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Audições da Lôca #3 com CALI, Lau e Eu, Laura Lavieri e Dieguito Reis, Ananda Jacques, Urutau, Foli Griô Orquestra e Camila Lordy

Quem diria que já na terceira edição dessa brincadeira (que intitulei como Audições da Lôca) eu já estivesse assustada de quanto o Brasil é rico em compositores, sonoridades e uma diversidade de estéticas que só me resta agradecer e dizer que não dá pra ouvir tudo que chega, mesmo que eu quisesse…E que essa seleção é um apanhado de sons, pessoas e pesquisas que me instigaram ou causaram na escuta um estranhamento bom de descoberta.

CALI, Lau e Eu, Laura Lavieri e Dieguito Reis, Ananda Jacques, Urutau, FOLI GRIÔ ORQUESTRA, todos tem algo em comum em seus trabalhos lançados após 1 ano e 2 meses de pandemia, ambos esperam o melhor momento e trazem suas obras com clima de trabalhar a alma, ter esperança e sonhar com o pós confinamento onde encontros, contemplações do mundo externo, poder se afetar e praticar os afetos e, a celebração humana dos reencontros são as metas.

Ouvir cada projeto, conhecer cada trajetória dos artistas aqui presentes é um modo de se reconhecer. Somos humanos onde é inerente desejar socializar e crescer através do outro. Experimentar a escuta, buscar se envolver com as mensagens e sons é um tiquinho de saúde nesse momento que nos faz sentir paralisados.

O movimento existe, basta buscar dentro enquanto o fora guarda forças, prepara o terreno e tenta ameniza os estragos. Sirvam-se e sintam!

Audições da Lôca #3



CALI “400Hz”



Com sonoridade que transita entre o Pop, R&B e influências da música pop latina, CALI fala de sua vivência, de amor e sobre se manter desperta no momento presente sendo fiel a si mesma e a seus ideais. Uma das suas maiores inspirações é sua terra natal, a cidade de Porto Ferreira, no interior de São Paulo.

Com o EP 400Hz, o clipe da canção “Uma Vibe” com roteiro e direção de Pedro Risse, da Dopit Filmes e muita criatividade, a jovem compositora dá ótimo pontapé inicial na apresentação de seu trabalho autoral. Com instrumentais bem escolhidos de Mantra, 808verb, Garoá, Beatzbydb, 27corazonesbeats, a mixagem e masterização ficou por conta de Kauan Corrêa e a participação de Marina Amaro no single de trabalho.

Lau e Eu, Laura Lavieri e Dieguito Reis “Stories pra Boy Dormir”



“Stories Pra Boy Dormir” é o segundo single de Lau e Eu em 2021, após “Eu sei, Adeus”, faixa em colaboração com Rafael Castro. Em 2020, o artista lançou o elogiado mini-álbum O Futuro Está Distante.

Lau e Eu, ou pra quem o encontra presencialmente nas ruas Lau, traz em sua trajetória inventiva e criativa como compositor e produtor musical um investigador.  As canções de Lau conversam com os afetos, emanam verdade e a simplicidade dos pensamentos poéticos de quem brinca com a palavra como ao um cubo mágico. A faixa tem beat, violão, baixo e teclas gravados por Lauckson, Synths, FX, mix e master de Léo Airplaine e vozes de Lauckson, Laura Lavieri e Dieguito Reis (Vivendo do Ócio).

Ananda Jacques part Augusto Martins “Faxina”



Mais uma artista pra se atentar vinda do interior de São Paulo que mostra um frescor na sua voz e performance em desenvolvimento. A cantora e compositora Ananda Jacques (Sorocaba/SP) lançou nas plataformas de streaming a faixa “Faxina”, que mistura suas raízes na MPB com o Lo-Fi e o Jazz.

Um convite a fazer limpeza na alma e ter esperança de que tempos melhores virão. Esperançando e imaginado os reencontros num swingue que lembra shows de jazz em cafés pequenos e ambientes acolhedores.

Urutau “Oração” (part. Iuri Rezende)



Preparando o terreno para o lançamento do álbum Donizete, que sai mês que vem, a faixa “Oração “apresenta um som familiar do cancioneiro mineiro misturado com a modernidade dos tratamentos sonoros de estúdios e investigações de arranjos.

A canção começa com um instrumental envolvente meio jazz progressivo, a guitarra desenha deliciosamente “brincante” esperando as vozes apresentarem o universo da canção. Do eletrônico à música popular brasileira, de uma psicodelia interiorana à experimentação de trip hop.

Trechos como “apenas mais uma cachaça/ vai se transformar em canção” criam imagens do universo dos vícios, da vida noturna, dos botecos mineiros que nunca fecham.

É possível lembrar das noites em balcão de bar até que eles fechem, em busca de um novo lugar pra inebriar, seguindo para que o movimento não cesse e as luzes não se apaguem. “Oração” traz na batida de um baião eletrônico a inevitabilidade da saudade: “um sentimento que bate em forma de oração”.

FOLI GRIÔ ORQUESTRA “FLUTUA”



O show “Flutua” foi gravado em cima de uma balsa cor de rosa, no meio da Lagoa de Saquarema (RJ), durante um lindo cair do sol. A obra terá parte das gravações em áudio e vídeo vendidas exclusivas através da NFT (Non-Fungible Tokens), tecnologia que permite a comercialização e a garantia de propriedade de arquivos digitais.

No repertório, as músicas do álbum Ajo, o primeiro da orquestra, e que concorreu ao Grammy Latino 2019, com arranjos que mesclam Afrobeat às manifestações populares brasileiras embalam a performance musical.

“Flutua” é uma deliciosa experiência audiovisual com música popular e instrumental  da melhor qualidade, é um verdadeiro convite aos olhos que repousem em si e em imagens poéticas, que trazem o horizonte, o azul da lagoa e do céu e o sol aceso às telas do público, e ao exausto universo de tanto isolamento social.

Camila Lordy “AMOA HI”



O clipe em animação, da composição homônima da multinstrumentista e historiadora Camila Lordy é uma homenagem à cultura Yanomami e foi feita a partir de sua versão para a história autobiográfica de Davi Kopenawa Yanomami – escritor, xamã e líder político Yanomami.

A animação e direção foi realizada por Márcio H Mota, artista que vem colaborando com compositores do país em clipes de animação e investigações visuais.

O projeto é a estreia da carreira solo de Camila, que há mais de 25 anos excursiona o Brasil e outros países, como instrumentista de artistas e grupos como Fernanda Takai (carreira solo e no Música de Brinquedo), Thiago Pethit, Banda Glória, Junio Barreto, Teatro da Vertigem, entre outros. Camila é também orientadora pedagógica e professora na Escola do Auditório Ibirapuera.

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This post was published on 31 de maio de 2021 12:14 am

Cris Rangel

Poeta, arte educadora e multiartista. Produtora cultural há 21 anos, indignada e sincericida por natureza. Gosta de abraços demorados e é aficcionada por música e toda arte que subverte ao óbvio. Ama brincar, rir de si mesma, inventar coisas e fazer planos mirabolantes para os amigos que admira. Tem mania de dividir conhecimento sobre o setor fonográfico e novidades. Diretora Criativa da Lyra das Artes. A&R do selo Lyra Noise. TDAH polivalente. A verdadeira Lôca do Play.

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