A vida muitas vezes prega peças, daquelas que não conseguimos explicar. Alguns preferem chamar de acaso ou obra destino. Mas fato é que em algumas situações estas coincidências podem “calhar” e vir na “hora certa”.
Foi assim com a cantora paraense Marisa Brito. Em 2004, Fernanda Brito Gaia, irmã de Marisa, registrou com o auxílio de Gustavo Pessoa, imagens da musicista no Rio de Janeiro.
Estas feitas em película, registradas com uma câmera Bolex e filmes de diferentes tipos de câmera analógicas. De certa forma foi um experimento artístico, criando texturas de vídeo diferentes.
Só que é ai que entra o tal do destino. As imagens permaneceram perdidas por praticamente 14 anos. Gustavo, super conceituado no cinema independente, reencontrou e levou elas para o México para telacinar junto com outro material que ele estava produzindo. Decidiu então presentear Marisa e Fernanda com as imagens no ano passado. Ai que entra o fator coincidência: bem na semana do lançamento do EP.
“Parece que aquilo que a música diz ‘tudo vai fluir, tudo tem a sua hora’ cai como uma luva para essa situação. Imagens guardadas tanto tempo foram ressurgir justamente no momento em que eu estava lançando uma nova carreira… não podia ser mais maravilhoso”, explica a artista
Para ela foi como abrir um portal para ver como sua vida tinha se transformado:
“Felicidade, nostalgia e alegria de olhar pra trás e ver quantas coisas eu já vivi e que construíram a pessoa que sou hoje: muito diferente e mais aberta para encarar o mundo sem medo”, reflete Marisa
O clipe que tem direção assinada por Fernanda e fotografia de Gustavo Pessoa, tem um roteiro divertido e de certa forma bastante nostálgico. Pelo fato de mostrar cenas que com o passar do tempo passaram por uma transformação.
Cidades são destruídas e reconstruídas com uma rapidez que as vezes precisamos de registros do tipo para notarmos estas diferenças no ambiente. 14 anos se passaram e tanto Marisa como as construções urbanas da capital carioca mudaram.
Tudo muda mas o sentimento e as memórias, ah essas tem um lugar apaixonado dentro do peito que transborda a alma. É quase que uma D.R. consigo mesmo, um acerto de contas.
Estar fechado para balanço e aceitar sua própria evolução de fato também é libertador. Feito portais invisíveis para outras memórias, entre acertos e arrependimentos. Mas acho que é disso que é feito isto que chamamos de “vida”, não é mesmo?
Esse ato de coragem que é se olhar no espelho e se ver diferente que ganha todo o contorno na canção e talvez por isso que as imagens tenham caído feito uma luva para este momento da carreira da artista.
“Minha ideia sempre foi que meu primeiro clipe fosse dessa música, por ela ter uma pegada mais pop e ser a mais ouvida e pedida nos shows. Além disso, quando as imagens chegaram pra gente, depois de tantos anos perdidas, nós olhamos e achamos que elas tinham tudo a ver com o sentimento que eu tinha em relação a essa música, mostrando uma busca, uma transformação, alguém se montando, se construindo e se assumindo no mundo sem medo de se sentir diferente, simplesmente sendo o que quiser ser”, confessa.
Além do apego emocional e de amadurecimento, a canção de amor foi escolhida pelo motivo de ser um dos “hits perdidos” da artista. Visto que em seu show era uma das mais aclamadas e pedidas pelos fãs.
This post was published on 15 de junho de 2018 11:28 am
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