O TCC costuma ser uma das épocas mais tensas dentro da grade curricular de qualquer curso. Muitas vezes, aquele projeto que debruçamos longos meses para concluir, acaba ficando de lado. Já em outros, acaba sendo apenas o começo de uma nova história. Foi mais ou menos assim que aconteceu com o quarteto Pluma.
Formada por Diego Vargas (teclado/synth), Guilherme Cunha (baixo), Lucas Teixeira (bateria) e Marina Reis (vocal), a Pluma nasceu ainda nos tempos de Belas Artes, e carrega na leveza e na fusão sonora seus contornos e alicerces.
“Nesse projeto de TCC tínhamos que escolher alguns gêneros musicais, fazer um estudo sobre a história e estética deles, e por fim, montar um show audiovisual coeso com composições inéditas que incorporassem elementos desses estudos.
Formados em Produção Fonográfica, o trato com os detalhes, e acabamento, é notório. Isso também se refletirá nas sensações que serão despertadas a cada single, como eles deixam claro em nosso bate-papo. O primeiro EP, Mais Do Que Eu Sei Falar, deve ganhar a luz do dia ainda no segundo semestre de 2020.
Entre as referências sonoras, por mais que rotular seja a cada dia mais difícil, eles citam jazz passando pelo rock psicodélico e o pop. A sinergia e a química já transparecem no romântico single de estreia, “Esquinas”.
“Esquinas” foi composta no finalzinho de 2019 e tem todo aquele clima romântico de paquera. Todavia o lançamento acontecendo neste momento, e por ter versos que dialogam sobre incertezas e distanciamento, acabam dialogando com nosso período de reclusão. A arte sempre imitando a vida ou seria justamente o contrário?
“A gente nem imaginava a situação na qual estaríamos a partir de Março deste ano, mas como o tema dela é coincidentemente a distância física entre duas partes de um casal, acho que cabe muito no que estamos vivendo agora”, confirma Marina Reis.
Sobre as referências do som que ganhou um lyric vídeo feito durante a Quarentena por Marina.
“Clube da Esquina foi a principal referência para compor a melodia de ‘Esquinas’. O Dizzy [Diego] é mineiro e cresceu ouvindo eles, então é meio instintivo. Milton e Lô Borges compunham seguindo as sétimas maiores dos acordes, fizemos algo parecido, seguindo as nonas também.
Além disso tentamos pegar referências do psicodélico, como Boogarins e Crumb, e do pessoal do neo soul e do jazz internacional, como BADBADNOTGOOD e Mr. Jukes”, indica a cantora.
O som passeia pelas esquinas como se fossem espirais. Atmosférica, a faixa traz consigo delírios que vão do hip-hop a sonoridade do Khruangbin.
A Pluma faz uma viagem sem escalas através do campo das sensações. Passa através dos seus acordes, o sentimento de incerteza misturado com o coração batendo mais forte; feito o começo de uma nova paixão.
A cada audição você notará uma nova camada, ou textura, afinal, eles tiveram a preocupação de criar todo um universo próprio. Tanto é que a faixa vai crescendo entre transições e novos arranjos; e quando você vê os teclados e os beats te levam para uma pista de dança onde os sentimentos são meros coadjuvantes de uma história de amor.
Conversamos com o Diego Vargas que respondeu as perguntas em nome da banda. Confira o papo leve feito uma Pluma.
Pluma: “Nesse projeto de TCC tínhamos que escolher alguns gêneros musicais, fazer um estudo sobre a história e estética deles, e por fim, montar um show audiovisual coeso com composições inéditas que incorporassem elementos desses estudos.
O processo não podia ter sido melhor, desde a primeira vez que nos reunimos pra começar as primeiras músicas sentimos uma facilidade muito grande pra tocar juntos.
Como nos encontramos antes só pra discutir por qual caminho levaríamos o projeto, as funções de cada um dentro das músicas estavam muito claras antes mesmo de pegar em qualquer instrumento.
As canções praticamente se escreveram sozinhas, foi meio mágico… Acho que o entusiasmo pra levar esse projeto pra fora da faculdade veio muito do fato de que o som que a gente tirou agradou a todos os integrantes desde o início.”
Pluma: “Nossa pesquisa passa muito por discussões sobre a função da música na sociedade e do significado das sensações que ela traz pra cada um individualmente.
O ponto principal é sempre se utilizar de vários jeitos das ferramentas estéticas que foram criadas ao longo da história da música pra gerar essas sensações em quem está ouvindo.
Como ouvintes e consumidores de música acho que temos essa visão, mas como produtores e músicos temos que conhecer especificamente a linguagem que estamos falando, não faz mal nenhum saber de onde veio uma certa sonoridade se isso fizer você se comunicar mais facilmente.
Essa autocrítica faz com que nos alinhemos constantemente sobre o caminho artístico que estamos tomando, o que é muito importante quando se é uma banda igual a nossa, que por ser composta por quatro produtores, não tem um “comandante” que tem a palavra final sobre o que será feito. A gente discute intensamente entre nós e isso resulta em um som autêntico e que cumpre.
Pluma: “Fizemos um vídeo pra lançar “Esquinas”, não exatamente um clipe, mas um lyric vídeo mais elaborado. Decidimos nos apresentar nesse primeiro vídeo gravando separadamente durante a quarentena, cada um em sua casa, o que combinou com essa ideia de distância física que a música fala.
A Ma editou o vídeo com efeitos que transmitissem o que a música fala, como sentimentos de instabilidade e insegurança, mas dando uma visão ampla da situação.”
This post was published on 26 de junho de 2020 12:34 am
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