Hateen anuncia turnê pelo Brasil para celebrar os 11 anos do álbum “Obrigado Tempestade”; leia entrevista exclusiva
Viver muitas vezes é a oportunidade de celebrar os grandes feitos da nossa própria jornada. E o Hateen traz consigo uma história de quase 3 décadas sendo um dos nomes mais lembrados como um dos grandes nomes do hardcore melódico (que os gringos chamam de punk rock melódico) e emo nacional. Tendo fundado a banda em 1994, Rodrigo Koala também teve a oportunidade ao longo da carreira de integrar uma das principais bandas de hardcore brasileiro, o lendário Street Bulldogs. Hoje o Hateen anuncia a turnê para comemorar os 11 anos do aclamado Obrigado Tempestade.
A ideia era comemorar a data no ano passado, quando este completou 10, porém em decorrência da pandemia, fazia muito mais sentido celebrar a história ao lado dos fãs, sendo assim, a festa foi adiada para 2022.
O que traz para a roda de conversa uma outra história envolvendo o lançamento ainda em 2011. Koala lembra que na época o lançamento de Obrigado a Tempestade foi planejado para acontecer no dia 11 do mês 11 (novembro) de 2011, às 11h11.
“Uma brincadeira, sem nenhuma simbologia. Apenas nos aproveitamos da data, já que era quase fim de ano”, lembra Rodrigo Koala, vocalista do Hateen
“Acabou que, com a vacinação, só agora conseguimos pensar num giro, e coincidentemente, de 11 anos!”, lembra da motivação para a turnê sair do papel Koala
A princípio a ideia seria uma turnê com apenas 11 datas, mas esta seria uma marca impossível do Hateen manter, afinal, se trata de uma aguardada turnê, alusiva a um álbum que marcou histórias de muitas pessoas. Por isso, no total ela reunirá 19 datas passando pelo Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, terá diversas bandas locais nos shows e é uma realização da produtora Powerline. As datas acontecem entre outubro e dezembro deste ano,
O caráter otimista do disco e de vencer as batalhas que o disco propõe são celebrados pelo músico que relembra a importância disto em nossas vidas.
Obrigado Tempestade, percebemos, voltou a ter muito peso nestes últimos anos de pandemia. É um disco que fala de vencer adversidades, superar desafios e sair do lado de lá destes entraves, de cabeça erguida para seguir adiante. Tem muito sobre esperança de vencermos batalhas da vida. Casa muito bem com tudo que passamos recentemente”, frisa Koala
Sobre o legado de Obrigado a Tempestade, ele lembra com carinho de todo apoio que teve tanto dos amigos como pelo impacto imaterial com os fãs.
“Escrever era mais difícil e fazer um segundo disco em português foi um desafio. Tivemos sorte de ter grandes amigos que ajudaram muito no processo e tiramos uma sonoridade excepcional. Os fãs hoje tem tatuagem do Hateen tem a capa do disco riscado no corpo, a primeira vez que aconteceu isso com a banda, de ter a marca da banda na pele”, destaca Koala.
Entrevista: Hateen
Conversamos com o Rodrigo Koala para saber masi sobre o reencontro com os fãs após dois anos distante, o começo da carreira e o impacto da música e da música emo em uma nova geração. Confira!
Tanto o Hateen quanto o Street Bulldogs começaram em 1994 e se tornaram grandes referências do emo nacional. Como foi o começo e como enxerga que o gênero foi desenvolvendo até a leva mais comercial do começo dos anos 2000?
Koala: “Eu comecei o Hateen com uma galera aqui de São Paulo e ao mesmo tempo o Street nascia lá no interior de São Paulo. Eu só fui entrar no Street bem depois, e acabei participando dos dois últimos discos da banda e da gravação do DVD de despedida.
Foram quase 10 anos de Street Bulldogs e muitos shows pelo brasil todo. O Street Bulldogs sempre foi uma banda com uma raiz punk e Hardcore Melódico.
já o Hateen quando surgiu era mais indie, flertava com hardcore melódico também, mas era mais leve. Já começamos a ter contato com os sons Emocore que vinham de fora por volta de 95/96. Ambas as bandas pavimentaram o caminho pra tudo que veio a partir dos anos 2000 direta e indiretamente.
A gente não tinha onde tocar, a gente criava o local. A gente viveu o nascimento disso tudo que hoje já existe estruturado, com festivais, etc, quando não existia nada. Dou muito valor a tudo que passamos e construímos.”
Aliás, nos últimos anos tem tido um “flerte” com o mainstream do emo, não que ele tenha saído de cena em algum momento, mas existe uma procura por um novo público que está redescobrindo muitos discos e jovens estão até misturando com novos estilos feito uma nova onda. Como observa esse movimento e o rejuvenescimento da base de fãs?
Koala: “Acho que os estilos sempre estão aí, mas em alguns momentos ficam mais ou menos em evidência. Com o Emo está acontecendo um revival sim. Que com certeza pode ser associado a vários fatores. A pandemia, que deixou todo mundo mais introspectivo em casa pensando na vida.
Os adolescentes que curtiram a cena em 2005 pra trás, hoje já são todos adultos, compram discos, tem mais grana pra ir em shows, comprar merch de suas bandas preferidas. Acho que mais importante do um revival do Emo, é que ele está se tornando algo cada vez mais duradouro não só como estilo musical mas estilo de vida em geral, como aconteceu com outros estilos como punk, heavy metal e afins.”
Ao longos dos 28 anos as letras do Hatteen sempre foram bastante pessoais e tocando em temas sensíveis da sua vida pessoal, no momento atual o que tem mais te inspirado a compor?
Koala: “Sempre escrevi o que vivo e observo do mundo. Ouço as pessoas, presto atenção em tudo, mas 90% vem de mim mesmo, do meu sentir e pensar. Com o amadurecimento é preciso falar de coisas diferentes, algumas coisas mudam de sentido e importância o tempo todo.
Consigo perceber muito amadurecimento nos temas que abordamos, pois eles são um reflexo do que vivemos agora, de nossas vidas. Não dá pra fazer mais a música da namoradinha da escola, mas dá pra fazer uma música sobre ter encontrado essa menina na rua casada e com filhos e imaginar como teria sido a vida com você. Muda o momento, os temos se fundem.
Vocês estão anunciando hoje uma turnê com 19 shows pelo país, quais seria os shows mais marcantes da história do Hateen para você? E qual a história de tour engraçada poderia nos contar?
Koala: “Os shows mais marcantes pra gente eu poderia citar os grandes festivais em estádios, que fizemos, Mineirão, Palestra Itália… shows com infraestrutura monstruosa que te deixam meio atordoado pela qualidade sonora dos equipamentos mas também pela organização. Imaginar fazer isso todo dia é bem doido.
O nosso show da gravação do DVD com certeza se tornou um dos melhores e mais inesquecíveis de nossa carreira também. Toda preparação e elaboração desde o começo desse projeto foi algo de muita entrega e amizade. É muito bom ter amigos que te ajudam a realizar seus sonhos.
Histórias engraçadas de turnê são muitas, poderíamos fazer um Livro só com elas. Me lembro de bebedeiras homéricas mas não do que fazíamos durante elas (risos) esse é o problema da bebida. Parei de beber tem uns bons anos por causa disso, quero me lembrar (risos).”
Quais seriam os discos da sua vida? E qual disco que não imaginam que você ame surpreenderia os fãs?
Koala: “Nirvana – Nevermind
The Lemonheads – It’s a Shame About Ray
Smashing Pumpkins – Mellon collie and the infinite sadness
Seaweed – Four
Sunny Day Real Estate – How it Fells to be Something On
The Afghan Whigs – Gentlemen
Nada Surf – Let go
Samiam – You’re freaking me out
Hot Water Music – A flight and a crash
Face to Face – Ignorance is Bliss
Pixies – Doolittle
Depois da pandemia como tem sido a emoção de poder voltar aos palcos?
Koala: “Voltar os palcos depois de mais de 2 anos de incertezas, perdas e nada de shows, tá sendo maravilhoso. A gente sente que a energia do público também está muito forte. Todos muito carentes desses momentos de música e união com a banda. Se tudo continuar assim, acredito que pros shows em geral, a tendência seja só melhorar.”
Hateen turnê de 11 anos do disco “Obrigado Tempestade”
Adquira os ingressos clicando aqui.
Obrigado Tempestade Tour – Datas
28/10 – Florianópolis
29/10 – Blumenau
30/10 – Curitiba
01/11 – Diadema
04/11 – Santa Maria
05/11 – Passo Fundo
06/11 – Porto Alegre
11/11 – Sao Paulo
12/11 – Santos
13/11 – Americana
18/11 – Belo Horizonte
19/11 – Juiz de Fora
20/11 – Rio de Janeiro
25/11 – Uberlândia
26/11 – Goiânia
27/11 – Brasília
02/12 – Natal
03/12 – Recife
04/12 – Maceió