Após 21 anos Red Hot Chili Peppers volta a Porto Alegre e se apresenta para 50 mil pessoas
No último 16 de novembro, um mês atrás, estava eu em Porto Alegre acompanhando o quinto show da turnê brasileira do Red Hot Chili Peppers. Depois de um dia chuvoso que sinceramente preocupava e muito, principalmente a mim que andava com imunidade um pouco baixa, finalmente deu uma trégua e fez com que as 50 mil pessoas presentes – segundo a organização do evento – pudessem aproveitar o espetáculo.
Mas não pensem que vou me empolgar muito com o texto. Pra ser sincera nunca fui fã da banda, talvez ela faça parte da minha adolescência por assistir os clipes na MTV, ouvir as músicas no rádio, mas é apenas isso – memórias. Mas como admiradora e amante de música que sou resolvi ver com meus próprios olhos o que tanto os fãs falam sobre Frusciante e companhia e aqui vai um pouco do que presenciei naquela noite.
O Red Hot Chili Peppers, a banda das Jams
Quase pontuais, a banda sobe ao palco com o trio Flea, Frusciante e Chad iniciando o show com uma Jam característica dos shows que é usada para a abertura, ainda sem a presença do vocalista. É mais do que óbvio dizer o quanto os três se entendem e se completam, parece que ali eles se divertem. E convenhamos, eles carregam a banda nas costas.
Logo após com a chegada de Anthony Kiedis inicia o clássico “Can’t Stop”, enlouquecendo o público presente na Arena do Grêmio. Os fãs mais do que animados entoavam cantos de “oh oh oh” e acompanhavam o guitarrista Frusciante. O palco muito bem montado, o telão dava uma boa iluminação e contraste para o show. Não houve muita interatividade e isso é normal da banda, principalmente do vocalista. Flea arriscou algumas palavras em português e até plantou bananeira quando entrou no palco.
Entre sucessos da banda, surpresas, tivemos o solo de Frusciante – “Terrapin” de Syd Barret – houveram também covers como, por exemplo, “Havana Affair”, do Ramones, entre outros.
Os Pontos Altos
Os pontos mais altos do show, sem dúvida, foram os clássicos. “Californication” e “By The Way” foram as músicas que fizeram o público cantar mais alto e ficar empolgado. Havia fãs de todos os tipos, dos mais empolgados – daqueles que pintaram o rosto com as cores do símbolo da banda, dos mais acometidos que ficavam olhando o telão e cantando as canções. Ou aqueles que estavam ali apenas pra ouvir e quem saber curtir, tipo eu.
John Frusciante realmente era o mais esperado da noite, aclamado pelos fãs, tinha diversos cartazes direcionados a ele e gritos com todos os tipos de pedidos. Confesso que ele é bom no que faz, mas vocês são fanáticos demais pro meu gosto.
Porto Alegre é, infelizmente, uma cidade que vem sendo esquecida na rota de shows internacionais. Ter o Red Hot Chili Peppers depois de tanto tempo – a última vez foi em 2002 no Gigantinho – foi uma grata surpresa. Eu imagino o que passa pela cabeça do portalegrense e sinceramente também fico chateada, mas é muito mais complicado do que simplesmente uma banda não querer vir. São diversos motivos que tiram nossa capital de rota e esse assunto fica pra outro dia.
Num contexto geral aproveitei o show, entendi muitas coisas que os fãs comentam sobre a banda. Muitas opiniões sobre a mesma eu continuo mantendo e realmente não é o tipo de banda que eu acompanharia. Mas a parte instrumental da mesma é de se admirar, e o carisma do Chad – nosso mais novo Brasileiro – mandando beijos e abraços no fim do show ganhou alguns pontos comigo.
IRONTOM
Esse texto vai sair de uma forma totalmente diferente. Geralmente falamos brevemente da banda de abertura dentro do texto e só. Quando saiu o anúncio da turnê do Red Hot no Brasil, de curiosa, fui atrás do que seria o IRONTOM. Eu sempre fui curiosa por bandas de abertura, acho até injusto que os fãs menosprezem bandas de abertura. Inclusive a banda de abertura BR da vez foi a 69enfermos.
Mas voltando ao IRONTOM, assistindo ao show, eles lembram de certa forma até o próprio Red Hot mas na forma de se apresentar, e para por aí. Inclusive o guitarrista da banda, Zach Irons, é filho de Jack Irons – baterista da formação original do Red Hot.
A banda californiana acabou conquistando o público com seu som pós punk e psicodélico, além do carisma e simpatia do vocalista Harry Hayes. Durante a passagem em cada cidade, a banda fazia posts dos shows que fizeram com direito a legendas em português. Uma curiosidade: a banda apresentou uma música inédita nos shows de Brasília e Rio de Janeiro chamada “Don’t Trust the Ice Cream Man”, que ainda não foi lançada.
A banda foi formada em 2012, e recentemente lançaram o álbum GEL pt. 1, que inclusive é o primeiro álbum que fizeram por conta própria. A banda possui outros dois álbuns de estúdio, partners (2017) e cult following (2020) .
Setlist do Red Hot Chili Peppers em POA
Intro Jam
Can’t Stop
Scar Tissue
Snow ((Hey Oh))
Here Ever After
Terrapin (cover de Syd Barrett )
Havana Affair (cover de Ramones)
Eddie
Parallel Universe
Soul to Squeeze
Me & My Friends
Strip My Mind
Tippa My Tongue
Tell Me Baby
Californication
What Is Soul? (Cover de Funkadelic)
Black Summer
By the Way
Bis:
Sir Psycho Sexy
They’re Red Hot (Cover de Robert Johnson)
Give It Away