A quarentena tem incentivados artistas a explorarem projetos que em outrora ficariam um pouco de lado e com o cearense Ricardo Cesar não foi diferente. O músico que atua nas bandas Os Intrusivos e Astros de Netuno aproveitou para exercitar o lado D.I.Y. durante este período de isolamento.
O debut do Ricardo Cesar foi gravado no melhor esquema one-man-band e com pouquíssimos recursos. Apenas com um celular em mãos e a produção foi feita para soar vintage. Ele tenta em emular em Just Another Day a estética sonora dos anos 60 mas em algumas faixas traz uma produção alinhada com os anos 80, o que de fato torna o disco bastante experimental.
Entre as referências o músico cita as incríveis The Ronettes, veneradas por artistas como New York Dolls, passando pelo icônico Velvet Underground e o lo-fi de grupos como Dirty Beaches.
O acabamento, os chiados e a estética nos tem espasmos de artistas como Jonathan Richman (The Modern Lovers), Velvet Underground, Ramones, Ronettes, The Jesus and Mary Chain, Alex Chilton, Daniel Johnston, e até mesmo em “Confusion” lembrando Billy Idol.
As músicas são curtas, assim como as do Guided By Voices, e muitas vezes até mesmo lineares. Até por isso a sensação de estar aprisionado em um ciclo faz sentido dentro do contexto. O vocal sussurrado, as melodias e os arranjos tem aquela verve pop daqueles tempos. “Just Another Day” e “Velvet Skies”, que até no nome lembra “April Skies”, tem bastante inspiração do The Jesus and Mary Chain.
Em algumas, o recurso da percussão ajuda a trazer a verve nostálgica, em outras, como “You Trip Me Up” tem melodias no melhor estilo Joey Ramone. “Alone”, experimenta um pouco mais com até mesmo backin vocals. “Walk” é a mais lo-fi e o violão reverbera trazendo de forma proposital a sensação de claustrofobia do quarto.
Os sintetizadores, o espírito da discoteca e a bateria eletrônica, aparecem em “Confusion” que tem a cara das baladas oitentistas. Já na parte final o material acaba ficando um pouco cansativo, talvez com 8 faixas a proposta do trabalho fechasse bem, mas isso é reflexo também do consumo em nossos tempos. “The Garden” fecha feito um interlúdio e no melhor estilo Velvet Underground.
This post was published on 17 de junho de 2020 12:53 pm
The Vaccines é daquelas bandas que dispensa qualquer tipo de apresentação. Mas também daquelas que…
Demorou, é bem verdade mas finalmente o Joyce Manor vem ao Brasil pela primeira vez.…
Programado para o fim de semana dos dia 9 e 10 de novembro, o Balaclava…
Supervão evoca a geração nostalgia para uma pistinha indie 30+ Às vezes a gente esquece…
A artista carioca repaginou "John Riley", canção de amor do século XVII Após lançar seu…
Quando foi confirmado o show do Travis no Brasil, pouco tempo após o anúncio do…
This website uses cookies.