Guilherme Arantes retoma ponte entre Península Ibérica e Brasil em seu novo disco, “A Desordem dos Templários”

 Guilherme Arantes retoma ponte entre Península Ibérica e Brasil em seu novo disco, “A Desordem dos Templários”

Guilherme Arantes – Foto Por: Marcia Gonzalez

Imagine-se na seguinte situação: Uma viagem de quatro meses pelo interior da Espanha se estende por mais de um ano por causa da pandemia de Covid-19; junto a isso, surge um problema de saúde, mais especificamente uma cervicobraquialgia que lhe gerou dores agudas no corpo por meses; e pra deixar tudo ainda mais complicado, você descobre que sua mãe está nos seus últimos momentos de vida. Foi sob esse contexto difícil que Guilherme Arantes fez seu mais novo disco, A Desordem dos Templários. Como ele mesmo diz, “tirando leite das pedras”, o cantor e compositor paulista acabou compondo um álbum épico, fortemente influenciado pela cultura hispânica e portuguesa com o qual tem convivido diariamente, e marcado pela nostalgia das suas raízes no rock progressivo. O disco foi lançado no dia 28 de julho, dia em que o artista completou 68 anos de vida.

Arantes pretendia passar essa temporada em Ávila – cidade de 60 mil habitantes que faz parte de rotas de turismo medieval, religioso e gastronômico – e mergulhar nos estudos da Sonata de Scarlatti, mas acabou que Guilherme, diante principalmente das limitações físicas, foi naturalmente desenvolvendo letras e melodias para um novo trabalho. Um álbum angustiado, crítico a esse momento distópico que estamos vivendo e, por exemplo, às polarizações que o mundo e em especial o Brasil vem sofrendo – “Estamos vivendo uma barbárie digital”, diz ele. Contudo, também é um disco doce, e sua principal mensagem é de amor e de esperança.


Guilherme Arantes na Espanha
Guilherme Arantes – Foto Por: Marcia Gonzalez

Guilherme Arantes é um dos maiores hitmakers da música brasileira. Autor de músicas conhecidas como “Cheia de Charme”, “Um Dia, Um Adeus”, “Planeta Água”, “Lindo Balão Azul”, “Aprendendo a Jogar”, “Brincar de Viver”, “Perdidos na Selva” (esta, aliás, é considerada a primeira música new wave do Brasil), dentre outros clássicos, o artista tem forte apelo popular – E se orgulha disso! – sem deixar a sofisticação de lado. Nas suas canções, podemos observar elementos de pop, rock, bossa nova, música clássica, entre outros gêneros musicais.

A Desordem dos Templários

Já em “A Desordem dos Templários”, Guilherme quis retomar o sonho de sua antiga banda de rock progressivo e MPB, a Moto Perpétuo, que esteve em atividade nos anos 1970. Assim, o novo álbum do artista conta com músicas como “A Razão Maior”, canção romântica e suave que lembra muito as músicas de Elton John (a propósito, Arantes é conhecido por ser o Elton John brasileiro); a faixa-título, que une épico-progressivo e baião, com visível influência de artistas como Zé Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo, na intenção de fazer, segundo o artista, um “rock cangaceiro”, e com sucesso; “Estrela-Mãe”, música com piano e cordas, com arranjo de Arthur Verocai, com um Q de Tom Jobim, dedicada a sua mãe, Hebe; “A Cordilheira”, um synth-pop instigante que conta com três versões: em português, em inglês e instrumental; e Kyrie, faixa instrumental que certamente é uma das que melhor apresenta o clima medieval do disco. Guilherme afirma que A Desordem dos Templários foi inspirado no álbum Tubular Bells, de Mike Oldfield. 

Além de Verocai, também fizeram parte do disco os músicos Alexandre Blanc, Luiz Carlini, Ivo Carvalho, Willy Verdaguer e Gabriel Martini. A ilustração da capa é de Daniel Miguez. Ainda não há previsão de show de lançamento, mas o artista já tem apresentação marcada para julho de 2022 em Nova York.

Capa do Disco de Guilherme Arantes - A Desordem dos Templários

Entrevista: Guilherme Arantes

Em entrevista via Zoom, conversamos melhor sobre o curioso nome do álbum e seu conceito, sobre a forte influência do realismo fantástico neste trabalho, sobre como uma participação no DVD do Edu Falaschi fez com que despertasse novamente no cantor a vontade de fazer rock progressivo, sobre como a cultura ibérica tem transformado a sua musicalidade e sobre o lançamento do material em mídia física, que inclui cartão USB e até quebra-cabeça. Confira!

Vou começar com uma pergunta clássica. Na verdade eu queria saber mais sobre esse nome, A Desordem dos Templários, e o conceito do álbum, porque eu sei que tem uma coisa mais profunda aí.

Guilherme Arantes: “É, o disco é um disco reflexivo sobre essa época, uma época de conflitos interiores na alma humana que acabam no campo real da vida cotidiana, acabam afetando as relações entre as pessoas. com o advento das redes, se cria um novo campo de conflito, um campo de estranhamento e crispação social.

Então, é por isso que se chama… A Desordem dos Templários é uma confusão interna que existe dentro da natureza humana que se exacerbou com as redes sociais. Esse clima de agressividade, esse ar de estranhamento, de polarização. Eu não tô falando especificamente do Brasil até porque tô longe, mas esse é um fenômeno mundial, que acontece nos Estados Unidos, aqui também acontece, a Europa também tá sob esse embate ideológico. Nós temos uma ausência de ilusões, uma ausência de utopias, há um pessimismo. Há um pessimismo com o capitalismo, há um pessimismo com o socialismo, há um pessimismo com as utopias, nós estamos tendo um tempo distópico, há um pessimismo com o individualismo e há um pessimismo com o coletivismo também. Então é um clima que nos leva a uma angústia.

É um disco um pouco angustiado, eu tentei fazer melodias bonitas e tal, e criando um ambiente emotivo, emocional, para despertar mais o lado do sentimento, despertar das pessoas o lado do sentimento, da compaixão, que eu acho que é a grande carência de uma época que parece que perdeu-se o rumo da compaixão humana… Isso é uma coisa que as redes trouxeram, esse ambiente de confrontação e esse ambiente de exibição, as pessoas ostentando. Ostentar no sentido de ostentar opinião, ostentar posicionamento, ostentar ativismo, ostentar o ressentimento, ostentar a raiva, ostentar o ódio, ostentar a diferença do outro,  ostentar uma tribalização, não sei… Algo me mostra uma barbárie digital, é isso, uma barbárie digital.

A comunidade está vivendo esta instância de uma barbárie digital, entendeu. Então eu tentei fotografar isso com um disco angustiado, agora é um disco de amor, cheio de músicas de romance, de coisas bonitas, melodias bonitas… Eu tentei construir bem com a minha cara, um disco muito emotivo. Tem música para minha mãe, que partiu ano passado, então eu fiz uma homenagem muito pungente para minha mãe, é uma valsa brasileira muito jobiniana, lembra muito a linguagem do Tom Jobim…”

Eu vou pegar esse gancho pra falar dessa música. Foi nessa música que você trabalhou com Arthur Verocai, que ele fez os arranjos? Como foi trabalhar com ele? Você já tinha trabalhado com ele?

Guilherme Arantes: “Não, o Verocai trabalhou com pessoas conhecidas, muitos amigos fizeram disco com ele, como o (Marcelo) Jeneci, que foi onde mais me chamou atenção o trabalho do Verocai. Ele também fez discos do Roberto Frejat, ele fez algumas orquestrações, e eu fiquei fascinado pela assinatura musical dele. Passei a música em um esquema bem elementar de piano e ele construiu as cordas e me mandou. Foi um trabalho à distância, mas me deu muita alegria porque ele se identificou muito com a música. Ele gostou muito.

Ele fala: “Você é foda, suas harmonias são riquíssimas”, ele deitou e rolou, ficou super bonito. Eu já vinha num crescendo de aprendizado de arranjos, arranjos de cordas… Esse ano, por força da pandemia, eu tive mais tempo de estudar um pouco a orquestração com cordas, a escrever os arranjos enriquecendo as músicas… Então a “Nossa imensidão a dois” eu fiz o arranjo, ficou super bonito, aí eu peguei o Verocai para ele escrever “Estrela-Mãe” porque eu queria um acento mais clássico, que é bem a marca dele, de uma maneira de fazer a orquestração bem peculiar do estilo dele. Ficou lindo, ficou muito bonito, gostei muito. Ele gostou muito de fazer. Foi uma grande honra, viu, para mim, ter a mão do Verocai pra fazer esse arranjo.”

Ficou muito bonita mesmo essa música. Bom, A Desordem dos Templários foi feita num momento muito particular da sua vida, né. Então queria saber como que foi o processo de composição desse disco.

Guilherme Arantes: “Olha, as primeiras músicas eu comecei a fazer ainda no final de 2019, quando eu cheguei aqui, que a gente veio para passar o inverno e eu estudar um pouco de Barroco. Aí comecei a estudar, mas começa a estudar, começa a tocar para relaxar, começa a sair… A primeira música que saiu foi a “El Rastro”, que abre o disco, que é uma música meio Simon & Garfunkel, lembra um pouco, e é uma música falando na Serra de Gredos, aqui desse lugar, tentando fotografar um pouco musicalmente, e acabou que, com a chegada do verão, as andorinhas voltaram a proliferar porque na chegada do verão as andorinhas saem no cio, né, a chegada do cio é a primavera, e elas ficam num frenesi, e eu tentei fotografar esse frenesi musicalmente escrevendo as cordas (cantarola), uma coisa bem barroca, um floreio que lembra um pouco da… Aí, essa foi a primeira música que eu fiz.

Depois, já no meio de 2020, eu comecei a dedilhar a música “Desordem dos Templários”, que transformaria num baião – eu achava que o baião é um ritmo, por natureza, propenso a esse tipo de Realismo Fantástico, meio Zé Ramalho, lembrando muito a linguagem Zé Ramalho… Eu gosto muito do Zé.

Zé Ramalho é um dos grandes mestres pra mim, e as letras dele tem muito essa viagem do Realismo Fantástico, né?. Aí eu fiz uma história de um tempo em que a violência tá espalhada por toda a parte, a truculência, né… Aí essa música acabou enveredando para um delírio de uma época em que há uma batalha, uma batalha de exércitos rivais disputando os seus despojos ancestrais. E é um tempo peculiar da espécie humana essa época que nós estamos vivendo, esse estranhamento entre as pessoas, essa crispação na sociedade.

Volto a falar: é uma barbárie digital. E o território de luta é um território impalpável: ele é na rede e acaba se manifestando no espaço físico, exterior, em especial em países como o Brasil, que você tem questões ainda por resolver, que até hoje não se resolvem, que continua parado em 1968 – o Brasil parou em 68. Então eu tentei com essa música fazer um manifesto meio cangaceiro, meio anarquista, pra ser mais preciso. Que o cangaceiro, na verdade, é um anarquista, ele não reconhece a autoridade de ninguém. Nós estamos vivendo uma coisa… Eu nunca vi o ambiente social desse jeito como está. Eu sou de uma época, a minha geração é de uma época do Woodstock, dos hippies, que eram também anarquistas mas era uma anarquia de paz e amor, de negar o sistema. Agora não: agora é uma anarquia de todo mundo gritando ao mesmo tempo. Por isso que é diferente. 

Então eu construí a música em várias partes. Essa música é uma suíte de várias partes e era para ser mais uma música dentro da fórmula do progressivo, que tem várias partes. Tem um solo de guitarra, um solo de baixo, tem uma intermezzo no meio ali, e dali já vai para uma outra parte, que é um delírio, que fala dessa época: Em máscaras sem cor / macabros carnavais, parece que nós estamos vivendo um carnaval: todo mundo de máscara, mas é uma máscara macabra, é um carnaval macabro. Nós nunca vivemos uma coisa dessa, né, e acho que a proliferação da humanidade – nascendo muita gente, muita gente, muita gente – vai fazer com que esse ambiente pandêmico seja meio que permanente. Pode ser uma coisa que veio para se instalar. É uma nova maneira de se viver. Muito estranho isso, muito desagradável, muito angustiante você usar máscara pra tudo, é muito angustiante, muito estranho. Então é uma crítica a essa época mesmo, acho que é.”

Sim, com certeza, muito estranho. Vou pegar mais uma vez o gancho de quando você falou da música “ A Desordem dos Templários”, que tem uma coisa progressiva, e você começou no rock progressivo, né? Teve a banda Moto Perpétuo, e no início da sua carreira também. Ai queria saber se foi intencional esse resgate ou foi uma coisa que veio naturalmente.

Guilherme Arantes: “Veio naturalmente, porque no primeiro dia eu tive que construir um disco praticamente sozinho. Os músicos participaram depois em cima de coisas pré-concebidas. Então esse disco ele lembra muito um disco progressivo que foi muito importante para minha geração, que foi o Tubular Bells, do Mike Oldfield. O Mike Oldfield era um inglês que fez a música d’O Exorcista, talvez a obra mais famosa do Mike Oldfield é o tema do Exorcista (cantarola).”



Ah, sim!

Guilherme Arantes: “Então isso aí é um Tubular Bells do Guilherme Arantes. Mas depois eu chamei os músicos, porque eu tenho uns músicos muito bons e também afinados nesse estilo, como é o caso do Luis Sérgio Carlini, o Alexandre Blanc, o Willy (Verdaguer), que é o baixista, é totalmente progressivão, e o baterista também, que é o Gabriel Martini, gostam muito de progressivo, tocam e tudo. E eu achei que era uma coisa muito oportuna a volta do progressivo. A música tá sem caminho, a música ficou muito utilitária.

A maior parte das músicas do disco são radiofônicas, são dentro de uma fórmula bastante radiofônica, para tocar, e eu sou muito grato ao rádio e tudo. Acho que o rádio é um espaço privilegiado para mim, de eu tocar nas FMs e tudo, mas eu achava que tinha que ter música de show, aquela música de dez minutos. É uma coisa pretensiosa, é uma coisa ambiciosa, e que pode ser considerada pretensiosa por algumas pessoas. Podem achar que o progressivo é pomposo, ambicioso demais, então passa ser uma coisa pedante… Mas eu não acho. Eu acho bonito demais as coisas do Yes, e vários brasileiros, como eu volto a falar do Zé Ramalho, do Alceu Valença, do Geraldo Azevedo, do Marcus Viana, que fez trilhas de novelas como Pantanal, ele é totalmente progressivo também. E eu sou dessa turma aí, eu sou dessa extração, de uma geração de progressivos. Então faz todo o sentido retomar.

Acho que muito do público… Isso aí também veio por causa da experiência com o Edu Falaschi. Edu Falaschi é um grande cantor do rock, né, do Heavy Metal, e ele me convidou para participar do um DVD dele, e ali eu subi num palco para cantar um tema importante do disco Temple of Shadows, que é uma referência da história do Angra, que ele foi cantor.

Cantamos “Planeta Água” com a orquestra e tudo, e eu me senti totalmente em casa no meio do ambiente metaleiro, no ambiente dos metaleiros ali. Na verdade é um metal progressivo que eles fazem. Progressivo metal, heavy progressivo. Eu gostei muito de participar e aquilo foi um toque para mim de que talvez por esse caminho eu pudesse construir um disco novo. Aí nasceu essa ideia. Foi muito por influência do Edu Falaschi, que é um grande amigo e um grande incentivador da minha carreira também. A gente se deu muito bem e o público do heavy metal adorou. Eu falei: “Pô, os caras têm o maior respeito por mim”. Então foi por aí que enveredou esse caminho.”

Legal, interessante. Guilherme, você foi para a Espanha passar um tempo, mas veio a pandemia e você acabou ficando mais tempo do que o planejado. Queria saber como que Espanha mexeu com a sua musicalidade. 

Guilherme Arantes: “Pois é. Aqui tem resquícios de todas as épocas do Renascimento, do Barroco, da Idade Média, tiveram as Cruzadas aqui… Tem uma miscigenação cultural com a linguagem árabe também, daqui da Espanha, e também o misticismo aqui da Galícia, o misticismo aqui desses caminhos do cristianismo. Ávila é uma cidade muito importante, uma referência do cristianismo, teve santos importantes, como a Santa Teresa, a segunda mais importante figura do cristianismo, a Santa Teresa de Ávila, segunda santa mais importante. E por aqui passou, por esses caminhos aqui do Rio Adaja, o Santiago, então isso é mais uma impregnação, é uma osmose, uma coisa que fica impregnada do misticismo, de um sentimento místico, uma coisa de religiosidade. Não é uma coisa do catolicismo, do islamismo, dos mouros.

É uma sensação que impregnou em mim que tem a ver com a minha raíz da minha família. A minha família, os Arantes, eles são do Minho, ali do rio Minho, na divisa de Portugal com a Galícia. Ali tem um lugar onde nasceu a família. Também tem uma coisa que a linguagem do nordeste brasileiro, a linguagem do cordel, a linguagem da cultura armorial, por exemplo, do Recife. Existia um movimento armorial – Você tem o Ariano Suassuna com A Pedra do Reino, que é um clássico da literatura nordestina, mais bonita, mais nobre, chega a ser barroca a história do romance d’A Pedra do Reino. Foi uma leitura muito emblemática, e a cultura do nordeste do Brasil, do cordel, ela vem muito impregnada desse espírito ibérico, dessa coisa do Dom Sebastião de Portugal que lutava contra os mouros, ele desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir… Então tudo isso acabou mexendo profundamente. A música da Espanha é muito sanguínea, de violões, a guitarra flamenca. Eu fui amigo do Paco de Lucía, que é um dos grandes nomes do flamenco, o maior nome do flamenco. Então o fascínio é muito grande por essa musicalidade.

Tem até a música do tema de Aranjuez, que é do (Joaquín) Rodrigo, uma das maiores obras-primas da música mundial, que é espanhol, e que é uma das coisas mais tocantes que eu ouvi na minha vida, o “Concerto para Aranjuez”, que é uma coisa de uma beleza inacreditável. Então a gente fica arrebatado. Acho que o termo é esse. O arrebatamento espanhol é uma coisa que me contagiou. E arrebatamento português também, que tem aqui a cultura ibérica, uma coisa só, e que eu acho que tem a ver muito com a raíz do nordeste brasileiro e com as origens do Brasil, sabe? Com a nossa música. Aqui é um povo muito sanguíneo, é muito parecido conosco. Em muitos aspectos é diferente, mas eu me senti aprendendo muitas coisas: do jeito, dessa cristandade, dessa maneira sanguínea de existir, que é uma coisa que se aproxima muito da nossa brasilidade também.”

Bom, já encaminhando para o final, eu queria falar um pouco sobre os lançamentos físicos. Você lançou um material físico, tem um combo com um CD, um cartão USB e um quebra-cabeça – achei muito curioso isso do quebra-cabeça. Como que se deu essa ideia? 

Guilherme Arantes: “Isso foi ideia de um fã meu, que é um grande amigo lá de Nova York, o Luiz Araújo. As bandas de heavy metal estão fazendo… Até a Pabllo Vittar lançou também um quebra-cabeça. Aí tem esses trabalhos do Angra, do Sepultura, bandas de rock pesado… E nós vamos sair com vinil, vai vir o vinil aí que é americano, prensado na República Tcheca mas a gente conseguiu encomendar nos Estados Unidos, porque no Brasil tá em falta, até meados de 2022 não vai te entrega, a gente não conseguiu, porque os discos que já estão em fabricação já estão esgotando a matéria-prima e tá entrando em falta – eles nos deram um prazo de um ano para entregar.

Então nós vamos ter mas vai ser importado. Para nós é uma alegria enorme lançar num suporte físico, que é o vinil, o CD e o USB que é um cartão que contém os arquivos em alta resolução – arquivos de áudio, de vídeo, tem making of e tal -, isso tudo a um preço módico para o público poder comprar. Acho que é um dos pontos de honra da gente a gente ter o produto físico, que hoje em dia todo mundo tá lançando só o produto digital devido às dificuldades que está todo mundo passando, né?. Mas a gente está com um interesse muito grande do público. Eu tô muito feliz com a receptividade do público, o carinho das pessoas – o público masculino é muito grande, pessoal interessado no som que a gente está fazendo. Isso é muito importante, é um diferencial novo, é devido a essas aproximações com progressivo, com o heavy metal, acaba chegando uma galera que gosta de som e que agora vai curtir um outro Guilherme Arantes, um pouco mais ambicioso aí.

Mas eu  tô muito animado, acho que a gente tá com uma receptividade muito boa das rádios, as pessoas estão gostando, os fãs estão escrevendo que adoraram, enfim. Eu acho que é um momento bastante importante, de muita alegria pra gente. Para mim, uma realização de tirar leite das pedras de uma época tão difícil, a gente conseguir sublimar, se superar e chegar mais perto das pessoas, é uma alegria enorme para mim, é uma glória você poder estar de novo lutando aí no mercado – Às vezes há incompreensões, as pessoas acham que é pretensioso, que é pomposo… Somos nós, a nossa geração é assim.”

Última pergunta: queria saber se vai ter show de lançamento. Já tem alguma coisa prevista?

Guilherme Arantes: “Ó, a gente tava para fazer esse ano, mas eu não sei, acho que esse ano não vai rolar, não. Porque essa dos protocolos e não-sei-o-quê, pra você fazer show meia-bomba? Eu prefiro esperar, montar direito um super espetáculo, e estrear em março do ano que vem. A gente fazer uma turnê e levar nosso trabalho de novo com dignidade para um público que eu acho que vai ser explosivo. A saída dessa pandemia vai ser muito boa para a música, para o entretenimento em geral. Eu acho.”


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