Dramón divaga sobre a ansiedade em novo lançamento
A ansiedade é um dos maiores problemas de nossos tempos. Entre seus sintomas psicológicos estão a constante tensão ou nervosismo, medo, problemas de concentração, descontrole emocional, paranoia, dificuldades para dormir, irritabilidade e agitação.
Mas também existem os físicos como a dor no peito, aumento de frequência cardíaca, respiração ofegante, sensação de fraqueza, cansaço, boca seca, pés e mãos frios ou suados, tensão nos músculos, dor de barriga entre outros.
Tudo isso pode evoluir para crises de pânico que fazem com que o nervosismo fique incontrolável, a sensação de que vai morrer também se eleva. As tonturas e vertigens podem se tornar comuns assim como os problemas gastrointestinais.
Ninguém deveria ter que passar por isso ou sentir toda essa dor que parece que vem como uma mão invisível e tira toda a alegria da vida. Mas infelizmente é mais comum do que gostaríamos e milhares de pessoas passam por problemas do tipo.
Alguns buscam refúgio como foi o caso de Renan Vasconcelos da banda Avec Silenzi. O músico e designer, esgotado da agitação e tensão da capital carioca se refugiou em Búzios para controlar sua inquietação.
“Búzios foi um lugar extremamente acolhedor nesses 6 anos e meio que vivi lá. Cumpriu muito bem seu papel de refúgio. Encontrei um pouco de paz para pôr ordem na cabeça, e consegui deixar para trás determinadas angústias que sentia no Rio. O nome do primeiro EP é Ansiedade Morte, uma referência à lembrança do porque fui parar lá em Búzios”, reflete Renan.
Deste retiro ele produziu material suficiente para dois EPs que serão lançados pelo selo independente Sinewave. Para sua empreitada solo e confessional ele nomeia o projeto como Dramón.
O lançamento do primeiro EP, Ansiedade Morte, também marca a mudança do músico para São Paulo (SP) onde nesta sexta-feira realiza seu show de lançamento no bairro boêmio da Vila Madalena.
As referências de seu novo projeto assim como seu trabalho na Avec Silenzi permeiam o experimentalismo. Ele adiciona ainda elementos de eletrônica e ambient com direito a ruídos e epifanias.
Em Dramón Renan é o responsável pelas guitarras, drum machines e synths. Ansiedade Morte conta com a participação de Marcelo Malni (Zander, Malni), que assume os baixos. Apesar do nome do EP ser forte e sentimental ele nos conta que o período na cidade litorânea foi fundamental para sua cura e é muito grato por isso.
“A gestação desse primeiro EP e parte do segundo foi misturada com meus últimos passeios e relações com a cidade. E eu queria fechar esse primeiro ciclo de trabalho lá, para me despedir em paz e agradecer por tudo que vivi”, conta o músico
Nesta sexta-feira o Dramón lança seu EP de estreia, Ansiedade Morte, em Premiere no Hits Perdidos. Rápido e com tensão no ar seria uma boa maneira de introduzir o EP. Afinal de contas o registro tem um pouco menos de 17 minutos de duração e conta com seis canções.
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O clima de tensão paira no ar em “Caiçara” que usa do artifício do ambiente para criar uma progressão de notas que causa estranhamento por suas distorções, beats que se assemelham a batida lenta do coração e tom ameno.
“Gestos que Matam” chega com beats mais pulsantes e traz elementos industriais para a panela. A drum machine ganha destaque e as guitarras são mais cirúrgicas e distorcidas.
A tensão vai em choque em “Gestos que Salvam” que assim como seu nome tem ares mais otimistas e suas ondas trabalham em fluxos mais energéticos feito a fonte da vida. Me lembrando o lado introspectivo dos discos mais experimentais do Nine Inch Nails como Ghosts I-IV.
“h.(arp)” tem um clima de passagem e nos deixa atentos. Serve como uma canção de transição e evoca a levada mais matemática e fria dos alemães do Kraftwerk. Nela vive a angústia, os sintomas de impotência e de se deixar levar pela corrente.
“Meúna” fica ainda mais tensa e com elementos que deixam ela ainda mais energética. Com mais recursos ela parece ligar a sirene com batidas progressivas que realmente passam a sensação de descontrole, ansiedade e impaciência. Cheia de loops ela poderia até ilustrar alguma fase final de jogo de videogame.
“Pequenas Mortes” tem o espírito de luto e fim de ciclo. Ela é mais fluída e deixa tudo pavimentado para um novo recomeço. Feito uma explosão estrelar e o nascimento de uma nova galáxia. Leve, pulsante e cheia de esperança apesar de tudo. Afinal de contas, todo o fim é a oportunidade para um novo recomeço.
Transpiração, tensão e redenção. São três palavras que definem o espírito de reconstrução e alívio que o primeiro EP do Dramón nos passa. Renan transforma suas dores em arte e mostra como somos inconstantes e em constante transformação.
O registro por horas é frio, nublado, tenso, pulsante porém também nos passa a ideia de expurgação. Com muita experimentação ele irá agradar a quem aprecie distorções, ruídos e caos sonoro.
This post was published on 10 de agosto de 2018 11:59 am
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