Primavera Sound Brasil: “Boa sorte e boa viagem”

 Primavera Sound Brasil: “Boa sorte e boa viagem”

Todos anos um dos festivais mais aguardados no mundo todo é o Primavera Sound. O evento nasceu em 2001 e desde 2005 é realizado no Parc del Fòrum em Barcelona, Espanha.  A edição deste ano será realizada durante os dias 28-31 de maio.


Primavera Sound


O festival conta já alguns anos com participação ”brazucas”. Neste ano no line-up estão presentes: Rodrigo Amarante (Los Hermanos), Single Parents, Black Drawing Chalks, Boogarins e Móveis Coloniais de Acaju.

Para celebrar a participação significativa brasileira no festival foram organizados 2 mini festivais com 4 bandas participantes do festival espanhol. O primeiro evento aconteceu na cidade de Brasília (22.05), o segundo aconteceu hoje (23.05) no Cine Jóia em São Paulo.

Os primeiros a adentrarem o palco foram os paulistanos do Single Parents. Durante a apresentação era comum ver que boa parte do público ainda chegava na casa. Um dos motivos evidentes para isso era a forte chuva que castigava São Paulo na noite desta sexta-feira.

Boa parte da apresentação foi focada no disco ”Unrest” lançado pela banda no ano de 2012. Com claras influências de Dinosaur Jr., Sonic Youth, Pavement e Sebadoh era comum para quem gostasse destes grupos assimilar bem o ”punch” do show.

Porém a resposta do platéia foi fraca e apenas em algumas canções onde a banda abusava de distorções, no melhor estilo J Mascis, que chegou a agradar um público que não estava lá muito familiarizado com o som deles. De fato a banda estava um pouco deslocada dentro do line-up.

Uma pena porque a banda tem bastante qualidade. Já no fim do show a banda tocou seu novo single lançado especialmente para o momento especial que estão vivendo na carreira, ”VHS”, primeiro material da banda inédito em 2 anos.  O conjunto se  despediu do público brasileiro ao menos pelos próximos 16 dias, onde além do Primavera Sound irá realizar uma série de shows no continente europeu.

Era a vez dos goianos do Boogarians. Com seu som focado no rock psicodélico dos anos 70 com elementos da MPB, a banda realizou um show de distintos momentos. Uma hora a banda agitava com guitarradas e outrora a banda fazia um som mais calmo. Confesso que não é o tipo de som que mais me agrada mas a performance do vocal é algo a se destacar. Provavelmente inspirado em Cazuza, os trejeitos com o microfone e as dançinhas ”non sense” colaboram para a performance individual e ofusca os outros membros. Com exceção do baterista que parece não estar na mesma ”pegada” da banda e timidamente em alguns sons desce a mão.

Em alguns momentos o show te lembra os gringos do Temper Trap em outros a guitarrada ”wannabeJimi Hendrix, em outros qualquer show da MPB.

Era a vez dos também goianos do Black Drawing Chalks. Diferentemente da banda anterior, o som é puxado para o stoner rock. Eles vem para São Paulo praticamente a cada 2 meses. Eu mesmo, já fui 9 vezes. É diversão garantida, peso, agitação e deve-se destacar sempre a energia e vitalidade do baixista da banda, Denis de Castro.

Não perdi tempo e me atirei na ”rodinha punk” que timidamente se formava. O show se aproxima do final e eu aviso os presentes na roda ”me segurem que eu vou me jogar do palco”. Pedido feito e atendido, após me atirar, fui jogado para o alto quatro vezes.

Mas a festa estava marcada para o Móveis Coloniais de Acaju. Não foi difícil perceber isso desde o momento em que o ”quase time de futebol” pisou no palco. A euforia das mulheres presentes era perceptível. O som da banda é bastante ”carnavalesco” e complexo. Os caras misturam a terceira leva do ska (de bandas como: Reel Big Fish e Streetlight Manifesto) com ritmos búlgaros, rock alternativo e pop rock. Vindos diretamente de brasília, é fácil perceber a tentativa de tentar imprimir o jeito de cantar de Renato Russo.

E se fosse definir o show em uma palavra eu diria: momentos. Sim, não faltaram momentos. Teve casal apaixonado beijando na boca em cima do palco e até dueto de dança do vocalista com uma fã em clima de azaração.

Para fechar a apoteóse que é um show dos caras, a banda desceu munida de seus instrumentos parcialmente para o meio da platéia. Foi pedido para que abrissem a roda, mal eles começaram a tocar e o clima de carnaval de rua se instalou no Cine Jóia. Todos presentes começaram a pular ao lado da banda, outros tentavam abraçar os integrantes e a confusão estava plantada.

Após um bis de quatro canções a banda se despediu satisfeita com o que viu. Deu tempo até para eles tirarem uma ”selfie” com o público.

Confira as fotos do festival:

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Móveisz

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