[Premiere] Caos, desordem e protesto, novo clipe do projeto Multidão resume 2018

 [Premiere] Caos, desordem e protesto, novo clipe do projeto Multidão resume 2018

2018 foi um ano complicado em geral. Os humores estavam exaltados, o ódio foi “normalizado” e fomos atacados por uma enxurrada de Fake News.

Vimos uma onda de conservadorismo se alastrar e as pessoas perderem muito do autocontrole. Disseminando preconceitos, agressividade, falácias, injúrias e até mesmo cometendo atrocidades.

O problema não começou hoje. Ele é o resultado de todo um processo da nossa evolução como sociedade. E quando digo evolução não necessariamente digo andar para frente. 

Quem apostaria na bolsa que Trump seria eleito? Quem diria que o Bolsonaro teria alguma chance antes das eleições?  Quem diria que ideias retrógradas disseminadas feito uma metralhadora de fezes humanas teriam tanto apoio? Quem diria que a empatia tão enfatizada em propagandas institucionais e o apoio a diversidade seriam colocados em cheque?

Às vésperas de um novo governo assumir as primeiras medidas começam a surgir das sombras. O já anunciado corte nas verbas do Sistema S e as falácias sobre mecânicas de captação de recurso via editais ameaçam a circulação artística, sua produção e seus desdobramentos. Se já era para poucos, e de difícil acesso, agora cada vez mais será necessário o apoio de instituições privadas para tentar diminuir os danos.

Aparentemente a cultura como ferramenta de educação, engajamento e transformação social estão longe de serem prioridade em um governo que prefere exaltar instituições falidas, a falsa “luta contra a corrupção” e vender o tesouro nacional a empresas com capital no exterior…do que promover a atitude contestadora.

Tempos estranhos. Tempos obscuros. Tempos Modernos. 1984?

São perguntas que ficam no ar e depois de um ano pesado – e de muita reflexão – o projeto Multidão lança hoje em Premiere no Hits Perdidos o videoclipe para “Desordem e Protesto”.


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Nome de faixa titânico, atitude ainda mais crítica. A Multidão é uma plataforma colaborativa de músicos, produtores e artistas em geral, idealizada por Digo Amazonas. O músico que também é um dos fundadores do BlocoKaya na Gandaia, percussionista da banda O Mangue e baterista da banda de surf music Araras Negras.

“Desordem e Protesto” é o segundo single do projeto e tem planos para lançar novos materiais em 2019. O primeiro foi “Brasilis”, segundo Digo uma espécie epopéia carnavalesca que contou a história do Brasil em ritmo de marcha-rancho e frevo.

“Lançado em outubro, no olho do furacão eleitoral, contou com mais de 50 pessoas envolvidas entre músicos, cineastas, ativistas, atores e colaboradores que se engajaram nessa crítica Oswaldiana às origens das injustiças sociais do nosso país e ao nacionalismo oportunista”, explica o músico.

Agora a carga política vem ainda mais pesada e sem rodeios. Com direito a colagens e imagens de protestos da época eleitoral, o vídeo traz um pouco do clima de tensão e desordem no ar.

“Essa música já existe enquanto ideia na minha cabeça há muitos anos. Fiquei intrigado com esse lema ‘Desordem e Protesto’, soa como um grito de guerra, e foi o ponto de partida perfeito para cutucar essa ferida do falso nacionalismo e da onipresente falsidade na política brasileira, em especial nesse ano”, conta Digo.

“Queria que esse clipe fosse um lembrete do que significou 2018 e da angústia coletiva que estamos vivemos enquanto brasileiros, e a Maranha Filmes conseguiu captar totalmente essa ideia é fazê-la em imagens”, finaliza 



O vídeo foi produzido pela Maranha Filmes. Acompanham Digo (que compôs, canta e toca bateria) nesta faixa Andre Mota (Guitarra), Juari Dovenas (Baixo) e Ivan Silva (Percussão). O registro foi gravado no Estúdio El Rocha, em novembro, e foi mixado e masterizado por Fernando Sanches.

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