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Até quando os festivais privilegiarão homens em seus line-ups?

Mapeamento de Mulheres e Pessoas Não-binárias na música independente busca contribuir para o ecossistema da música

Uma das maiores críticas aos festivais de música não somente no Brasil, mas no mundo todo, é justamente os line-ups contemplarem em sua maioria homens. Um questionamento feito por Thabata Arruda em estudo envolvendo festivais de todo país e avaliando a porcentagem de presença feminina e não-binária em seus line-ups. Segundo a análise, em 2019 a participação de mulheres nos festivais brasileiros não passou de 23,5%. Você consegue saber mais e acompanhar os desdobramentos da pesquisa na página de instagram Mais Mulheres Nos Festivais.

O questionamento inclusive virou matéria na página britânica da Red Bull publicada em 2020, onde festivais como Coachella e Primavera Sound não conseguiram contemplar promessas de festivais 50%/50% em equidade de gênero. O cenário se repete nos mais diversos festivais, do rap ao metal, do jazz ao punk rock. E as listas de Melhores de Ano das mídias especializadas apontam todos os anos que não faltam novos talentos e destaques produzindo ótimos materiais.

“Ter vozes femininas nos palcos é importante – traz novas perspectivas, novos conteúdos, energias diferentes em apresentações ao vivo.”, disse Shay D, Queens Of Art no artigo 



O tema não é novo, e promessas neste sentido acontecem todos os anos nas principais feiras de música ao redor do globo, mas na hora de revelar os line-ups: a realidade ainda é bem distante. Por mais críticas nas redes sociais aparecendo a cada novo line-up disponibilizado a “má vontade”, o preconceito e as justificativas “comerciais” parecem imperar. Um festival antes de tudo tem o papel de educar o público.

Mapeamento de Mulheres e Pessoas Não-binárias na Música Independente

Por esta razão, hoje divulgamos o Mapeamento de Mulheres e Pessoas Não-binárias na Música Independente realizado pela PWR Records, uma mega planilha com o intuito de facilitar o acesso dos produtores aos trabalhos das artistas.

Idealizado em 2016 em conjunto pela PWR Records e o selo cearense Banana Records, a planilha questionou: “onde achamos outras mulheres na música independente nacional?”

O questionamento central veio justamente da indignação: Estarem cansadas de line ups desiguais, algoritmos que só replicam mais do mesmo, a ideia era perguntar por aí: “oi, você-mulher tem uma banda? A gente quer te ouvir!”

Em busca de catalogar projetos e bandas independentes em atividades de mulheres, incluindo os trabalhos solos. “Nós sempre ouvimos que faltam mulheres na cena, mas a lista em poucas horas já contava com 100 bandas. Ao longo dos anos somaram-se mais de 400 projetos à planilha.”, contam as integrantes da PWR

O Relançamento 2.0

Por isso elas decidiram re-lançar o mapeamento de forma colaborativa através de um formulário com fácil acesso ao público. Agora com novo nome de “Mapeamento de Mulheres e Pessoas Não-binárias na Música Independente”. Você inclusive pode acessá-lo clicando aqui.

“Decidimos mudar o nome pois entendemos que precisávamos citar pessoas não-binárias nessa lista a fim de garantir que ela continue atualizada, inclusiva e diversa.”, contam as organizadoras do Mapeamento

Para adicionar o seu projeto a lista é obrigatório o preenchimento de dados como “gênero musical” e se o projeto é solo ou banda – na mesma planilha esses dados estão em gráficos.

Com olhar de pesquisa, a ideia do mapeamento é avaliar os dados coletados e apresentar a cada semestre informações mais conclusivas.

“A planilha serve para que as pessoas conheçam trabalhos lindíssimos e é uma lista imensa para que tanto produtores quanto ouvintes tenham um norte na hora de procurar ótimas bandas femininas para compor suas playlists e line-ups.”, finalizam

Confira também os gráficos do Mapeamento de Mulheres e Pessoas Não-binárias na Música Independentes clicando aqui.


Troá é uma das bandas do casting da PWR Records. – Foto Por: Lucas Magalhães

This post was published on 29 de novembro de 2021 12:04 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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