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illinoise coloca em cheque nossas epifanias em novo single duplo

illinoise coloca em cheque nossas epifanias em novo single duplo que chega acompanhado de videoclipe

Em novembro do ano passado apresentamos o single de estreia do projeto illinoise (“Bad Vibes Only“), um sexteto de post-hardcore de da capital paulista. Beatriz Limeres, Luisa Phoenix, no baixo e backing vocals, além de Lucas Cassoli, Danilo Lourenço (bateria), Johnny Manfredi e Rafael Marzullo agora apresentam “EPIFANIA”, seu mais novo single que conta com a faixa bônus  “a dança dos continentes”.

O material foi gravado e mixado no Estúdio Toth por Danilo de Souza e Fe Uehara da Bullet Bane e compõe o EP de estreia programado ainda para o primeiro semestre. Entre as referências do projetos eles citam: “Paramore, Saosin, Circa Survive e Tiny Moving Parts. Também temos como referência grandes nomes nacionais como Fresno e Bullet Bane.”, ressaltam os paulistas

“Acho que é por isso que a gente brinca dizendo que a gente é o Emo Chic, porque a gente tem muita essa preocupação com a estética da música pela música. Seja na melodia, que reflete os sons que tocam nossa alma, até as letras que compomos juntos numa espécie de terapia em grupo. Aliado a isso, tentamos nos afastar dessa reciclagem do gênero que tem rolado muito, principalmente por parte de artistas que nunca nem foram emo, nem lá atrás e nem agora.”, revelou Beatriz durante o lançamento do projeto em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos


illinoise.- Foto Por: Fábio Junior

illinoise “EPIFANIA”

Sobre a composição Johnny revela que “EPIFANIA” tem como inspiração “sentimentos enlatados na garganta” que fazem como que eles reflitam sobre a forma pela qual se revelam exagerados e o que se espera de nós mediante as mais diferentes formas de relacionamento.

Eles ainda dissertam que o fato da melodia ser dançante, ao mesmo tempo que agressiva, contrasta propositalmente com o desabafo dos versos da canção e tem como premissa acenar aqueles que encontram maneiras de sobreviver a cada dia apesar de todas as adversidades.

A faixa apresenta guitarras rasgadas e vocais que permitem compreender os nuances de uma mente que procura respostas para obstáculos, desafios e até mesmo paranóias, independente de serem reais como frutos da nossa autossabotagem e epifanias do dia a dia. O que pode ser extendido além dos problemas em relacionamentos para problemas em empregou ou brigas familiares.

Já o lado b, “a dança dos continentes”, traz uma surpresa no estilo em relação aos materiais apresentados até o momento. Fãs de math rock e post-rock irão se identificar com as texturas de guitarras e distorções escolhidas para a faixa que tem arranjos cortantes para falar sobre a falsa calmaria dos mares – e até mesmo a surpresa de uma flauta. Se geralmente esses estilos contam com faixas longas, eles fogem a lógica e apresentam uma canção com pouco mais de 2 minutos e sem ficar presa em refrães.

“O Danilo (baterista) é meu amigo desde que eu tinha 10 anos de idade. E o tio dele sempre que eu ia na casa do Danilo ficava mostrando uns CDs para gente. Mostrava uma músicas. E era um cara que manja muito de música, é DJ de hip hop mas gosta muito de post-rock, de new metal, e tal e ele me apresentou o toe (banda japonesa de math rock). Quando ele me apresentou aquilo minha cabeça mudou. Falei “nossa, não sabia que aquilo era possível fazer isso com a guitarra”.

E desde então virei fã da banda, ouço quase todo dia. Meu sonho como guitarrista era um dia lançar uma música que tivesse algum elemento do math rock/post-rock que muita banda do midwest emo também usa, esse tipo de padrão de guitarra, usando o pedal note, e aí tava brincando um dia em casa e gravei esse riff. Na sequência mandei pro Lucas, produtor da banda e guitarrista, e falei: “Cara essa música chama “a dança dos continentes”, eu não tenho letra para ela ainda mas ouvindo esse riff me deu essa sensação de “as coisas mudam, demoram muito para mudar, e quando a gente percebe já mudou totalmente e a gente nem é mais quem a gente era antes.

Tem muita banda lá fora que faz esse tipo de som, tem até bandas novas que eu acompanho, como Sweet Pill, por exemplo, e eu queria que tivesse muitas mais bandas no Brasil. E até tem. Eu queria ver mais na ativa, ver mais shows deles. Tipo eliminadorzinho, gorduratrans, E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante, são bandas que eu ouço muito e gosto de trazer para o som da illinoise. Porque é aquilo, cada um gosta de um estilo de música. A Bia gosta muito de pop punk, a Luisa gosta de new metal, de Bad Omens, Spiritbox, o Lucas já mais um cara que gosta de Underoath, uns emo antigão e eu gosto dessas maluquisses de math rock, do toe, do Tiny Moving Parts e tal. E eu falei: “se a gente misturar tudo isso vai ficar muito legal”. Daí o Rafael do nada me mete uma flauta transversal. Ele levou para a gravação e falou vamo fazer? Eu falei: “vamo, demorô!

Eu fiquei muito orgulhoso, dos três trabalhos da illinoise é a que me dá mais orgulho. Não só pelo riff ter sido originado em casa mas muito pelo significado, fala muito sobre o que nós como banda estamos vivendo mas também da nossa individualidade. Cada um está passando por coisas muito pesadas na vida pessoal. E nem sabemos mais quem somos, a gente tá em constante mudança. Eu acho que essa loucura do math-rock, esse riff meio ping-pong, me parece isso, uma partida de ping-pong eu contra eu mesmo. Entende?”, relata Johnny em bate papo com o Hits Perdidos

As mudanças, a procura de paz, as epifanias e a percepção de tempo unindo o conceito de ambos lançamentos.



This post was published on 17 de março de 2023 12:00 pm

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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