Djonga lança clipe de “conversa com uma menina branca” e destaca ter sido sua melhor produção
Djonga destaque que o vídeo “conversa com uma menina branca” é a “melhor produção que já fizemos”
O Dono do Lugar, novo disco de Djonga que estreou em 13 de outubro nas plataformas digitais, quebrou a tradição de lançar seus discos sempre no dia 13/03. A produção ainda conta com uma capa que faz analogia à obra de Miguel de Cervantes, “Dom Quixote”, através dos Moinhos de Consuegra, e levanta o questionamento: contra quem estamos lutando?
A capacidade de produção do rapper é algo a se ressaltar, tendo lançado desde 2017, um disco por ano: Heresia (2017), O Menino que Queria Ser Deus (2018), Ladrão (2019), Histórias da Minha Área (2020) e NU (2021). O novo registro é um lançamento de seu próprio selo, A Quadrilha, lançado em 2020, e que tem tido importante papel revelando novos talentos para todo o Brasil.
A ideia do disco partiu de um momento em que o artista estava desesperançoso por causa da pandemia, amargurado e a vida não vinha seguindo o fluxo que ele queria, já que sentia saudades dos palcos, e estava um pouco ressentido com o lançamento de Nu, álbum anterior, onde ele afirma que não foi finalizado como esperado.
“Comecei a achar que o problema era lançar disco, já que vivemos essa febre dos singles. E eu gosto de disco, que seja uma obra conceitual de ponta a ponta e isso martelava na minha cabeça, mas a volta aos palcos me ajudou a colocar as ideias no lugar e aí surgiu a ideia para este trabalho”, relembra Djonga sobre o fluxo de lançamentos da indústria
O material reúne ainda parcerias com nomes como eu Vulgo FK, Sarah Guedes e Tasha e Tracie.
Ontem o rapper lançou também uma versão para “Travessia”, canção que celebra os 80 anos de Milton Nascimento.
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“A melodia é bonita, a letra é bonita; quando estou ouvindo “Travessia”, sempre fico emocionado, ela me traz uma lembrança muito forte de infância”, conta Djonga.
Djonga “conversa com uma menina branca”
O disco passa por assuntos delicados e um deles reverbera com mais força em “conversa com uma menina branca” que fala justamente sobre a masculinidade preta. O rapper destaca que a produção audiovisual é melhor que já fez.
“Esse som representa muito no disco. Foi feito pra gerar debate e já gerou, ela que trata de uma questão muito forte, sabe? Eu já fiz muitos trabalhos que são direcionados ao homem branco, mas dessa vez eu quis falar sobre a relação do homem preto com a mulher branca, falar sobre as nossas concepções quando esse relacionamento acontece, achava importante trazer esse debate através da música”, frisa Djonga.
Para a produção audiovisual o rapper mineiro utiliza do plano sequência, inclusive, ele assina a direção do videoclipe ao lado de Túlio Cipó e foi gravado em Belo Horizonte.
“É um clipe que vai acontecendo de uma vez e vai surpreendendo pela troca das meninas, sem cortes. Conceitualmente é muito legal e com com movimento sutil da câmera”, destaca o mineiro
“A inspiração para este vídeo veio junto com a letra, assim que eu a escrevi eu já visualizei como ficaria a parte audiovisual, o que não é algo que acontece sempre, mas dessa vez foi muito claro pra mim”, complementa o cantor.
“Esse trabalho ficou sensacional, clipes mais produzidos assim são um desafio muito massa. O Djonga chegou com a ideia já concretizada e eu executei, cuidei da direção, fotografia, iluminação e dinâmica. As ‘meninas brancas’ vão trocando ao longo do filme, sem cortes, e elas quebraram tudo.
Foi sem dúvida nossa melhor produção, que ainda contou com a Bia Nogueira na escolha das personagens. É um trabalho que já está no mundo, já saiu do nosso controle e temos certeza de que as pessoas vão gostar e se identificar”, afirma o diretor Túlio Cipó