Ema Stoned lança seu terceiro álbum de estúdio, Devaneio e comenta os processos com exclusividade
Nesta terça-feira (18/07) em Premiere no Hits Perdidos a Ema Stoned, banda de rock experimental instrumental com elementos de post-rock, noise rock, art rock e psicodelia entre outras referências, lança seu terceiro álbum de estúdio. Dentro do trabalho, o power trio pode colaborar no projeto em três faixas com Sue Elie Andrade-Dé (multi-artista, beatmaker e produtora cultural), Paula Rebellato (Rakta, Acavernus) e Dharma Jhaz (travesti multi instrumentista e performer sonora).
O material marca a estreia da banda no selo Before Sunrise Records que recomenda o disco para quem curta música alternativa e experimental com direito a viagens sonoras extra-sensoriais. Entre as referências do novo trabalho estão o jazz fusion, ritmos brasileiros, o rock e uma boa dose de psicodelia.
Antes do lançamento pudemos destacar dois dos singles lançados:
“São as curvas sinuosas, feito um sonho nublado de um semi-acordado onde os fachos de luz ganham vida em um cenário imerso em meio a natureza, que a canção que começa de maneira sorrateira vai ganhando camadas de guitarras melódicas que vão ganhando contornos com a percussão em meio a delírios de quem vai explorando o horizonte e suas possibilidades. Quando você percebe está delirando junto e reverberando entre cada passagem, como se uma força magnética fosse te puxando cada vez mais para um território onde a liberdade se conflita com a realidade. Viver no sonho ou combater?
É nesse espírito, delírio e fúria que “Curva do Sonho” se esvai no horizonte.”, Hits Perdidos sobre “Curva do Sonho”
Já “Spirulina” entrou na nossa lista mensal de Melhores Clipes de Maio!
A viagem sonora em direção ao subconsciente á uma das marcas do lançamento que procura nos delírios e ecos sonoros as curvas para a expansão sonora. Repleto de camadas, feito paredões sonoros, as melodias se confundem com o plano das fantasias e o universo onírico dos sonhos.
Pedimos para as integrantes da Ema Stoned comentarem mais sobre os processos de criação e curiosidades por trás do novo disco. A partir daqui quem assume o comando é a banda!
Devaneio, terceiro álbum de estúdio da Ema Stoned, é um convite ao desconhecido em direção ao subconsciente, evocando aquilo que é imperceptível. Através de camadas de guitarra, sonoridades graves e pulsantes, ritmos hipnóticos, dançantes e passagens melódicas contrapostas por barulhos torvos, Devaneio permite divagar por memórias, fantasias, temores e sonhos. Surgem paisagens, natureza exuberante, seres míticos, vales a serem explorados, visões de vida não limitadas.
O lançamento de Devaneio marca o início de um novo ciclo para a banda e o primeiro álbum de estúdio com a baterista Theo Charbel. Vínhamos compondo desde o início da pandemia e precisamos adiar algumas vezes os trabalhos que viriam a formar o disco, e esse é o momento em que damos a forma ao nosso devaneio. As faixas do disco têm origens de diferentes lugares e tempos. Algumas delas, que já vínhamos tocando em shows, mudaram de nome, como a “Caminhada” e a “Sete Quedas” – composições quase que pré-pandêmicas… Outras vieram de memórias de reuniões longínquas, samples e improvisos que foram tomando forma.
Durante a pandemia fizemos alguns encontros em um sítio no interior de São Paulo que nos ajudou a dar forma ao disco. O tempo estendido de convivência, trocas e criação gerou foram fundamentais pra que a gente explorasse esses sons que já existiam na nossa imaginação há tempos, um deles foi a reunião para o Festival BIKE Convida, que captamos no interior de SP. De lá surgiu o nome do disco, que era ainda apenas um devaneio mesmo.
Faixas como a “Spirulina” e a “Curva do Sonho“, surgiram de registros que a Elke havia feito há tempos dela e da Ale, e lá abrimos nosso baú e delineamos o que viria a se tornar nossos singles pro disco. A “Fumacinha” começou ali também, e só acabou na gravação, que foi de primeira, então o que ouvimos no disco era inédito até para a banda. Muito Além começou na nossa última apresentação antes da pandemia ser assim intitulada, em março de 2020, com a poeta Germana Zanettini.
A gravação que fizemos no Centro Cultural Tendal da Lapa também foi parte desse processo, lá dá pra ver as músicas ganhando forma. Nossos sons vão ganhando forma ao vivo, é o impulso que temos para criar, gostamos de improvisar e experimentar músicas abertas, o disco é um retrato desses experimentos.
Em novembro de 2022 fomos convidadas pra tocar no Festival BR 135 em São Luís, Maranhão. Foi a primeira vez que tocamos no nordeste e também em praça pública após a pandemia. Passamos alguns dias em São Luís após o show e pudemos nos reconectar como banda, conhecer novos músicos e agentes culturais, renovar energias e divagar por novas paisagens.
Os últimos três anos foram de muitas transformações, perdas e balanços para todos. Esse disco tem a leveza que sonhamos e o peso que sentimos ao redor.
As faixas foram gravadas ao vivo, em abril de 2022, no estúdio do Bernardo Pacheco, e, depois de captadas as tracks, Elke e Alessandra se reuniram e gravaram mais overdubs e arranjos, incluindo as vozes no final da “Spirulina”, idealizadas pela Theo.
A participação da Dharma Jhaz no disco surgiu após um encontro musical entre Ale e Dharma na Intercommunal Music, a convite da Sue-Elie Andrade Dé (Purple Produções) que acabou virando uma sessão intimista e sensível de flow e improviso. Após esse encontro, Ale sentiu que havia achado o que estava faltando para completar a música Vale da Lua, composição que já nos acompanhava há algum tempo. Dharma aceitou participar do disco, e sua participação foi captada pelo Alexandre Zatrás, responsável também pela mixagem do álbum. Dharma teve liberdade total para gravar os arranjos, e não poderia ter ficado mais incrível. Camadas oníricas de flauta, sax e vozes, que por horas nos lembram o trabalho de Pharoah Sanders ou até Sketches of Spain com uma levada punk, expandiram a paisagem da música ao infinito.
Também colaboraram no disco Sue-Elie Andrade Dé, na faixa “Caminhada” e Paula Rebellato na “Bico do Corvo”. Além de serem figuras ativas e parceiras nos espaços por onde circulamos, ambas já haviam contribuído com a gente em apresentações ao vivo, exatamente nessas músicas, e achamos que essa soma merecia ser registrada. A primeira troca musical com ambas convidadas aconteceu durante a pandemia no Festival Vertice, em Abril de 2021 na Associação Cultural Cecília.
O primeiro single do álbum, “Spirulina”, ganhou um clipe, ou “Brisa Film”, feito pela Ale. A música e vídeo trazem referências à natureza, imagens captadas durante sua residência-artística no Mirante Xique-Xique, em Igatu, na Chapada Diamantina, Bahia, além de imagens do ensaio fotográfico que a banda fez com a Sue-Elie Andrade Dé no Jardim Botânico em São Paulo). Seus devaneios pela Bahia e lugares no Brasil também influenciaram na definição do nome de algumas faixas do disco, que carregam o nome cachoeiras ou locais na Chapada Diamantina e Chapada dos Veadeiros.
Spirulina
Caminhada feat. Sue-Elie Andrade Dé (guitarra)
Curva do Sonho
Vale da Lua feat. Dharma Jhaz (flauta, saxofone, voz)
Fumacinha
Geni Caju
Muito Além
Sete Quedas
Bico do Corvo feat. Paula Rebellato (voz, corneta, barulhos)
Mixagem por Zastrás Áudio
Gravação por Bernardo Pacheco
Masterização por Celso Moretti
Arte da Capa por Alessandra Duarte
Fotos Por: Sue-Elie Andrade-Dé
Selo: Before Sunrise Records
Produção Executiva: Alessandra Duarte
This post was published on 18 de julho de 2023 10:30 am
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