Na sexta-feira (10) a cantora e compositora ítala-brasileira radicada em São Paulo, Lori, lançou seu álbum debut, Cuore Aperto. Confeccionado ao longo dos anos, a artista reúne 15 canções ao longo da sua odisseia pop, que explora diferentes ritmos, moods e tendências do gênero, algo fruto de sua vasta pesquisa. Além de cantar canções em diferentes línguas, inclusive em italiano, a artista trás feats com o rapper mineiro FBC e a cantora candanga Natália Carreira.
O material ainda reúne colaborações com Lumanzin, soul.za, André Checchia, LIS2u, Viridiana, produção musical, mix e masters de Gabriel Nascimento e Kim Venus.
“O nome do disco vem do italiano, peito aberto, como uma viagem, uma jornada em busca de abrir-se para a vida e para si mesma. Canto partindo de um lugar de sofrimentos e mágoas no caminho, até conseguir olhar pra mim e viver uma libertação por meio do amor e da espiritualidade”, revela a artista que revela em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos como o campo vibracional das emoções acabou influenciando nos seus processos
Em um processo que vem desde o lançamento do EP Vênus em Virgem (2019), que na época destacamos no Hits Perdidos, o novo material além de multifacetar diferentes contornos da complexidade da atual música pop poderia se dividir em duas partes, como recomenda que ele pode ser ouvido. Sendo uma parte mais densa emocionalmente e outra que te convida a abraçar outras frequências e elementos do seu universo mais íntimo.
Sintetizadores, batidas, grooves, experimentações, camadas, urbanidade, vivências, armadilhas e tentações, tudo tem espaço na órbita de um disco que se entrega a locomotiva das emoções e o lado camaleônico do que é o pop enquanto identidade. Ela acessa o seu próprio campo gravitacional para além da experiência do autoconhecimento, explorando as possibilidades de um universo em constante movimento.
Conversamos com a artista para conhecer mais sobre o árduo processo e suas vibrações mais altas. Cuore Aperto, primeiro álbum de estúdio da artista, tem composições e direção artística assinada pela própria artista.
Lori: “Com certeza foi uma das melhores partes, sentar e desenhar/escrever/sonhar com a narrativa, com as cores, com a sonoridade.
Pegar o que já tinha escrito e completar com o que ainda queria falar.
Ele foi construído ao longo de alguns anos, então tiveram moldagens e complementos, faixas que entraram por último e ideias que se mantiveram desde o primeiro contato. Ver ele pronto no sentido estético e visual, deixou claro que fazia sentido, que se completava. É o que sinto observando meu conteúdo, a capa, os visualizers, as letras…”
Lori: “Com certeza, sendo uma artista multidisciplinar, é muito difícil pra mim estar fora disso.
Essa também é uma forma para desenvolver e definir minha própria sonoridade: o que tem sempre em uma música da Lori? Como reconhecer isso?
O pop não é um gênero ou ritmo pré definido, ele é um mundo de possibilidades, uma construção de era, um jeito de ir do céu ao inferno.”
Lori: “Foram muitos aprendizados e com certeza finalizar esse trabalho não podia passar desse ano, que originalmente era pra ser pós MDB, mas acabou levando mais tempo, e o lado bom é que possibilitou mais um single/feat de acontecer. Meu planejamento e tempos entre um lançamento e outro, não conseguiram ser o “esperado” do mercado, mas foi o que foi possível pra mim até então, com as complicações que tive.
Sobre os feats, acho que eles juntos conseguem sintetizar o que sou, de onde venho, e onde quero estar. Seja colaborando com um artista grande e foda da qual sou fã há anos; com uma artista mulher que se tornou minha amiga, e que já tem mais tempo e experiência de carreira; com dois artistas locais que quero ver crescer junto comigo.”
Lori: “O que definiu isso foi a divisão da intro “Roxo Profundo” e do interlúdio “Me adoro”, que são uma relação de desamor/amor. Me inspirei muito na escala Hawkins de emoções, que fala da frequência vibracional de cada uma e nos dá possibilidade de “subir” nesse ranking.
Aí fui colocando as faixas pré ou pós interlúdio, a depender das emoções que elas carregam.
Por exemplo: Insegura no pré, Popstar no pós. Vai ser melhor? no pré e Quero ir com você no pós.”
Lori: “Olha, eu acho que é uma possibilidade fácil e acessível, apesar de muita gente ainda lutar contra isso (porque é realmente desafiador aprender a se comunicar assim). Eu não tenho muitos recursos, então vou contar com o conteúdo orgânico e se for possível impulsionar o que der melhores resultados.
Atualmente conto com o trabalho de uma parceira, a Sandra Campos, e venho aprendendo muito a como me comunicar e crescer nas minhas redes.
Trabalhar com a assessoria da Julia Ourique desde 2019, com certeza foi uma escolha muito boa e que nos abriu várias portas, esse também foi o primeiro lançamento que investi na plataforma Groover.”
Lori: “Eu gosto de ver meu álbum como se fossem estações de uma mesma rádio, completando o que falei sobre os degraus das emoções.
Existem elementos em comum entre todas as faixas: os sintetizadores como elemento principal, o uso das orquestras, as cordas, metais e sopros.
A doçura do vocal mesclada com uma certa “sacanagem”.
Com certeza transitar entre as “vibes”, mas sempre mantendo uma conexão e narrativa do todo, ajuda a estabelecer esses diálogos.”
Lori: “Eu amo, né? Me sinto cada vez mais conectada com a música eletrônica, seja através do electropop, house, eurodance e funk, é um caminho que definitivamente já tô explorando pro futuro.”
Lori: “Eu fico muito por dentro do que está acontecendo aqui e fora do Brasil, porque antes mesmo de ser artista, sou uma pessoa apaixonada por música e gosto de acompanhar o que tem de bom e de novo. Também fico achando engraçado o quão capaz nós somos de ler tendências, fazer algo dentro disso, mas: ou não conseguir lançar a tempo antes do mainstream, ou ver o mainstream fazendo sucesso com algo que lançamos há um ano atrás.”
Lori: “Toda a minha juventude tá sendo vivida aqui, né? É uma cidade cheia de contrastes, que a gente ama e odeia, com seus universos e bolhas. Posso dizer que essa dualidade está presente no Cuore Aperto, e até ouso comparar com o centro de São Paulo: clássica e futurista, com suas “belezas e feiuras”.”
Lori: “Tem faixas para todos os moods: andar de carro na estrada, dançar no rolê ou sozinha em casa, num date com a pessoa desejada…muitas músicas inclusive tem ambientação: barulho de bar/restaurante, chuva, tem até a faixa perfeita pra ouvir na praia: Al Mare. Eu, usuária de transporte público, sempre tirei uma brisa ouvindo álbuns no ônibus/metrô! Acho que esse ambiente sintetiza de maneira perfeita o que quer que você esteja ouvindo, então recomendo também.”
Lori: “Foi um desenho que fiz logo na época que surgiu o símbolo do coração como planeta, uma pessoa que flutuava e brilhava ao abrir seu coração, como se fosse um superpoder. O que não deixa de ser, né? Afinal viver de peito aberto pode ser muito dolorido e nada fácil, mas é uma jornada que tem valido a pena.
Para ter esse resultado, fizemos uma foto em cima de um banco com roupa íntima, tratamos e criamos um fundo, e inserimos o logo 3D desenvolvido em conjunto. Sinto que na escolha de cores, texturas e no lettering, ela representa muito bem o disco como um todo.”
This post was published on 16 de novembro de 2023 9:08 am
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