Na era da informação somos bombardeados de notícias, propagandas e informações a todo momento. As vezes fica até difícil conseguir captar tudo que paira no ar na websfera, porém alguns sabem usar esta ferramenta com maestria.
Caso saiba dominar a ferramenta, é possível em questão de dias se tornar expert em um assunto que talvez demandasse anos de leitura, estudo, debates e aprofundamento. E isto não tem que ser visto de maneira negativa de maneira alguma, isto é ótimo. O open source para que novos talentos consigam se desenvolver e serem vistos.
Isso pode ser visto em muitos casos de novos prodígios que aparecem e se destacam. No campo da música esse bombardeio de informações pode ser visto de maneira um tanto quanto proveitosa visto que o acesso a acervos de poetas, escritores, músicos, estética, gerenciamento de carreira e novos projetos.
Por exemplo, você ouve sobre um novo gênero musical como o “Axé Punk”, “Celtic Punk”, “Afro Punk” ou descobre sobre a existência do “No Wave” e a poucos cliques consegue saber sobre quais os grandes expoentes, qual sua origem, quais as características que permeiam as letras, quais as tablaturas e à partir disso conhecer não só uma cena como todo o contexto.
Posso dizer que grande parte da existência do Hits Perdidos se dá por conta dessa busca implacável por ir atrás de novas referências. E isso não para na internet, a leitura de livros e biografias, ouvir programas de rádio como os da BBC, KRS-One, Mutante Radio, Antena Zero, Vinil FM, Rádio Layback. Ficar a par do casting dos selos de seus artistas favoritos e acompanhar portais – e blogs – nacionais e gringos faz parte do processo.
Mas principalmente: levantar a bunda do sofá e ir ver os shows ao vivo. Acredito que é o que mais tem faltado hoje em dia para que essa incrível cena que tem surgido não desista de continuar na batalha diária de fazer seu som.
Acredito que tudo isso de certa forma pode ser visto no disco que o Hits Perdidos fará a Premiere hoje. Afinal de contas o grupo carrega todos elementos que dão toda a magia e diferencia o som dos caras no meio desse mercado a cada dia mais competitivo.
Querendo ou não com tanta música sendo produzida, captar a atenção do ouvinte é a cada dia algo mais difícil em tempos que poucos realmente prestam atenção em um disco de cabo a rabo.
Hoje falaremos sobre o segundo disco dos paranaenses do Them Old CrapGaleria Fantasma, que está sendo lançado nesta segunda-feira (6/3) através do selo alemão Broken Neck Records. Eles inclusive estão lançando seu disco com direito a uma verdadeira maratona de shows na Europa que teve início na Holanda a poucos dias.

Them Old Crap faz Premiere hoje no Hits Perdidos de seu segundo álbum Galeria Fantasma. – Foto: Divulgação

O trio Them Old Crap surgiu em 2013 contando com músicos de Londrina e Curitiba (PR) em sua formação. O nascimento se deu pelo interesse pelo Bluegrass, com o passar do tempo novos estilos e referências foram incorporados. O que só fez que que a panela do som da banda ficasse mais cheia e interessante.
Quando falo em mistura não estou falando por falar dá uma olhada como eles descrevem suas referências:
“As influências musicais vão do Hillbilly, Bluegrass, Country Outlaw, Western ao Pós Punk, Gótico, Punk, Metal com pitadas do Baião e música Cigana, envolto em um jeito muito brasileiro de compor e se apresentar. Influências literárias também fazem parte da banda, como Edgar Allan Poe, Anne Rice, Álvares de Azevedo e Junqueira Freire.”
Tudo isso culminou no primeiro álbum da banda, Old Man, lançado no ano passado também pela Broken Neck. Após o disco, a banda passou por uma reformulação em sua linha de frente, o que possibilitou uma visão mais abrangente e novas influências.
Atualmente na linha de frente o trio conta com Eduardo Ribeiro (Banjo, Mandolin, Vocais), Marlon Apolinaro (Cello, vocais), e Lucas (Guitarra acústica, vocais). O resultado disso vocês ouvirão em Galeria Fantasma que conta também com as participações de Elcio Oliveira (Harpa), João Salles (Acordeão), Aline Lorenzzetti (Washboard – Tábua) e Liz Sloan (Violino).
Um outro ganho deste novo trabalho é a rica mistura e soma do folclore, espiritualidade, religiosidade brasileira com a moda de viola. São esses detalhes que fazem com que mesmo boa parte das canções sendo cantadas em inglês, a obra não perca a identidade local. Algo que grupos como Monoclub fazem com maestria juntando influências de Almir Sater passando por Willie Nelson e chegando ao Wilco. Outro belo exemplo de revitalização da música folk é o duo Antiprisma.
O disco: Galeria Fantasma [2017]
Enfim chegamos a parte mais esperada da resenha, o momento saber mais sobre o disco do trio paranaense. Que neste momento está em sua terceira turnê europeia colecionando novas histórias e fazendo vários amigos. Já divulgando o trabalho do disco passando por locais como Holanda, Bélgica, Alemanha, França, Suíça e Dinamarca. Serão 53 dias e cerca de 35 shows marcados por esta região do norte da Europa.
Hoje por exemplo eles estão na Holanda, onde se apresentam em Nijmegen (Camelet) amanhã. Confira um vídeo deles registrado por um fã durante a última turnê européia.

O álbum conta com 15 faixas, e viaja através das cordas magnéticas de seus instrumentos combinando referências diretas e indiretas de estilos como post-punk, música cigana, bluegrass, punk, metal, country, moda de viola e bebendo da fonte da poesia gótica de artistas como o grande Álvares de Azevedo, a poesia dark de Edgar Allan Poe e a espiritualidade que todos carregam através de sua áurea. Anne Rice e Junqueira Freire também contribuem para que os versos ganhem a carga mística que o álbum clama.
A magia e o ocultismo são temas abordados, não era para menos, o folclore e a cultura popular caminham nesta direção através de contos, cantigas, e seus provérbios e ensinamentos. Ao longo do disco há trechos que falam sobre espíritos, fantasmas, vampiros, crenças e superstição. A própria cultura celta que consigo observar na sonoridade do trio, vai muito além dos duendes verdes e potes de ouro atrás do arco-íris.
Algo muito legal – e divertido – que eles fizeram foi durante o processo de gravação do álbum disponibilizar vídeos no youtube dos dias de gravação. Confira como foi: Dia 1, Dia 2, Dia 3, Dia 4, Dia 5.
Resenha
Pude ouvir em primeira mão, Galeria Fantasma, que já está disponível para compra através do site da gravadora ou entrando em contato com a banda.
O disco já começa para cima e a 120 km/h com a energética e para cima “Breath Your Life” com o cello sendo tocado na velocidade da luz e uma letra espiritualizada e esperançosa. O lado western, hibilly e country outlaw dão o tom da fúria por descobrir o mundo que o disco clama.
Nos versos podemos notar também um tom místico e desbravador procurando viver cada segundo desta vida da maneira mais intensa possível. Em seu minuto final temos um duelo de instrumentos e o aumento da velocidade, elementos estes que bandas de psychobilly sabem usar muito bem.
“Shiver” já tem uma levada mais reflexiva e letra que carrega o misticismo. Fala sobre a passagem de tempo, os medos e as razões para seguir em frente. Com arranjos mais detalhistas ela tem uma construção mais minuciosa e consegue agradar fãs de Screaming Trees, Authority Zero a apreciadores de folk metal. O som do banjo quebra a velocidade implacável do som anterior.
Já “Someone” carrega o lado cigano em seu DNA e flerta com o post-punk em sua estrutura. Carregando a profundidade de músicos como Nick Cave, Tom Waits, Mike Ness e a literatura gótica. Se você já ouviu o disco Float do Flogging Molly você sabe bem do que eu estou falando. O folk ganha corpo com outros ricos elementos de diversas regiões do globo. A canção fala sobre ser ouvido, ter seu lugar ao sol e reconhecimento por quem você é.
O Bluegrass se funde a prosa em “Crucified By Love” e passa a limpo o fim de um relacionamento. Com metáforas e analogias interessantes como a figura mística do “diabo” estar dentro do corpo. A espiritualidade se esconde por trás de cada verso e o destino é posto a prova.
O lado mais country de artistas como Willie Nelson, Hank Willians, Woody Guthrie, Johnny Cash e outras lendas do estilo é latente na balada “Constant Sorrow”. Canção que flerta com a tão brasileira moda de viola e o espírito sertanejo. Os backin vocals dão o corpo dramático que a canção clama e os acordes lentos dão toda a seriedade necessária para prender a atenção.
“By My Side” volta a ter o cello como protagonista e a surpresa está exatamente na mistura com o baião. O canção mostra exatamente essa aproximação da cultura brasileira através da world music. O hibilly se confundindo com o xote e o banjo ganhando toques celtas trazidos pelos imigrantes irlandeses para os EUA.
A globalização se refletindo em cada trecho da faixa. “By My Side” fala inclusive sobre o ódio e caos do mundo e a falta de união entre os seres humanos que tendem a viver sempre em conflito. Por outro lado, o Them Old Crap convida independente de onde você vem, sua opinião ou o gosta de ouvir: para vir dançar junto. Por toda essa mescla, eu acredito que seja o Hit Perdido do álbum!
Desta forma chegamos a “Whisper Help” tem veia e raíz folk com metáforas e versos que parecem extraídos direto de um poema. Cheia de rimas que são dramatizadas nos vocais de Eduardo. A busca pela ajuda divina acaba sendo o tema da canção.
A ciganisse volta a transparecer em meio ao tom folclórico de “Rituals” sua atmosfera remete ao trabalho de grupos como Blood Or Whiskey, Mahones e Dubliners. Os rituais de passagem como as tatuagens estampadas sobre a pele carregando lembranças a o tom campestre são citados ao longo da letra. O oculto e intensidade da vida também permeiam a letra do som.
O Banjo eleva o tom místico e folclórico do som do Them Old Crap. – Foto: Marc van der Maas

O lado mais melódico e medieval está presente em “Make Up” que viaja por universos distantes para fazer as pazes consigo mesmo. Tanto que para quem curtir folk metal / metal melódico provavelmente terá a faixa como uma das preferidas. Aliás os pecados, erros humanos  e a busca pelo perdão permeiam a maior parte das letras. Muito disto pela influência da literatura como já dito antes.
A décima canção do álbum é “Anajs” que é o casamento entre o lado dark do Bauhaus com a euforia vibrante do bluegrass. A dualidade entre o desespero e a alegria são exaltados nos versos um tanto quanto românticos.
O ritmo festeiro volta em “Lean On Me”. O companheirismo e a compaixão de uma amizade são retratados na canção que fala sobre as relações pessoais e a lealdade. Aquele sentimento de irmandade que deve existir em todo grupo de amigos, que basicamente é o que move uma banda.
“Cauldron” é a última grande epopeia do disco. Com cerca de 6 minutos ela é uma balada mística e lembra o vocal de Eddie Vedder em suas baladas contemplativas. Por ser uma música mais calma podemos observar os detalhes dos instrumentos que ouso dizer que irá agradar fãs de R.E.M. e Alice In Chains.
Assim chegamos a “Guerreiros Urbanos”, a única canção do disco em português. Esta que fala sobre os guerreiros do terceiro mundo, a corrupção, a guerra, o misticismo e tudo que há de errado na sociedade. A arte de sobreviver em meio ao caos é o tema da canção entre uma linha de contra baixo e um vocal áspero.
A faixa de nome complicado – mais que ouvindo faz todo sentido – “Barutcha Kreputcha” assim como o Gogol Bordello carrega o ar do leste europeu e suas comunidades ciganas em seu instrumental. Como a região sempre conviveu com muitas guerras, a vida cigana virou mais do que uma opção, uma necessidade. Através disso muitos ritmos foram sendo incorporados, como os sons dos bálcãs a outras localidades como a Romênia.
O álbum se encerra com “Them Old Crap” que carrega o mesmo nome da banda. Inclusive a única frase em português afirma “Nós somos do norte do Paraná”. A música teve Premiere no programa do Hits Perdidos que vai ao ar às terças na Mutante Radio.
A canção que traduz a essência da banda, um grupo de amigos que viaja o país – e o mundo – em busca de se divertir e espalhar sua mensagem. Desta forma fechando o disco com uma mensagem positiva e sem esquecer de onde veio e quem é.

O segundo álbum do Them Old Crap, Galeria Fantasma, surpreende pela pluralidade, pelos riquíssimos detalhes em sua composição e a forma de abordar os temas propostos pelo disco. É como uma conversa de boteco sobre suas indignações com as injustiças sociais, a religiosidade, as passagens da vida, a diversão, os romances e preocupações. Tudo isso procurando sua verdadeira essência para que assim possa de uma forma ou outra transcender.
O casamento entre o banjo e o cello em muitas faixas carrega euforia nas canções mais hibilly/bluegrass, mas o disco não se resume a isso. Tem canções mais melódicas que procuram reflexões e sentido para a vida. A música cigana, o post-punk, a música celta, a moda de viola, o folk metal e o baião também dão peso ao processo criativo do trio.
Espiritualidade á a palavra chave de Galeria Fantasma que procura a paz a todo custo. Por outro lado eu acredito que o disco poderia ser um pouco menor, 15 faixas ficou um pouco longo demais, por mais que tenha todo um conceito envolvido por trás.
Algo a se destacar é a procura por recursos na literatura gótica, sendo ela nacional ou internacional. Essa pluralidade que a internet facilita através das pesquisas e da leitura. Assim como a banda curitibana This Lonely Crowd o mundo dos contos e da prosa estão no DNA do Them Old Crap.


Playlist de influências
O trio preparou uma playlist no Youtube com 15 referências que de alguma forma ou outra fazem com que o Them Old Crap exista. A lista sugere até ser trilha sonora para as viagens do grupo, ou seja uma ótima maneira de descobrir o que eles ouvem durante a viagem!

Claro que o Spotify não ia ficar de fora e quem quiser ouvir na plataforma montamos uma playlist no perfil do Hits Perdidos!



Entrevista
[Hits Perdidos] Antes de qualquer coisa gostaria de saber como está a ansiedade para a turnê européia que começa já no domingo. É a terceira vez que vão para lá, como é a receptividade por aqueles lados? Qual lugar estão mais ansiosos para conhecer?
Eduardo: “A receptividade é maravilhosa, já aconteceu de pessoas encontrarem a gente no aeroporto para assinar os vinis, com camisetas da banda, várias pessoas pedindo músicas, cantando junto. Já estamos aqui, e a ansiedade é grande para países que ainda não tocamos juntos como França, Suiça e Dinamarca.
Lucas: “Muito ansioso! A receptividade é muito boa, bem maior que no Brasil. Estou ansioso pra conhecer Kopenhagen.”
Marlon: “Fico ansioso por ser minha primeira tour na Europa e pelo fato de ser novo membro da banda. Antes mesmo de chegar já recebo boas vindas de pessoas que conhecem e gostam da banda. Berlim é o lugar que mais tenho vontade conhecer”
[Hits Perdidos] O som de vocês mistura Hillbilly, Bluegrass, Country Outlaw, Western ao Pós Punk, Gótico, Punk, Metal com pitadas do Baião e música Cigana com uma levada brasileira na hora de compor. Tendo até na literatura, influências. Como funciona toda essa panela na hora de compor?
Eduardo: “Geralmente eu componho as músicas, envio tudo gravado com arranjo e a gente faz a arte final juntos. Eu ouço muito música gótica, sleaze, hardcore e bluegrass. Procuro misturar tudo na hora de compor, e isso sai naturalmente. Lucas traz muito da influência nacional e Marlon da música cigana. Post punk é o som que temos em comum
Lucas: “Na hora de compor as influências saem naturalmente, pois já estão encrustadas em nossos ouvidos.”
Marlon: “Misturamos influências que cada um tem na vida. Creio que pelo fato de termos experiência com praticamente os mesmos gêneros musicais acaba ajudando muito na hora de produzir. Eduardo compõe músicas e nos apresenta onde tudo acontece.”
[Hits Perdidos] Em 2017 vocês contam com uma nova formação, como acredita que isso ajudou na evolução do trabalho em relação ao trabalho anterior?
Eduardo: “Evoluiu muito na hora de executar as músicas, que agora são tocadas como foram compostas, e na parte da composição há uma grande sintonia nos três, resultando em um trabalho muito mais minucioso e profundo.”
Lucas: “Ajudou bastante. Nosso novo baixista tem um nível técnico bastante alto.”
Marlon: “Creio que pude acrescentar influências circenses e ciganas, além de novas técnicas.”
[Hits Perdidos] Vocês já fazem parte do selo Broken Neck Records a mais de 3 anos. Como rolou o convite e como funciona a parceria?
Eduardo: “O selo rolou quando lançamos o álbum Old Man. Logo fomos convidados pelo responsável do selo para lançar nossos albums. O selo tem total confiança no nosso trabalho, enviamos o trabalho pronto e geralmente após ouvir eles já nos enviam os documentos de lançamento em cd e vinil.”
[Hits Perdidos] Hoje oficialmente sai o segundo disco de vocês Galeria Fantasma, com 15 faixas cheias de detalhes e diversas influências. Como foram as gravações no estúdio 3EM1 e quem foi responsável pela mix e masterização?
Eduardo: “O disco foi gravado em apenas uma semana cheia de gravações. Trabalhamos geralmente 12 a 14 horas por dia nele durante esse tempo com Alexandre Bressan nas gravações, mix e master. Um trabalho que concretizou um conceito e extraiu completamente o que o repertório tinha a oferecer. Bressan tem uma grande parte no resultado desse disco.
Lucas: “Foram muito profissionais. Bressan é um dos melhores produtores com que já trabalhamos.”
Marlon: “Gravamos o disco em uma semana bem corrida, muitas horas de gravação, muitos litros de café e muita gargalhada. Nos divertimos bastante, mas nunca fugindo da responsabilidade que o disco trazia. O profissionalismo de Alexandre Bressan na captação, mix e master foi essencial para transmitir o verdadeiro timbre e reprodução.”
[Hits Perdidos] Vocês tem muitas referências musicais, quais poderiam citar que fariam com que o pessoal caísse para trás ao saber. Ou que não são tão “óbvias”.
Eduardo: “Eu ouço muito The Cure, Lostprophets, Offspring, Gipsy Kings, Crooked Still, Turbonegro, Loreenna McKennitty, Social Distortion, HIM , Backyard Babies, Tião Carreiro, New Dust e Michael Jackson. E quando estou na casa da minha namorada é punk o tempo todo, nacional e internacional.”
Lucas: “Ramones, Dead Kennedys, Smiths, The cure, Chico Science, Split Lip Rayfield, 357 Stringband, Caburé Canela.”
Marlon: “Joy Division, The Smiths, The Cure, Bauhaus, Ludovico Einaudi, Taraf de Hairouks, Vinicius de Morais, Baden Powell, Jacob do Bandolim, e quando bem inspirado Extreme Noise Terror, Epäjärjestys, Mob 47 e bastante punk.”

Them Old Crap está fazendo a terceira turnê europeia. – Foto: Divulgação.

[Hits Perdidos] Quais bandas puderam conhecer nas tours pela Europa que recomendariam para os leitores do Hits? E quais vão tocar nessa de agora que estão ansiosos para conhecer?
Eduardo:  “Acho q foi foda conhecer os Devil Makes Three, fazer uma tour com Jayke Orvis e Freeborn Brothers. Vamos dividir o headline com os Legendary Shack Shakers, que são fodas também. Outra banda q eu curto muito é Pinebox Boys, um bluegrass pra quem curte Tim Burton.
Lucas: “Carrie Nation and the speakeasy, whiskey Dick, redemption Colts, freeborn brothers. Ansioso pra conhecer ao vivo o Legendary Shack Shakers.”
Marlon: “É minha primeira tour, mas pretendo conhecer muita banda.”
[Hits Perdidos] Aliás, turnê sempre rola conseguir encaixar de assistir algum daqueles shows que não conseguimos ver no Brasil. Programaram de assistir algum? Ou tentarão descobrir algum no dia?
Eduardo: “Eu estou na minha eterna luta de conseguir assistir Backyard Babies e Turbonegro. Outro era Bob Wayne e que agora tenho a oportunidade de estar oficialmente na banda, e conhecer os caras do Slayer também foi foda.”
Lucas: “Não.”
Marlon: “Eu ando ansioso com nossa tour, com a aceitação do novo disco e comigo como novo membro. Pretendo ver algumas bandas.”
[Hits Perdidos] Se pudessem criar um festival com bandas que ainda estão na ativa. Qual seria o line-up?
Eduardo: “Com certeza teriam os Greengrass Brothers de Londrina, Pinebox Boys, Jayke Orvis, James Hunnicutt, bandas que tem esse dark-feelling roots e não estão preocupados com o wanna be satanic.”
Lucas: “Split Lip Rayfield, Joseph Huber, Scott Biram, Jayke Orvis, Del Mcourry, sei lá.”
Marlon:  “Com toda certeza queria Extreme Noise Terror, Rystetiit, Agathocles e bandas do mesmo gênero, para voltar para casa cheio de hematomas.”
[Hits Perdidos] O disco fala sobre espiritualidade e religiosa brasileira. Em quais sons acha que isso se destaca mais? Quão importante é a religião para vocês?
Eduardo: “Acho q a mais forte musicalmente espiritual é a “Cauldroun”, que escrevi em parceria com uma bruxa. Tivemos a honra de gravá-la com Helcio do Terra Celta e Salles que tocou acordeão.
Ambos exprimiram exatamente o que a música quis dizer em todo seu sentido espiritual. Tem também as músicas que psicografei durante vários anos, e decidi colocá-las no álbum, justamente pelo disco se chamar “Galeria Fantasma”. Nós 3 temos diferentes opiniões, mas um núcleo comum a respeito de um lado espiritual.”
Lucas: “Religião não é importante. Filosofia e História são muito mais.”
Marlon: “Creio que quase todas as musicas falam sobre espiritualidade. Estar verdadeiramente grato com as coisas que o universo nos proporcionam é o mais importante para mim.”

[Hits Perdidos] Como sente que a literatura influência vocês?
Eduardo: “Eu sempre curti ler Edgar Allan Poe e era meu refúgio de tudo. Álvares de Azevedo me ajudou muito na forma poética, e Anne Rice em criar todo esse mundo obscuro (junto com esse universo Tim Burton com certeza).”
Lucas: “Como leitores assíduos, a literatura influencia em tudo, não só na composição, mas também na visão de mundo.Quanto mais você lê, maior é o seu mundo.”
Marlon: “Creio que a literatura influência em tudo na nossa vida.”
[Hits Perdidos] Quais discos mais gostaram de ouvir nos últimos tempos?

Eduardo: “Para mim, dentro do Roots é o Bless this Mess do Jayke Orvis e Strange Country do Crooked Still. Fora do Roots é Liberation Transmission dos Lostprophets e Retox do Turbonegro.”
Lucas: “Speedealer, split lip rayfield.
Marlon: “Tenho escutado muito Warsaw (Joy Division) 1977, A Holocaust in your head (Extreme Noise Terror), Taraf de Hairouks e Kärnavapen Atack (Mob 4).”

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This post was published on 6 de março de 2017 12:55 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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