Disstantes critica a desinformação e a cegueira coletiva de nossos tempos em “Zumbi Choppa”
Disstantes é o projeto de duas figuras carimbadas da cena carioca, Gilber T (Latinos Dançantes, Tornado) e Marco Homobono (Djangos (ex-Kamundjangos).
Amigos de anos e com diversos projetos e parcerias a pergunta “Vamos fazer alguma coisa juntos?” alguma hora viria e no caso deles deu liga bem no momento de pandemia.
Prolífera a parceria ainda no ano passado apresentou seu primeiro single “Segunda Onda“; já o batismo do nome Disstantes se dá justamente pelo prefixo (do nome) “Diss” no rap ter o significado de música que faz provocar outra pessoa – e pelo fato de Gilber residir em São Gonçalo e Homobono em Jacarepaguá (cerca de 50Km de distância). Apesar disso eles consideram o projeto experimental e utilizam o rap como mais uma das suas referências.
Disstantes “Zumbi Choppa”
Tendo o rap como fio condutor o synth e as colagens dão a tônica do novo single “Zumbi Choppa” que pesa a mão na crítica social de uma sociedade que em muitos momentos parece inerte mediante um cenário de escuridão e com falta de perspectivas no horizonte.
“Resgatando a estética zumbi abordada nas peças publicitárias que ajudaram a promover “Segunda Onda” no ano passado, o Disstantes fala agora sobre a população estar dormindo, insensível, ignorando fatos importantes que dizem respeito a sua própria condição, apática e suscetível a manipulações de todos os tipos.”, comenta o duo carioca
Gilber que também é artista plástico idealizou que a melhor forma de apresentar o conceito seria uma animação com um tom crítico e se inspirou nos filmes de George Romero que tem temática apocalíptica com direito a colagens no estilo slow motion do terror limitado dos anos 80. Para a empreitada audiovisual eles contaram com a ajuda do fotógrafo e músico Maurício Noro, de Mogi Das Cruzes (SP), para emular a atmosfera desejada.
“O vídeo é montado e dirigido pelo Maurício Noro (Jesuton e Xê Casanova), a partir da colagem de desenhos, xerox, foto, vídeo, ruídos de imagem e pinturas feitas à mão livre, por mim, juntando arte digital e análoga em um exercício experimental para ambientar o mundo zumbi moderno, onde religião, desinformação e cegueira coletiva causam mais estragos do que o iminente final dos tempos.”, conta Gilber