Em 2 dias de festival, MITA RJ reúne atrações que mesmo diferentes, se complementam

 Em 2 dias de festival, MITA RJ reúne atrações que mesmo diferentes, se complementam

Haim se apresenta pela primeira vez no Brasil dentro do MITA RJ – Foto Por: @arielmartini

Após o MITA RJ, festival desembarca em São Paulo no fim de semana

Em um fim de semana ensolarado no Rio de Janeiro, aconteceu a segunda edição do MITA Festival. O evento, que ainda passará por São Paulo no próximo fim de semana, propôs atrações que atendiam a todos os públicos.No sábado, quem abriu o dia foi Larinha, que teve participação de MC Carol, Slipmami e Ebony, que já deixavam o público animado e dançando. A banda Gilsons, tocou no Palco Deezer e fez a alegria dos fãs ao trazerem um show mais autoral, contando com sucessos como “Love Love” e claro, “Várias Queixas“, que finalizou a apresentação com um público se sentindo muito próximo da banda e que se pudesse, ficaria mais uns bons minutos ali repetindo o refrão da música.


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Gilsons no MITA RJFoto Por: @arielmartini

Badbadnotgood

A Banda Badbadnotgood apresentou um verdadeiro espetáculo, que fez com que os ouvidos mais atentos pudessem apreciar um pouco mais de uma hora de seus grandes sucessos, que contou com a participação de uma orquestra e do pianista Arthur Verocai. Os artistas apresentavam uma grande sinergia, proporcionando à plateia, um misto de sensações.

Jorge Ben Jor


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Jorge Ben Jor no MITA RJFoto Por: @pereira_pedro

Enquanto isso, Jorge Ben Jor, um ícone da música brasileira, se preparava para entrar no outro palco do festival. Embora apreciado por muitos, o show estava um pouco mais vazio e contou com algumas falhas técnicas desde o início. Em “Salve Simpatia”, uma das primeiras músicas da setlist, era possível ouvir o som estourado e o telão do palco com alguns atrasos. Porém, o cantor não se deixou abalar e continuou a apresentação, que contou com diversos hits como “Santa Clara Clareou”, “Quero Toda Noite”, “País Tropical” e “do Leme ao Pontal”.

Conhecido por não fazer setlists antes dos shows e tocar no improviso, é muito bonito e incrível ver a sintonia do cantor com sua banda. Nenhum tempo é perdido durante as músicas, todas as batidas soam perfeitas. Com um público um pouco mais jovem, o nome de Jorge Ben poderia até destoar um pouco do line up do festival. Mas acontece que uma entidade como ele, não se perde a chance de ver nunca.

Flume


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Flume no Dia 1 do MITA RJFoto Por: @arielmartini

O show acabou sendo cortado no final, pois acabou ultrapassando o tempo e o DJ Flume já estava no palco. Transformando a arena do Jockey em uma verdadeira rave, o músico trouxe algumas participações especiais no show e colocou todo mundo pra dançar.

Planet Hemp e sua Esquadrilha da Fumaça


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Planet Hemp no MITA RJFoto Por: Pedro Pereira

Um dos destaques da noite, o Planet Hemp colocou a energia lá em cima trazendo diversos sucessos da carreira. Mal haviam trocado uma palavra com a plateia e já estavam pedindo para as rodas serem abertas. Com cruzes de ponta a cabeça viradas no palco, eles abriram a noite já protestando, com a música Distopia, seguindo com uma homenagem a Marcelo Yuka. Em “Dig Dig Dig”, o público cantou o refrão alto. A dupla BNegão e Marcelo D2 mostra muita afinidade ainda depois de todos esses anos.

“A roda é o coração do show sempre”, BNegão disse ao pedir para que a roda aumentasse, pois agora viriam as músicas mais hardcore da banda. 

No meio do show, enquanto a roda girava, a banda cantava uma gira, enquanto D2 exclamava: “Isso aqui tá parecendo um grande circo voador”.

Em Contexto, era audível a resposta a quem chamava a fumaça: Planet Hemp. Enquanto isso, não havia mais dúvidas: A banda havia conquistado o festival. No fim da música, D2 levantou uma bandeira contra os fascistas.

O Tropkillaz foi anunciado com muita alegria pela banda no palco, que estava muito feliz em fazer esse feat pela primeira vez. Com um sample da música baiana, eles entraram no palco.

“A gente vai fazer um som que deu origem ao novo álbum do Planet Hemp“, BNegão disse ao introduzir “Jardineiro”, música no novo trabalho da banda. Em meio a música “Zerovinteeum”, a banda fez uma homenagem a Marielle Franco. “Hip Hop Rio”, música que não entrava há mais de 20 anos no setlist da banda, foi tocada, seguida por uma homenagem a Mr. Catra com a música “Isqueiro”.

Lana Del Rey


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Lana Del Rey no MITA RJFoto Por: @arielmartini

Embora a banda tenha concentrado grande parte do público da noite, a estrela e headliner do primeiro dia, Lana Del Rey, já estava se preparando para entrar no Palco Corcovado. Muitas pessoas se amontoavam, tentando garantir uma melhor visão e em poucos minutos, já era impossível conseguir enxergar algo. A cantora entrou com um atraso no palco, o que impactou na duração de sua apresentação. Porém, quando pôs os pés ali, ninguém se importava mais. Sendo carregada por seguranças e usando uma peruca loira, fazendo uma homenagem a Marilyn Monroe, ela abriu a noite com A&W, com muitos gritos de fãs emocionados. Trocando de roupa no meio do palco, a cantora fez uma pequena atuação ao cantar Bartender.

Era nítido o quanto Lana estava feliz por estar ali naquele momento, distribuindo sorrisos a todo instante. Também era possível perceber que ela queria estar mais perto da plateia, porém por um problema logístico com as grades da pista premium, não foi possível.

Nem por isso, ela deixou de interagir com os fãs. Em todos os instantes, havia uma troca muito grande e recíproca de carinhos, mesmo com a distância do palco para a plateia. Em “Pretty When You Cry”, ela se deitou no chão e cantou, trazendo uma certa energia de intimidade com a plateia, em que muitos falavam que era sua música favorita.

“Born to die”, uma música antiga da cantora, parece ter trazido nostalgia ao público. “Blue jeans”, animou todos em seguida. “Venice Bitch” trouxe uma certa surpresa à Lana, que ficou chocada com o quão alto o público podia cantar.

O show, que seguiu uma paleta de cores durante a maioria do tempo, ganhou tons mais quentes em Summertime Dadness, que fez os fãs muito felizes ao ouvirem.

Lana garante um grande espetáculo, principalmente para seus fãs, que estavam saudosos. Extremamente performático, se você piscar em algum momento, perde algum detalhe. No entanto, esse excesso de performances, danças e tudo mais, pode fazer com que em algum momento, acabe se perdendo a energia do show. Por mais que para os fãs tenha sido incrível (e é por eles que ela estava lá, com certeza), muitos que estavam tendo sua primeira experiência com a cantora, poderiam afirmar que foi um bom show, mas morno.

Segundo dia do MITA RJ

Já no domingo, o Scracho foi uma das primeiras apresentações do dia. Antes deles, Sabrina Carpenter, Carol Biazin, Jean Tassy e Yago OProprio já haviam se apresentado.

Scracho


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Scracho no MITA RJFoto Por: @arielmartini

Reunindo-se pela primeira vez desde o ano passado e retornando de uma grande pausa, o Scracho é um grande expoente do cenário de rock dos anos 2000. Em um show repleto de hits, a banda convidou o cantor Baia para uma participação, cantando uma música de autoria dele, “Tu”, e um cover de “Que Saudade D’oce”.

Se os fãs estavam felizes, eles também estavam. A todo momento, era possível ver uma interação e uma conversa da banda com o público. Uma homenagem a Rita lee também foi feita com a música “Mania de Você”, cantada por Dedé. Era incrível como ela flutuava nos tons da música, se adequando perfeitamente.

“Guardando Morena”, um dos maiores sucessos da banda, para o final, Caio, o vocalista, agradeceu ao público e disse que estava muito feliz por fazerem o seu show de reunião no festival.

Encerrando o show com “Som Sincero”, uma das músicas mais conhecidas, o Scracho mostrou que ainda tem seus fãs fiéis, que cresceram com a banda e ainda levam suas músicas consigo, como uma lembrança boa da adolescência

A Volta do NX Zero aos Palcos


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O show da volta do NX Zero no MITA RJ. – Foto Por: Bia Azevedo

E se a gente tá falando de adolescentes dos anos 2000, eles realmente foram muito felizes nesse dia: A banda NX Zero foi a próxima a se apresentar.

Também fazendo uma reunião depois de um hiato, eles trouxeram um setlist pra nenhum fã colocar defeito. “Além de Mim”, “Cedo ou Tarde”, “Ligação”, e claro, “Razões e Emoções”, não ficaram de fora e garantiram um público feliz e atento a tudo o que eles faziam em palco. A troca foi muito bonita e é perceptível que, foi um bom presságio de começo de turnê.

Haim


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Haim no MITA RJFoto Por: @arielmartini

As irmãs Haim garantiram um dos melhores shows da noite e quem sabe até, de todo o festival. Entraram sem firula, já cantando e com uma guitarra que fazia uma introdução que aqueceu o público e fez pular desde a primeira música.

“Don’t Save Me” fez o público cantar alto. Foi a primeira vez que a plateia se empolgou tanto durante todo o dia. As irmãs exploraram carisma a todo momento e demonstraram carinho com a plateia, sendo completamente correspondidas.

No final de “I Know Alone”,o trio veio a frente do palco e fez uma coreografia que era sincronizada com o telão. A plateia entoou um “We Love You!”, que foi correspondido por um “Obrigado, Rio!”. Este, a baixista, depois de fazer um pequeno discurso, se emocionou com o carinho do público Em seguida, pediu apenas três coisas às pessoas:

  1. Vocês vão dançar pra caramba
  2. Vocês vão cantar pra caramba
  3. Vocês terão a melhor noite da vida de vocês.

A plateia as chamava de gostosas, enquanto elas respondiam: o quão louco é isso?

Este também confessou que uma de suas heroínas de quando era criança, era a Xuxa. (O que faz sentido, considerando a introdução do show). Em seguida puxaram o hino Ilariê, fazendo o público cantar tudo a capela, enquanto ela dizia que isso era um sonho. A banda a todo momento se mantinha em sintonia com o público e interagia. Elas estavam felizes de estar ali.

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Este Haim é a maior fã da @Xuxa que você já viu! #HaimNoMultishow #MITANoMultishow

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Depois, disseram que queriam ir a algum lugar depois do show e que haviam recomendado dois lugares: Comuna e Bukowski, dois bares bem conhecidos pela zona sul do Rio de Janeiro. O que foi prontamente negado pelo público, que dizia pra elas irem pra lapa.

Danielle começou a próxima música e disse que essa era a favorita dela. Elas pediram para que o saxofonista, Michael, tocasse como estava se sentindo naquele momento. Em seguida, as irmãs começaram a acompanhá-lo. Em “Forever”, Danielle pediu pra recomeçar, porque haviam perdido o tempo. E tudo bem, todo mundo cantou de novo.

Ela segurou um solo incrível, enquanto era acompanhada pela plateia que cantava e batia palmas. Enquanto era desafiada pela banda a mostrar o seu melhor e aumentava o barulho do que poderia ser considerado um feat com a plateia.

A banda, que fez sua primeira apresentação no país, encerrou a noite tão encantada com o público quanto ele com elas. Elas estavam felizes e emocionadas e isso era recíproco. Por favor, Haim: Voltem novamente

Florence + the Machine

Pouco tempo depois, uma multidão enlouquecida gritava ao apagar as luzes e era possível ver muitos arranjos florais como decoração de cabeça. A euforia tomou conta do local e ao entrar no palco, Florence + the Machine, uma das apresentações mais aguardadas do festival,  foi ovacionada, enquanto parecia flutuar pelo palco e sorria para o público.

“King” fez com que as pessoas cantassem como se estivesse vivendo um dos momentos mais emocionantes de sua vida. Era bonito de ver, enquanto Florence parecia estar vivendo uma espécie de redenção.

“Ship to Wreck” trouxe vida ao festival, com todos pulando desde o começo. E a cada música que se começava, era possível ouvir gritos ainda mais altos.

A cantora disse que estava feliz em estar no Brasil e perguntou se as pessoas podiam fazer algo por ela: guardar os telefones e levantar as mãos, para curtirem o show. E pediu para que as pessoas se abraçassem entre si no meio do público.

Após, pediu pra que todos cantassem pulando junto com ela e assim, foi a primeira vez que foi possível sentir o chão do MITA RJ tremer. Em seguida, ela desceu para o público para começar a cantar “Dream Girl Evil”, quebrando a distância que já nem parecia existir.

“Big God” foi a música que trouxe o peso que o show precisava. Ainda assim, era possível ouvir a plateia cantando mais alto que a cantora e parecia uma espécie de culto, onde a cantora abençoava seus fãs. A guitarra potente da música seguinte, “What Kind Of Man”, mexia com os corações e realmente dava vontade de poder fazer parte do que parecia ter se tornado algo muito particular. O coro das pessoas tornou a música algo muito poderoso.


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Florence + The Machine encerra o segundo dia do MITA RJFoto Por: @arielmartini

Era incrível como em cada música, o público a acompanhava do começo ao fim. E não tem como dizer que há artista que explore melhor o palco do que ela.

É necessário fazer um elogio gigante aos músicos que a acompanham: que banda potente! O show consegue ter uma harpa junto a uma guitarra e flutuar de vibes mais pesadas, do rock ao pop e ainda assim, não perder o punch.

Depois de uma pausa, a cantora voltou e agradeceu ao público e falou sobre o tempo que ficou sem vir ao país. E que iria cantar uma música que cantou há 10 anos atrás, quando esteve aqui. Ao acabar “Never Let Me Go”, ela estava emocionada e agradecida, pelo público que a acompanhou durante todo o momento.

Agradecendo a energia do público, Florence se despediu dele e ele dela, porém sem muita vontade de fazer isso. Não há palavras para descrever o que foi proporcionado naquele último instante de festival, a não ser: Emocionante.

A princípio, o line up do MITA RJ pode ter parecido muito diferente entre si. Mas a verdade é que quando juntamos apaixonados por música, não há diferença de ritmos que quebre essa paixão e emoção juntas. A música une as pessoas e é isso o que faz a gente sempre querer voltar pra um show: a sensação de pertencimento.

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