[Lançamentos] Sob as ondas psicodélicas de Mac Demarco, Filipe Alvim disponibiliza: Vida Sem Sentido
A pouco menos de três anos Filipe Alvim era apenas um garoto do interior de Minas Gerais buscando uma nova banda para viver seu sonho rock’n’roll. Na dificuldade em encontrar parceiros para sua nova aventura em sua cidade natal, Juiz de Fora, o garoto se aventurou a passar uma temporada e ter a vista do mar de Copacabana em sua janela.
Isso mesmo, o músico decidiu se jogar nas areias cariocas para aparar arestas, abrir seus horizontes e encontrar seu rumo. Voltou de sua viagem decidido: seu caminho era seguir em carreira solo.
Durante sua estadia suas primeiras composições ganharam a luz do dia, tudo isso fruto de suas novas vivências e o novo contexto social que foi incluído. Assim nascia “Jardim do Amor”, uma canção tropicalista e com a cara dos embalos do Rio de Janeiro. Com essa bagagem e inspiração na medida certa, ele lançou seu primeiro EP via Pug Records, Zero (2013).
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O EP é pop em sua essência, abraça a psicodelia, o pop/rock, o lo-fi e te remete a uma porção de coisas que você a primeira ouvida não capta com facilidade. É uma jam pelo rock dos anos 60, passando pelos 70 e chegando nos 80. Se tivesse nascido outrora provavelmente tivesse chegado as primeiras edições do Rock In Rio. Quem sabe?
Tanto que se alguém compará-lo a Cazuza, Jorge Ben, Mac Demarco, Dorgas, Pepeu Gomes, Lulu Santos, Os Mutantes, Unknown Mortal Orchestra e Ariel Pink não soa como algo absurdo mesmo sendo artistas completamente diferentes. O que só te instiga em ouvir mais de uma vez.
“Jardim do Amor” tem um swing cativante desde sua introdução, é dançante, tendo algo dos anos 60 bem forte. Fãs do grande Júpiter Maçã talvez se animem com esta faixa, ao mesmo tempo que deixaria animados fãs de Lulu Santos e eu juro que não estou louco.
“Domingo” tem um Q de Skank encontrando Mac Demarco em algum “botequim” para tomar uma garapa e depois quem sabe umas tulipas acompanhadas de um tira gosto. A praia vive tanto nos versos como na vontade de tomar uma cerveja gelada para entrar no espírito da batida. Os solos próximo do seu fim te puxa para o rock do The 13th Floor Elevators.
No Brasil temos excelentes bandas de surf music como o Beach Combers, e a canção “Passageiro” consegue mesclar o veneno dessa essência com teclados psicodélicos que se aventuram na levada do rocksteady jamaicano. Simplesmente uma atmosfera ímpar para puxar seu par para dançar.
Já “Meu Sofá” é total Mac Demarco, sabe aquele estilo debochado mas de quem sabe o que está fazendo? Exatamente. Filipe parece que está se arrastando com a melodia que te remete a uma baita ressaca, o que na minha leitura na ordem cronológica faz sentido. Afinal depois de um porre vem a ressaca.
Para fechar o EP em clima alto astral ele chuta tudo para o alto, os copos de tulipa, as travessas, a preguiça e a ressaca e brinca de guitar hero na rápida e fugaz “A Divisão”.
E lá se despede 2013, Filipe Alvim com 19 anos já fazendo som de gente grande. Neste mesmo ano ele bem que tentou na pacata Juiz de Fora repetir o gol de placa de seu primeiro EP, mas acabou engavetando o projeto para mais tarde.
Como o Rio de Janeiro lhe deu a luz uma vez, no começo de 2016 Filipe Alvim resolveu dar mais uma chance para a cidade da Garota de Ipanema. Dessa vez ele voltou endividado porém com uma canção pronta em sua mala: “Kingston”.
Esta que ainda não foi lançada, deve estar presente no primeiro álbum cheio do artista Beijos (2016) que deve sair no segundo semestre desse ano. Enquanto ele não sai, como tira gosto hoje chega ao mundo o 7″, Vida Sem Sentido.
O trabalho trás versos autobiográficos da convivência entre pai e filha. Em forma de devaneios e conversa de canto. Sua letra carrega esses conflitos e as situações cotidianas enfrentadas pelas personagens.
Aquela sensação de impasse ao mesmo tempo que o gingado te puxa para dançar. Essa dicotomia te deixa no embalo das baladas indies, onde tudo está desabando mas você só quer dançar.
A faixa “Vida Sem Sentido” em sua versão final é inédita e está sendo lançada nesta terça-feira (24.05). Sim, talvez vocês leitores do Hits Perdidos sejam alguns dos primeiros a ouvir ao potencial novo Hit do artista mineiro: em primeira mão.
Sua melodia é pop, cadenciada, bipolar e flutuante. Agradará fãs de Spiritualized pela sua levada de viagem no tempo e no espaço. O Lado A, foi produzido por Braulio Almeida em Cavalcante (Zona Norte do Rio de Janeiro) e a partir de agora está disponível para download.
Já o lado B do 7″ trás a versão demo da canção, esta que foi gravada em 2013 pelo produtor Corellio Rosa em Juiz de Fora. Com uma roupagem totalmente diferente, acredito que agradará um tipo de ouvinte com olhar mais inclinado para a música alternativa, a versão é mais lo-fi e o vocal de Filipe é mais sussurado.
Em alguns momentos o som de sua voz é sobreposto pelos arranjos de seu instrumento. É interessante porém mais experimental. E para os caçadores de raridades, é uma bela versão alternativa para um tira-teima.
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De qualquer forma o lado A, integrará o disco de estreia do cantor – Beijos (2016). E nada como uma boa iniciativa de marketing por parte do selo Pug Records para o lançamento do single. Os felizardos que conseguirem a sua cópia ~limitadíssima~ do single (são apenas 15 UNIDADES!), terão sua mini-bolacha autografada e Beijada pelo próprio Filipe Alvim. Então colecionadores de raridades: a corrida contra o tempo começou!
Para os que não conseguirem o feito, resta é baixar a versão finalizada do single via Bandcamp e se preparar para o disco de estreia do músico mineiro que ganha luz no segundo semestre. E claro, ficar ligado nos próximos lançamentos da Pug Records.
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