Disstantes critica a desinformação e a cegueira coletiva de nossos tempos em “Zumbi Choppa”

Disstantes é o projeto de duas figuras carimbadas da cena carioca, Gilber T (Latinos Dançantes, Tornado) e Marco Homobono (Djangos (ex-Kamundjangos).

Amigos de anos e com diversos projetos e parcerias a pergunta “Vamos fazer alguma coisa juntos?” alguma hora viria e no caso deles deu liga bem no momento de pandemia.

Prolífera a parceria ainda no ano passado apresentou seu primeiro single “Segunda Onda“; já o batismo do nome Disstantes se dá justamente pelo prefixo (do nome) “Diss” no rap ter o significado de música que faz provocar outra pessoa – e pelo fato de Gilber residir em São Gonçalo e Homobono em Jacarepaguá (cerca de 50Km de distância). Apesar disso eles consideram o projeto experimental e utilizam o rap como mais uma das suas referências.


Gilber T e Homobono (Disstantes) – Foto Por: Isabel Valente e Carol Aranha

Disstantes “Zumbi Choppa”

Tendo o rap como fio condutor o synth e as colagens dão a tônica do novo single “Zumbi Choppa” que pesa a mão na crítica social de uma sociedade que em muitos momentos parece inerte mediante um cenário de escuridão e com falta de perspectivas no horizonte.

“Resgatando a estética zumbi abordada nas peças publicitárias que ajudaram a promover “Segunda Onda” no ano passado, o Disstantes fala agora sobre a população estar dormindo, insensível, ignorando fatos importantes que dizem respeito a sua própria condição, apática e suscetível a manipulações de todos os tipos.”, comenta o duo carioca

Gilber que também é artista plástico idealizou que a melhor forma de apresentar o conceito seria uma animação com um tom crítico e se inspirou nos filmes de George Romero que tem temática apocalíptica com direito a colagens no estilo slow motion do terror limitado dos anos 80. Para a empreitada audiovisual eles contaram com a ajuda do fotógrafo e músico Maurício Noro, de Mogi Das Cruzes (SP), para emular a atmosfera desejada.

“O vídeo é montado e dirigido pelo Maurício Noro (Jesuton e Xê Casanova), a partir da colagem de desenhos, xerox, foto, vídeo, ruídos de imagem e pinturas feitas à mão livre, por mim, juntando arte digital e análoga em um exercício experimental para ambientar o mundo zumbi moderno, onde religião, desinformação e cegueira coletiva causam mais estragos do que o iminente final dos tempos.”, conta Gilber


This post was published on 29 de março de 2021 2:19 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

Posts Recentes

Ente embarca em um sonho lúcido no experimental “Voltarei a Ser Parte de Tudo”

Em nosso radar desde o ano passado, o quarteto carioca Ente apresentou, no começo de…

22 de abril de 2025

Canções inéditas da peça “Avenida Paulista, da Consolação ao Paraíso” viram álbum de vanguarda

Com produção musical de Maria Beraldo, e lançamento pelo selo RISCO, o disco com as…

18 de abril de 2025

Tindersticks faz show impecável em São Paulo e afaga os fãs brasileiros, 30 anos depois

Na estreia da produtora de shows Latina Shows, a banda britânica Tindersticks fez uma apresentação…

17 de abril de 2025

Romaria Discos e Amigues do Vinil apostam no mercado de discos de vinil no Brasil

A paixão por colecionar vinis virou negócio para o carioca Nicholas Lopes (30), fundador da…

17 de abril de 2025

perdido homenageia seu grande amigo em videoclipe para “cachorro pequeno”

"cachorro pequeno" ganha videoclipe produzido pelo próprio perdido No fim de março, Marcelo Perdido, que…

16 de abril de 2025

Terno Rei amadurece e mira em canções no 5° álbum “Nenhuma Estrela”

O Terno Rei tem uma das trajetórias mais heroicas do independente brasileiro. Formado em 2010,…

15 de abril de 2025

This website uses cookies.