulheres.

A artista aproveita já próximo do encerramento da sua apresentação para descer do palco para dançar e reverenciar cada uma das mulheres que se conectaram com a sua arte.

Uma atitude simples, mas que contribui com o passar do cajado. Simbolizando com sua poesia que aquele lugar é também delas.


Tulipa Ruiz no WME 2024 - Rafael Chioccarello
Tulipa Ruiz no WME. – Foto Por: Rafael Chioccarello

A vez de Tulipa Ruiz brilhar

Antes de Tulipa Ruiz adentrar o palco da Casa Natura Musical, Claudia Assef entra e fala um pouco sobre uma conversa longa que ela teve com a santista nos últimos dias, exaltando seu lugar dentro do mercado da música e sua trajetória, tanto como jornalista, como enquanto artista. Logo após, a paulista entra em cena com direito a defumar o local para trazer boas energias logo em sua primeira música.

Era o momento dos irmãos Ruiz, em show minimalista em voz e violão, magnetizarem os presentes tanto com a potência de seus vocais, como para as ricas composições que os levaram a quatro indicações no Grammy Latino. Aliás, o repertório passa por todos os seus discos lançados até o momento, sendo o último Habilidades Extraordinárias (2022).

Tulipa Ruiz aponta para o violão e diz em tempos de inteligência artificial, essa é a minha tecnologia de ponta antes de cantar música em homenagem a Elza Soares, “Banho”. Emenda com “Proporcional” com canto livre e improviso. A partir daí seu repertório é um arsenal de hits, “É”, por exemplo, é bastante celebrada pelo público presente.

“Tenho verbalizado a Elza e acho que ouvir e cantar quem a gente ama é muito importante. Viva Gal, Viva Rita Lee. O Brasil valoriza muito as interpretes, mas precisa reconhecer mais as suas compositoras”, crava Tulipa Ruiz durante a apresentação


WME - Tulipa Ruiz - Rafael Chioccarello
Tulipa Ruiz. – Foto Por: Rafael Chioccarello (Hits Perdidos) de

Na sequência, “Da Maior Importância” é praticamente emendada com outro hit “Dois Cafés”. O show acústico ganha poder entre a combinação de Gustavo Ruiz e Tulipa, mostrando toda a versatilidade de seus vocais, ao rústico, mas efetivo violão que chama todos para dançar.

Ela chama a atenção para os homens na plateia e incentiva a chamar os brothers para virem mais. Para que apresentem para os contratantes e fazer a roda do mercado da música com mais mulheres girar.

Questiona se ouviram o disco novo antes de apresentar “Habilidades Extraordinárias” faixa que dá nome ao material lançado em setembro de 2022. Após finalizar, indaga se querem mais novidade e canta “Estardalhaço” a plenos pulmões. Esta com público respondendo bem ao refrão que diz “um vacilo, pode crer, faz um estardalhaço, sol, você merece o sol, o sol, o sol”. Muda em seu último verso para “a gente merece o sol” – arrancando sorrisos, e aplausos, do público.

Fala sobre seu show ser rock antes de tocar “Pólen”, do álbum TU (2017), faixa que discorre sobre querer ser mais sã no amor. Após isso, vai direto para o fundo do palco e no escuro começa a cantarolar os primeiros versos de “Víbora”. Ao se aproximar do pé do palco, diz que está vendo todo mundo conversando e brinca que sua Vênus é em víbora.

Ao se referir aos merchs revela que além de cantora também é tecelã e confecciona alguns. Sabendo da importância e simbolismo daquele momento, diz vida longa ao protagonismo feminino.

“A nossa música é maior que a indústria, que a gente se fortaleça. Entre a gente, com a gente, que a gente trabalhe com a gente e viva isso. Viva o acaso! Viva a mulher!”, comenta Tulipa Ruiz

Conforme seu show vai se aproximando mais do fim, a sequência de hits para cantar junto vai tomando conta do recinto, entre elas canta “Prumo”.

Já na parte final a dupla toca uma das suas músicas mais emblemáticas do repertório, “Efêmera”, e Tulipa até brinca simulando os sopros com a boca – já que neste show neste formato o sopro ficou de fora.

Para encerrar, “Só Sei Dançar com Você” é executada com direito a Tulipa descer do palco e ir cantando com os fãs olhando olhos nos olhos enquanto cruza toda a pista. Encerrando o show de forma bela e reverenciando os presentes… estes que fez questão de exaltar a todo momento ao longo da apresentação.


Tulipa Ruiz - Casa Natura Musical - WME 2024
Tulipa Ruiz encerrando seu show na Casa Natura Musical. – Foto Por: Rafael Chioccarello (Hits Perdidos)
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