A história da banda Cigana de certa forma se confunde um pouco com a do Hits Perdidos. Tudo começou em 2015 quando os limeirenses enviaram o EP A Torre para avaliação. De lá para cá muita coisa aconteceu, entre participação no tributo aos Titãs (O Pulso Ainda Pulsa) a até mesmo produção de um show em São Paulo, em noite que o Estúdio Aurora também recebeu a Bratislava.
É verdade que já faz um bom tempo que eles estão devendo o álbum de estreia e já temos até data para este lançamento: a sexta-feira (12/04).
O debut sairá pelo selo carioca Sagitta Records, tem produção musical de Cosmo Curiz, e o show de lançamento que acontecerá no dia seguinte (13/04) dará a largada nas comemorações dos 5 anos do Hits Perdidos.
Isso mesmo, ao longo de 2019 faremos uma série de shows especiais na Casa do Mancha para celebrar a data e voltar com tudo para a produção de shows independentes. Em 2017, ao lado da trupe do Contramão Gig, foram 8 noites e 15 artistas, e neste anos faremos algumas noites ainda a serem anunciadas.
No momento apenas podemos dizer: SAVE THE DATE – Hits Perdidos Apresenta Show de Lançamento do álbum de estreia da Cigana @ Casa do Mancha – 13/04.
Por uma coincidência do destino o single e videoclipe estão sendo lançados em pleno Dia Internacional da Mulher.
“Para ser bem sincera não foi uma coisa planejada por causa do dia da mulher, mas porque não colocar isso como uma pauta a ser discutida também.”, conta a vocalista Victoria
A música foi escrita por Victoria Groppo em uma mística noite com lua em escorpião e consequentemente carrega um olhar feminino. Segundo a astrologia quando lua está em escorpião ela emana uma energia de criatividade e transformação, e de certa forma reflete bem o momento da banda nos últimos três anos.
Entre amadurecimento e transformações, eles não são os mesmos dos primeiros EPs e o álbum pegará de surpresa a quem não acompanha eles de perto. Para quem assiste aos shows com alguma frequência com certeza conhecerá algum single ou outro, assim como “Natureza”, gravada em parceria com o selo Lab Fantasma dentro do projeto da Levis, que costuma fazer parte do atual repertório ao vivo do grupo.
O single conta com uma série de participações especiais, Josiele Araújo assume os backing vocals e Caio Olímpio participa tocando saxofone. Hugo Silva assina a mixagem, e a masterização ficou a cargo de Rodrigo Deltoro.
O espírito de parceria do cenário independente transparece até mesmo no processo de planejamento e gravação do vídeo. O registro foi criado em conjunto entre a banda e a diretora Bianca Souza.
“Tivemos meses de planejamento para o clipe acontecer do jeito esperado, e acabou dando tudo certo, conseguimos gravar tudo em um dia graças a boa vontade dos nossos amigos que nos ajudaram muito levando o nosso trabalho a sério. Nós não somos nada sem as pessoas que nos apoiam.”, comenta Groppo
“A música conta sobre uma viagem para dentro de nós mesmos em busca da transformação das coisas banais. No dia anterior da criação da música, a lua entrou em escorpião e eu acabei lendo sobre o assunto e acabei me sentindo inspirada sobre esse momento.”, relembra Vic
“….Ela surgiu do cansaço da rotina do dia-a-dia. Ela é uma viagem ao nosso interior com a ajuda da imaginação para fora do mundo óbvio. Todos temos a capacidade de sumir e viajar para dentro de nós mesmos, quando as coisas perdem o sentido e ficamos sem rumo. Precisamos fazer essa reconexão com o real motivo de fazermos as coisas que fazemos todos os dias para atingir um objetivo maior no futuro”, finaliza a compositora
Em seu instrumental, a banda faz um mix entre math rock, psicodelia, emo e até mesmo o jazz de grupos como Bad Bad Not Good. Tudo isso aliado a vocais melódicos e uma atmosfera que surpreenderá até mesmo a quem ouviu os singles anteriores do grupo limeirense que além de Victoria conta com Matheus Pinheiro e Pedro Baptistella nas guitarras, Felipe Santos na bateria e Caique Redondano no baixo.
Já o clipe diverte justamente pelas brincadeiras que vão desde a marca fictícia “Taokei” que indiretamente protesta com o atual governo federal de maneira bem humorada a até mesmo a montanha russa de emoções de uma banda independente: entre noites memoráveis e as roubadas da vida na estrada.
Para entender mais sobre o momento e toda a força proporcionada pela Lua em Escorpião conversamos com a vocalista da Cigana.
[Hits Perdidos] Finalmente estamos mais perto do que nunca de ver este disco ganhar vida. Vocês inclusive chegaram a reformular ele bastante, contem um pouco mais sobre esse processo e as mudanças na sonoridade e referências.
Victoria Groppo: “Finalmente! Estamos muito ansiosos pro nascimento dessa criança. Reformulamos porque mudamos muito desde 2016, não tinha como não mudar. Mudamos como pessoas e consequentemente enquanto banda, tudo está conectado.
Gravamos em vários lugares diferentes, como o antigo Coda Studios, DSTN Garage e CatPee Records (QG do nosso produtor Cosmo Curiz). Mas finalmente conseguimos colocar uma deadline e entender que precisamos colocar um ponto final nessa parte da nossa vida. E deixar as coisas novas para um próximo momento ou lançamento. Concluímos esse momento da banda com saudades já, mas com vontade de já partir pra outra.”
[Hits Perdidos] “Lua em Escorpião” de onde veio a inspiração para a canção? Inclusive no videoclipe vocês tiram onda com as mudanças na sonoridade, alguém tem lua no signo ou se inspiraram na força desta conjuntura?
Victoria Groppo: “A música conta sobre uma viagem para dentro de nós mesmos em busca da transformação das coisas banais. No dia anterior da criação da música, a lua entrou em escorpião e eu acabei lendo sobre o assunto e acabei me sentindo inspirada sobre esse momento. Quando a lua está em escorpião ela emana uma energia de criatividade e transformação. É a emoção de se livrar de coisas que já não fazem mais sentidos, é o momento de se desconectar do automático e repensar os significados das coisas na vida.
Eu, como uma boa escorpiana (mesmo não tendo a lua em escorpião), me senti muito conectada com essa energia de transformação, e o momento da minha vida pedia isso também. No dia seguinte eu acordei e automaticamente o ritmo e letra me vieram na cabeça, coisas totalmente diferentes do que já havia feito.
Eu nem imaginava que os meninos iriam abraçar a música como eles abraçaram, por ela ser tão diferente do que a gente estava fazendo. Mas no final de tudo, ela completou o álbum de uma maneira muito bonita.”
[Hits Perdidos] Sobre o videoclipe, como veio a ideia, inspirações e como foram as gravações?
Victoria Groppo: “O clipe foi uma construção conjunta entre a banda e a diretora Bianca Souza. Nós fizemos várias reuniões para conseguir trazer alguma história inesperada para o clipe e acabamos que gostando muito dessa história exagerada e irônica de como é tocar com uma banda independente por aí e muitas vezes você não entender o sentido de estar naquele lugar ou festa, mas mesmo assim você dar tudo de si no show e não ligar para os desaforos. E pra gente isso fez total sentido com o significado da música, porque tem show que a gente se transporta mentalmente pra outro lugar pra conseguir segurar a barra, e isso faz total sentido com a viagem para dentro de nós mesmo que a música descreve.
Tivemos meses de planejamento para o clipe acontecer do jeito esperado, e acabou dando tudo certo, conseguimos gravar tudo em um dia graças a boa vontade dos nossos amigos que nos ajudaram muito levando o nosso trabalho a sério. Nós não somos nada sem as pessoas que nos apoiam.”
[Hits Perdidos] Ainda sobre o vídeo, porque escolheram justamente o dia da mulher para seu lançamento? Victoria, como você observa o aumento da visibilidade das artistas nos últimos anos e o que precisa ainda ser mudado não só na indústria fonográfica, mas como na sociedade?
Victoria Groppo: “Para ser bem sincera não foi uma coisa planejada por causa do dia da mulher, mas porque não colocar isso como uma pauta a ser discutida também. Afinal, a música foi escrita sob um olhar feminino e isso deve ser levado em consideração. Vivemos um momento intenso político e social, e acredito que isso faz com que os mais oprimidos busquem maneiras de serem ouvidos, e a arte pode ser um desses caminhos. Histórias precisam ser contadas e recontadas por mulheres e minorias. Chegamos ao limite da ignorância, não dá mais para negar os fatos. Precisamos ser vistas e ouvidas para o mundo mudar, the future is female, por que só assim será mais justo.”
[Hits Perdidos] O que podem adiantar do novo álbum?
Victoria Groppo: “O novo álbum representa o nó que une nós cinco. É um ponto final e um ponto inicial. Final por encerrar um ciclo de amadurecimento e inicial para a nossa carreira de fato se iniciar com um trabalho mais completo e maduro. Todas as músicas têm um pouco de cada um, pois passamos muito tempo tocando antes de gravar pra ter certeza que elas nos representavam. O álbum vai ser composto pelos singles já lançados, uma regravação e músicas inéditas com participações. Acho que isso é o máximo que eu posso adiantar.”
[Hits Perdidos] Contem um pouco mais sobre a expectativa para o lançamento na Casa do Mancha no próximo mês?
Victoria Groppo: “Estamos muito ansiosos pra poder fazer um evento de lançamento em São Paulo, ainda mais numa casa tão conhecida como a Casa do Mancha. Pode ter certeza que faremos esse show com uma energia muito especial e quem sabe até com algumas participações especiais também. São Paulo sempre nos acolheu super bem, temos ótimas lembranças de shows nessa cidade. Esperamos que o show de lançamento seja mais um pra entrar nessa lista.”
This post was published on 8 de março de 2019 10:55 am
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