Persistência, saber o que quer e muita mas muita força de vontade. Esses foram elementos cruciais para o nascimento da banda que iremos falar hoje. Tudo começou da maneira mais clássica possível: um pequeno quarto e dois amigos trocando ideia e vislumbrando acordes.
Aquela coisa bem intuitiva e natural, como deve ser. Leo Victor Koprowski, arranhava a guitarra desde os 16 mas como muitos: ainda não tinha tido a experiência de ter tocado de fato em um conjunto. O cenário é Benedito Novo, pequena cidade de Santa Catarina.
Cheio de sonhos e querendo fazer um som que para ele fizesse sentido em uma região onde o rock alternativo era visto com estranhamento, ele e Eduardo – baterista até então de uma banda cover de hits “indies” dos 00’s, Madame D`Brechó – começaram a de fato a tocar covers de músicas que ao menos para a região soassem: estranhas.
Mais para frente eles até irão comentar sobre o marasmo dos grupos da região deste cenário viverem 2001 como se fosse ontem e tocarem ainda hits manjados – e já cansativos – como “Last Night” do The Strokes.
O ano era 2015, e em 2014 tínhamos dois lançamentos fantásticos. Atlas do Real Estate e Salad Days do Mac Demarco. E foi nesse ritmo de encontros com esse setlist – de bons discos lançados a um curtíssimo período de tempo – que surgia o embrião do que seria a nova banda.
Entre um riff ou outro com uma levada mais desprentisiosa e ainda com os sets calcados em covers, eles decidiram chamar um baixista para essa brincadeira. E o escolhido foi Billy – que já tinha passagem pelas bandas Calvin e que também estava ligado a outro projeto de covers, a Gulliver.
A partir daí a ideia começou a se desenrolar de fato. Entre uma jam e outra, Leo tomou coragem e apresentou alguns riffs que ele mesmo tinha criado mas nunca mostrado para ninguém. Com o amadurecimento da visão de todos eles começaram a se arriscar nessa nova proposta, e esbarraram na primeira dificuldade como projeto autoral.
A falta de vocalista.
Leo até que tentou mas não se sentia a vontade em de certa forma ~passar vergonha~ com sua habilidade como front man. Normal, nem todo mundo nasceu para isso. Só que na região onde a banda é originária, Benedito Novo e Timbó (ambas de SC), a procura estava difícil.
Foi daí que entrou as redes sociais na pequena história do grupo, e já adiantando que não foi para fazer textão, arranjar “treta” ou enviar memes. Na rotina de stalk que o senhor Mark Zuckerberg insiste em nos encorajar a fazer, eles encontraram o perfil do Felipe Locks. Onde nele constava um link para o Soundcloud de seu projeto solo lo-fi, SolidSelik.
Impressionados e sondando a parceria através de uma gravação de celular com uma qualidade não muito boa – “D.I.Y. total” eles enviaram uma composição ainda crua. Felipe gostou e de pronto comentou dizendo que lembrava: “Essas bandas novas como Mac DeMarco”.
Dias depois mas sem terem de fato tocado juntos, Leo enviou um riff novo de uns 40s também gravado no celular. Pouco menos de 3 horas depois Felipe respondeu com um arquivo de áudio de 2 minutos com um esboço de canção criado sob aquele riff, já com segunda guitarra e vocal.
A sensação de susto e felicidade com o entendimento de Felipe sob a proposta de som Dream Pop que Leo deslumbrava para o som da banda, o encantou. Os outros membros do conjunto ficaram igualmente admirados e assim meio que por acidente surgia o primeiro single da Wolken, “Caos Calmo”.

A banda Wolken é composta por Eduardo, Leo Victor Koprowski, Felipe Locks e Billy

A partir daí a banda tinha um norte, um caminho um pouco menos nublado a seguir. Tinham em mente que gostariam de se aventurar a compor seu primeiro EP – que veio a ter o mesmo novo do single que os reuniu: Caos Calmo (Maio/2016).
Ainda no processo de rascunhar canções e demos eles conhecem Roberto “Swan” Lucena. Para quem não ainda não conhece “Swan”, provavelmente conheça sua banda: a Taunting Glaciers. Excelente banda de Blumenau-SC que tem seu material lançado pelo importante selo HBB.

Já tendo o conhecimento da banda de “Swan” que passeia por gêneros como o ambient, post-rock e shoegaze, a galera da Wolken tinha conhecimento que o estúdio que ele comandava, o Estúdio Takeout era o lugar adequado para que este EP ganhasse vida.
O química da parceria também foi de imediato, tanto em entender a proposta musical do grupo, como a iniciativa que “Swan” e sua esposa – Lolla – vislumbraram por em prática: a criação de um selo independente focado nas bandas alternativas do médio vale do Itajaí, a Aquagreen Records.

Após ter ouvido a apenas uma faixa em baixa qualidade do projeto, “Swan” e Lolla decidiram apostar as fichas na Wolken e fazer do que seria o Caos Calmo, o primeiro lançamento da Aquagreen Records.
E acho que o mais bonito dessa história, é como vários sonhos foram sendo somados. Como todos de certa forma motivaram a aquela ideia inicial com poucas pretensões num quartinho numa pacata cidade interiorana de Santa Catarina fosse de pouco em pouco subindo degraus e convergindo em algo maior que o rabisco inicial da ideia.
Acho que independente de se você quer ter uma banda, se você sonha em ser um engenheiro de som, se você vislumbra ter um selo, ser médico, piloto de avião ou quaisquer que sejam suas pretensões o caminho é esse: se arriscar, se aventurar e dar seu jeito de chegar o mais próximo do que pretende.
Nem tudo vai ser rápido ou num piscar de dedos mas imagina se o Leo por exemplo tivesse dito “ninguém vai querer fazer um som destes, vou seguir minha vida em frente”. Talvez ele deixasse de conhecer pessoas que hoje fazem sentido e carregam dentro delas um pouco destes sonhos.
Mas vamos ao EP recém lançado via Aquagreen Records no último mês.

 
O primeiro trabalho da Wolken foi gravado, mixado e masterizado no Estúdio Takeout por Roberto “Swan” Lucena. A capa foi extraída de uma foto de Stefan Koprowski mas sobre isto falaremos mais tarde.
O EP se inicia com a faixa título, “Caos Calmo”, esta que tem seu título retirado de um filme italiano dirigido por Antonello Grimaldi e escrito/estrelado por Nanni Moretti. Apesar do nome em português o idioma escolhido para as composições do grupo é a língua inglesa.
A calmaria ancora no porto e o caos está escondido por trás dos sentimentos que permeiam a canção. A dualidade desses dois sentimentos, o espírito livre e solto ecoando pela atmosfera Dream Pop/Shoegaze que a Wolken tenta alcançar.
Me soou a primeira ouvida como um encontro do Real Estate com o som que o Tame Impala conseguiu registrar em seu segundo disco Lonerism (2012). Vale lembrar que esta é a versão final daquele rascunho que deu a origem a primeira composição da banda. O que deixa a audição ainda mais curiosa e contemplativa.
É interessante observar os detalhes das camadas sonoras, as guitarras dialogando e o baixo e a bateria cadenciando o ritmo nos trazem a percepção da falsa calmaria presente na canção.
Em seguida temos “Environs de Louveciennes”, que tem seu título retirado de um quadro do pintor francês Alfred Sisley. Já deu para perceber de imediato a preocupação que os caras tem com a convergência dos diferentes tipos de arte em um mesmo plano de significância tanto semiótica como transmídia que eles tem com seu trabalho.
Artistas como David Bowie, The Velvet Underground, Wire e Franz Ferdinand pro exemplo sempre consideraram este item como essêncial para estabelecer sua marca forte e contextualizada com o mundo a sua volta. É algo que destaco pois acredito que é um diferencial que agrega valor a experiência que é dar o play em um trabalho e querer saber mais.
A canção em sí tem a atmosfera do The Walkmen indo em contraste com o som do The War On Drugs. A primeira ganhou um certo prestígio do público mainstream a ser a banda escolhida para fechar o seriado How I Met Your Mother – após nove temporadas. Já a segunda é um dos projetos de Kurt Ville – que inclusive já saiu do conjunto – em 2014 eles lançaram um interessante álbum que tive o prazer de ouvir com certa frequência, Lost In Dream.
Na faixa a música ambient e Shoegaze que “Swan” também absorve no Taunting Glaciers é percebida. Poderia até ter sido a intro do disco mas faz um elo para a canção seguinte, a matemática “Asthmatic”.
Esta que absorve outras influências mais energéticas como DIIV e o shoegaze para pistas de dança do Deerhunter. Lembro até quando conheci o som da Deerhunter através de uma antiga compilação de hits alternativos da Pitchfork e fiquei feliz em ver um tipo de som que não estava muito acostumado a ver misturado. De lá para a cá o grupo evoluiu bastante e alcançou certa popularidade.
Mas como disse ela revela uma paixão pelo perfeccionismo dos acordes bem encaixados e com uma proposta de sonoridade notável. Ela te faz viajar por praias inabitadas, dá até para sentir o vento batendo na tua cara a cada onda do mar que estoura ao se aproximar da areia. A calmaria e o por do sol são cenários perfeitos para a audição da canção.
Combinando influências de Real Estate, Peter Bjorn And John – no álbum Gimme More (2011) – e agregando elementos do som calmo do Beach House vemos a banda encontrar um som mais solto e com densidade acima da média na canção seguinte “Fading Colours”. O entrosamento dessa jam é perceptível, ela é mais elaborada e vai de encontro com o post-rock.
A sensação que te passa é a de fuga, as cores se esvaindo feito a tinta desbotada de um carro velho. O sentimento de perda e desilusão, se é perda de tempo ou o passar dos anos somente a Wolken poderá nos dizer. Mas o legal da música é exatamente isso: as diferentes percepções e caminhos que o ouvinte pode ser conduzido. Música é sentimento, paixão e arte, e ele é intangível, imaterial, incolor e tem o poder de unir as pessoas.
Para fechar o descarregar de emoções à flor da pele temos “Take Out The Living Room Furniture” que por coincidência imagino no seu próprio título consegue juntar dois aspectos da história do conjunto. Terem gravado o EP no Estúdio Take Out e tudo ter começado num quarto.
Eu não sei se eles conhecem o disco do Wire, Pink Flag (1977), mas desde já recomendo a audição seja você da banda ou leitor do Hits Perdidos. Acredito que esse disco que é essêncial na minha discografia pessoal trás elementos que até hoje grupos como Mac Demarco vão buscar para agregar em sua composição.
É atemporal. E porque digo isso? Pois acho que está canção que fecha o disquinho tem uma atmosfera similar e empolgante.

Inclusive a canção ganhou a poucos anos uma versão do grupo inglês, The Vaccines. Mas voltando a canção da Wolken ela tem um lance de flertar com outros estilos até então não explorados no EP.
Um pouco de post-punk? Talvez mas muito do shoegaze de grupos contemporâneos. Nesta faixa os vocais de Felipe ganham destaque, parece que ele se sente mais a vontade e desfruta do artifício do papel de front man.
Assim como o título da outra canção, “Fading Colours”, feito um efeito fade-out, a canção termina e te deixa com vontade de ouvir o disquinho mais uma vez. Alguns fatores me impressionaram e de uma forma positiva me assustaram neste primeiro trabalho do grupo catarinense.
A primeira é como conseguiram já neste registro alcançar o som que gostariam. De verdade sabemos quão difícil é a concepção de um conceito e alcançar fazê-lo em alto nível.
Por mais que tenham tido quilometragem anterior com outros projetos, no momento que pisam no estúdio, tudo se transforma. Mas como eles mesmos dizem, o acerto foi um dos pontos altos, desde encontrar pessoas com os mesmos interesses a escolha do estúdio.
É bom ver isso. Gente fazendo trabalho perfeccionista e de qualidade desde o primeiro registro. É esse nível de seriedade que molda uma cena e transforma todo um movimento ao seu redor. Fico curioso para saber quais serão os próximos lançamentos do selo desde já.
Caos Calmo (Maio/2016) é o primeiro lançamento tanto da Wolken como do selo Aquagreen Records.

Após a audição para compreender melhor sobre o trabalho, saber quais são os planos, como foi o processo de gravação, qual conceito por trás do projeto e conhecer mais sobre o selo Aquagreen Records: decidi bater um papo com eles.
[Hits Perdidos] Como surgiu a banda?

Wolken: “A banda é fruto de algumas reuniões esporádicas para “brincar” com alguns sons que dificilmente podíamos ouvir nas festas que costumávamos frequentar na região.
Era uma forma de aliviar uma certa desilusão com a cena musical em que nos víamos inseridos. No início o Leo (guitarra) e o Eduardo (bateria) reuniam-se para tocar sons de algumas bandas como Mac DeMarco, Real Estate, The Walkmen e também, brincar com alguns riffs próprios, mas que não passavam de uma distração.
Posteriormente chamamos o Billy (baixista) para subir o morro alto beneditense e brincar junto. Foi nesse momento que decidimos ir atrás de um vocalista e formar uma banda. Conhecemos o Felipe (guitarra e vocal) em um desses grupos de facebook e um projeto solo dele chamou a atenção.

[Hits Perdidos] Como é o cenário na região de Benedito Novo e Timbó (Santa Catarina) e o que mais incomoda vocês?

Wolken: “O cenário não é dos mais movimentados. Primeiro por se tratar de cidades pequenas, especialmente Benedito Novo (pouco mais de 9 mil habitantes). Também não há muitos locais para bandas autorais mostrarem seu trabalho.
O que mais se destaca são bandas com influências no rock’n’roll dos anos sessenta e setenta. Há alguns poucos festivais anuais mais democráticos, em sua maioria públicos. O principal problema é que as gerações mais novas terão de se esforçar mais para absorverem novas influências e, feito isso, poderão se deparar em uma cena mais inóspita do que gostariam.”

[Hits Perdidos] Vocês gravaram com Roberto “Swan” Lucena, do Taunting Glaciers, no Takeout no Vale do Itajaí. Como foi a experiência e o que levam de aprendizado dessa primeira vez de alguns em estúdio?

Wolken: “Foi um processo muito interessante. O Swan não conhecia as nossas principais referências mas assimilou muito bem o que levamos para dentro do estúdio. Tínhamos uma ideia de onde gostaríamos de chegar, mas como toda banda inexperiente, não sabíamos exatamente como fazer isso acontecer.
Contudo, desde o início nos entendemos bem durante o processo de produção e, principalmente, pós-produção. Acho que foi um grande aprendizado para todos, inclusive para o Swan.
Talvez o maior aprendizado foi constatar que não existe receita para gravar um álbum, as possibilidades são infinitas. Pensando nisso, esperamos ter mais tempo em estúdio para desenvolver um próximo trabalho.”

[Hits Perdidos] A internet ajudou vocês a se juntarem. O que acham que ela facilita e dificulta para uma banda ser notada num vasto cenário de bandas brotando a todo momento?

Wolken: “Facilita porque é possível atingir muita gente de forma rápida e barata. Também facilita muito a aproximação do público com o artista. A parte mais difícil é justamente a quantidade de trabalhos para se ouvir.
Hoje nos comunicamos e conhecemos coisas de uma forma em que o “next” é acionado cada vez mais rápido. Mas isso não é necessariamente um problema. A internet é o meio mais democrático para isso.”

O aprendizado em estúdio fez a Wolken amadurecer.

[Hits Perdidos] As influências que uniram vocês foram o som do Mac Demarco e do Real Estate, que brilharam principalmente em 2014 e nos últimos tempos tem colhido resultados do trabalho. Inclusive Mac Demarco veio duas vezes o país, uma delas para o festival da Balaclava. Quais outras influências e como essas bandas os influenciam?

Wolken: “As outras influências mais diretas são bandas como DIIV, Wild Nothing, Terno Rei e Deerhunter. Influências complementares surgiram de bandas como Tame Impala, The War on Drugs, The Walkmen e de uma forma geral, bandas com alguma ligação ao shoegaze.
O que mais nos chamou a atenção nesses artistas é a ausência de virtuosismo e a busca por um som com mais serenidade e por vezes, melancolia. Há também uma boa dose de experimentalismo nestes artistas, mas tudo soa de uma forma mais branda, sem exageros.”

[Hits Perdidos] A história da primeira composição é incrível. Como funciona hoje em dia esse processo agora como “banda de verdade” mesmo?

Wolken: “Todas as músicas do EP partiram de alguma ideia inicial do Leo ou do Felipe. Com exceção do Felipe, ninguém tem muita versatilidade em outros instrumentos, então cada um acaba contribuindo inteiramente com o seu próprio. Mas há muito diálogo e abertura nas composições.
Nunca tivemos problemas com ideias divergentes, mudanças ou em ter que abandonar alguns elementos em determinados momentos. Neste primeiro trabalho, basicamente, o Billy e o Eduardo se encarregaram de criar toda a estrutura rítmica necessária para os impulsos criativos do Leo e do Felipe.
Certamente este processo pode se alterar no próximo trabalho. Um primeiro EP é o momento para conhecer o seu próprio som, descobrir o que manter e o que mudar. Agora já temos uma noção mais clara de para onde gostaríamos de ir com o nosso som. Vai ficar mais fácil para todos nós.”

[Hits Perdidos] Qual mensagem que tentam passar através das letras?

Wolken: “Vivemos em cidades pequenas em que as coisas acontecem de forma mais lenta. O ritmo é relativamente mais lento. Ao mesmo tempo em que este contexto pode transmitir alguma angustia, desolação ou irritação, o mesmo é passível de emoções positivas. A melancolia, a dor e o tédio podem ser prazerosos. Menos é mais. As canções falam de nossas emoções em meio aos dias em lugares como esse.

[Hits Perdidos] O campo das artes parece fascinar vocês. No passado tivemos o Art Pop, em que bandas como o Wire e The Pastels foram pioneiras. Um dos frutos disso é o próprio Franz Ferdinand.
Já vocês o título do single e EP foi retirado de um filme italiano dirigido por Antonello Grimaldi e escrito/estrelado por Nanni Moretti. Já a canção “Environs de Louveciennes” foi retirado de um quadro do pintor francês, Alfred Sisley.
Enxergam a arte em geral como complementar na linguagem da banda? Algum de vocês tem formação ou interesse na área?

Wolken: “Muito bem lembrado. Certamente sim. A conexão entre as múltiplas formas de arte tem muito a dizer. Nestes dois casos em específico, percebemos que tanto o filme quanto o quadro refletiam muito as emoções que queríamos transmitir com o nosso som.
Nelas, há um certo tom de tensão e melancolia, mas em nenhum momento o contexto evolui para um estado de caos total e negatividade. Tudo é apenas brando, morno, nublado, flertando a todo o momento com algo prazeroso.
O Felipe é estudante de música, os demais, apenas entusiastas, com destaque para um grande interesse do Leo pelo cinema alternativo.”

Capa do EP é uma foto tirada pelo Stephan Koprowski em Berlin durante o Karneval der Kulturen.

[Hits Perdidos] A capa é uma foto tirada por Stefan Koprowski. O que quiseram conceitualmente representar com ela?

Wolken: “Essa foto já existe há um bom tempo e foi tirada no Karnaval der Kulturen em Berlin, antes mesmo da formação da banda.
Em um dado momento, percebemos que ela também compactua com a linguagem da banda e com as mesmas emoções que quisemos transmitir através do som e das obras, como citado anteriormente (com a imagem da menina com esse misto de inocência e esperança nesse contexto cultural e talvez até bagunçado (caos) passando uma sensação legal).
Isso se uniu com a possibilidade de usar algo próximo a nós, pois o Stefan e o Leo são irmãos.”

[Hits Perdidos] Se pudessem escolher uma faixa para ganhar um clipe, qual seria e porquê? Como vislumbrariam a direção artística do vídeo?

Wolken: “Temos um projeto para lançar um clipe em breve. Será um projeto autodirigido, inicialmente com envolvimento da Aquagreen e do Estúdio Takeout.
Não haverá enredo e história, tentaremos fazer algo mais conceitual. Ainda não decidimos qual canção ganhará o primeiro clipe, pois isso poderia limitar um pouco as coisas. Vamos fazer o caminho inverso: iniciar o trabalho e ver o andamento, para depois decidir a faixa.”

[Hits Perdidos] Quais discos essenciais para cada integrante?
“Essa é uma excelente pergunta. Para não criarmos muitas delongas, vamos listar apenas três:

Billy: Beach HouseTeen Dream (2010); Real EstateDays (2012); The Beach BoysPet Sounds (1966).

Eduardo: DucktailsThe Flower Lane (2013); Connan MockasinCaramel (2013); HomeshakeIn the Shower (2015). Tudo o que ficou de fora, de alguma forma contribuiu para a escolha destes três. São parte do caminho.

Felipe: Alice In ChainsFacelift (1990); Joy DivisionUnknown Pleasures (1979); Novos baianosNovos baianos F.C (1973).

Leo: Modest MouseMoon and Antarctica (2000); The walkmenBows and Arrows (2004).

Ouça uma playlist com as influências da banda no Spotify


[Hits Perdidos]
Como veem a Aquagreen Records e o papel de um selo fonográfico em 2016?

Wolken: “Falando do Brasil, os selos independentes estão crescendo em número e tamanho, criando um interessante panorama para as bandas mostrarem seus projetos. O resultado está sendo gratificante.
Hoje é possível listar um considerável número de ótimas bandas surgindo através deles. Os selos podem contribuir muito para concentrar atividades que por vezes são muito dispendiosas ou de difícil alcance para uma banda em início de carreira, e que em muitos casos carecem de contatos ou de conhecimento sobre o meio midiático.
Agendamento de shows e entrevistas, licenciamento na produção de material de merchandising, mailing com boa referência são algumas dessas atividades. Sem contar que um selo tem potencial para criar cenas locais mais relevantes e possibilitar um maior intercâmbio entre os artistas.
A Aquagreen está divulgando seus primeiros trabalhos justamente com a intenção de atrair mais gente interessada em fomentar esse contexto na nossa região. Aproximar as bandas é uma forma de fortalecer o trabalho de todas elas individualmente.

[Hits Perdidos] Quais bandas da região recomendariam para os leitores do Hits Perdidos?
Hovel (Timbó)

Havana Hookers (Timbó)
 

Taunting Glaciers (Blumenau)

Rec on Mute (banda de Jaraguá do Sul que lançará seu segundo EP em julho, pela Aquagreen)

Pobre Tom (Blumenau)

Adorável Clichê (Blumenau)

E já que falamos dos selos independentes, gostaríamos de citar uma de mais longe:
Não ao futebol moderno (Rio Grande do Sul)

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This post was published on 20 de junho de 2016 6:43 pm

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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