De surpresa! Terno Rei presenteia os fãs com B-Sides do álbum Gêmeos

 De surpresa! Terno Rei presenteia os fãs com B-Sides do álbum Gêmeos

Terno Rei – Foto Por: Samuel Esteves

B-Sides do álbum Gêmeos é mais um lançamento dos paulistanos via Balaclava Records

Em março de 2022 o Terno Rei lançou seu quarto álbum de estúdio, Gêmeos. Se aproximando de uma sonoridade com maior facilidade de assimilação, o disco trás consigo a nostalgia da juventude dos integrantes, a amizade entre eles e uma boa dose de pop. Na época o baterista Loobas até comentou: “Depois de véio você começa a repensar, né? A gente tá com 30 anos nas costas, vamos continuar esse sonho de muleke? Quando começamos éramos pessoas cheias de vigor aos 20 anos, não que não sejamos mais, mas com 30 anos você já começa a repensar.”

Em sua formação o Terno Rei conta com Ale Sater (voz e baixo), Bruno Paschoal (guitarra, vocais e sintetizadores), Greg Maya (guitarra e sintetizadores) e Luis Cardoso (bateria e vocais).

Sobre Gêmeos, o vocalista e baixista Ale Sater, contou em entrevista exclusiva realizada pela Mari Marvão:

“É um disco que a gente experimenta muito e que tem a produção bem cheia. Ele é experimental, embora ele seja muito pop. Você vai ouvir a mão leve do Loobas na batera, a melancolia na letra e na voz, você vai ouvir guitarra limpa, e nesse álbum você vai ouvir as camadas de synths em várias músicas. A gente tenta trazer mais distorção na guitarra e refrões mais chiclete. “Dias da juventude” é uma música um pouco mais upbeat, com um lado um pouco mais solar. A gente carrega nosso DNA, mas traz experimentação tanto de vibe, quanto de instrumento.”

Agora, de surpresa, e como um presente para os fãs, o Terno Rei apresenta no noite deste10 de julho o EP com B-Sides do álbum Gêmeos pelo selo Balaclava Records.


Terno_Rei_por_Samuel_Esteves - Terno_Rei_por_Samuel_Esteves- B-Sides do álbum Gêmeos
Terno ReiFoto Por: Samuel Esteves

Terno Rei B-Sides Gêmeos

O material de B-Sides do álbum Gêmeos reúne ao todo quatro faixas inéditas do paulistanos, e assim como o disco, tem referências notórias do pop rock muito presente nas rádios dos anos 90 (mas sem perder aquela nostalgia dos anos 80 que aproximou bastante o público em Violeta).

“O processo de produção desse trabalho foi muito mais leve se comparado a trabalhos anteriores. As gravações fluíram bem e as soluções vieram de forma fácil. Estamos mais velhos como banda, mais unidos e com mais certezas sobre o que queremos e gostamos.

Quando gravamos o Violeta em 2018, éramos uma banda em sua prova final, fomos para o tudo ou nada. Já no Gêmeos, foi o contrário: havia bastante expectativa de todos – nossa, dos produtores, dos fãs, daqueles que nos rodeiam. Foi um trabalho mais estressante e demorado, embora tenha sido importante também essa imersão em cada detalhe. A gravação dosB-Sidesfoi bem tranquila e tornou o processo muito prazeroso em estúdio”, pontua Ale Sater

Apesar de serem faixas compostas entre 2020 e 2021, as três primeiras faixas do registro (“Mercado”, Chuva” e “Mantra”) foram gravadas entre março e abril de 2023, no Estúdio AMA, em São Paulo, por Amadeus de Marchi, músico e produtor que também trabalhou nos dois álbuns recentes da banda. Já “Cores Vivas”, canção que é cantada por Bruno Paschoal, que também assume a função em “Estava Ali, do Violeta, foi produzida em Curitiba, na época das gravações de Gêmeos.

Sobre a fase distinta do disco que os levou a popularidade comercial, Bruno revela:

“Acredito que esse disco nos abriu muitas portas e trouxe uma solidez para a banda, mostrando que não somos pautados por algumas músicas que funcionam para um certo público. Estamos compartilhando histórias das nossas vidas pessoais e o que vivemos na estrada, momentos que fazem parte da nossa carreira e da nossa amizade, e as pessoas vêm se identificando com isso. É legal ver que o reconhecimento vem chegando, fazendo sempre tudo com muito cuidado, tendo o suporte da Balaclava e de uma equipe técnica afiada e de produtores, dentro e fora dos palcos”


Terno_Rei_por_Samuel_Esteves - B-Sides do álbum Gêmeos
Terno ReiFoto Por: Samuel Esteves

O Parecer

“Mercado” tem como seu porto seguro a atmosfera mais contemplativa e de conseguir tirar o sufoco do peito. De certa forma ela é daquelas que consegue dialogar tranquilamente com o conjunto do disco por sua uniformidade perante o que foi apresentado anteriormente.

Bastante descritiva a com capacidade de transportar o ouvinte para cenários solitários como o de pegar uma estrada chuvosa refletindo sobre as pequenas coisas, e momentos da vida, “Chuva” trás consigo o começo do se reerguer depois da queda. Sua estética com violões nos leva diretamente para a atmosfera dos acústicos da MTV. Já as guitarras para os anos 90, em questão de propostas artísticas, onde isso era bastante viável como no caso dos Lemonheads e dos Cranberries.

Trabalhando muito bem as ambiências – e plasticidade – “Mantra” é autorreflexiva e também de autoaceitação em sua essência. Daquelas com capacidade de mudar de significado a cada fase diferente da vida que estiver passando. Essa magia em que só a arte nos proporciona, onde o acúmulo de vivências faz tudo ganhar novas cores, cenários e perspectivas.

A mais solar, e com arranjos que se aproximam do shoegaze, mas sem perder a característica e apelo pop. É daquelas que facilmente irá pegar o público por conseguir condensar a característica de balada e a nostalgia que as guitarras, um pouco mais tortas, e os sintetizadores, entregam. Tem cara de música que pode ganhar um clipe legal? Com certeza.

Faixa a Faixa por Ale Sater

Ale Sater preparou um faixa a faixa para contar mais sobre os nuances de cada faixa presente no material de inéditas e você confere em primeira mão por aqui, assim podendo entender mais sobre a visão do artista sobre o processo de feitura.

“Mercado”

“É uma canção bem madura do nosso grupo de músicas melancólicas, com uma letra imagética e confessional. Usamos nossos elementos preferidos nessa música – arranjos de guitarra entrelaçados, timbres que trazem muito a nossa ‘cara’, com baixo e bateria mais simples e camas de sintetizadores. Ela tem bem a marca que moldou nosso som ao longo dos anos. Na época da gravação do Gêmeos, teve gente do nosso time que torceu demais para que ela entrasse no disco.”

“Chuva”

“Assim como em “Mercado”, considero ela bem ‘a cara do Terno Rei‘, numa linhagem que gostamos muito de rock alternativo, com solo de guitarra no final e a dinâmica da música como um todo. Começa calma, tem um ápice não-épico e encerra de forma marcante. A letra é bem simples e direta. Foi um dos últimos sons que fizemos para o disco. Com a correria intensa das gravações, não conseguimos solucioná-la na época.”

“Mantra”

“Tem um tema inicial que fica na cabeça e um refrão forte. Vejo ela como uma música mais séria. Surgiu bem no meio do Gêmeose cresceu bastante ao longo da produção do disco, mas não chegou lá a ponto de entrar na escolha final. A letra toca num tema bem específico de autoconhecimento que eu gosto muito.”

“Cores Vivas”

“Essa foi a última composição para o Gêmeos e também acabou ficando de fora por não termos conseguido finalizar a produção. Ele está na onda de “Esperando Você”, “Dias da Juventude” e “Internet”. É uma música bem nostálgica. Tem poucos arranjos, é mais alegre e direta. Acho que vai ser uma música bem divertida de tocar nos shows.”

Ficha Técnica

Produção:
Amadeus De Marchi
Janluska
Gustavo Schirmer (em “Cores Vivas”)
Terno Rei

Mix e Master por Nico Braganholo.
Lançamento: Balaclava Records.

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