[Premiere] A intensidade e a carga emocional reverberam no clipe do Labirinto
Tendo em sua bagagem cinco turnês internacionais entre Estados Unidos, Canadá e Europa, além de várias passagens por SESCs e Centro Culturais de diferentes partes do país e de participações em grandes festivais nacionais e do exterior, como Dunk!Festival (Bélgica), South By Southwest (EUA) e North by Northwest (Canadá), Overload Music Fest (Brasil), DoSol (Natal) e Coquetel Molotov (Recife), o Labirinto é um dos grandes ícones do cenário de post-rock/metal/experimental brasileiro.
Sempre intenso, carregando diversas texturas, dissonâncias e reverbs aliados ao peso, o grupo já conta com 13 anos de estrada, nove lançamentos e se prepara para lançar seu terceiro disco, Divino Afflante Spiritu.
O sexteto composto por Muriel Curi (bateria), Erick Cruxen (guitarra), Luis Naressi (guitarra, sintetizador e percussão), Hristos Eleutério (baixo), Francisco Bueno (guitarra, sintetizador e percussão) e Lucas Melo (percussão) carrega influências de música progressiva, clássica, eletrônica e até por instrumentos tribais – e trilhas sonoras de filmes.
O disco que sairá pelos selos Pelagic Records (Alemanha) e Dissenso Records (Brasil) conta com uma carga emocional muito forte visto que o sentimento da perda é um dos fios condutores do registro como conta Erick Cruxen (guitarra) em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos.
“…o disco novo inteiro tem um peso emocional muito grande. Ele floresceu durante uma fase muito difícil, em que perdemos um ente muito querido, nosso cão Joca, que sempre esteve conosco, desde o início do Labirinto. O vídeo é dedicado a ele.”, conta o guitarrista
O Videoclipe
Para homenagear o grande amigo eles convocaram o diretor André Schutz que ficou responsável por um complexo – e emocionante – roteiro.
Suas personagens ganham vida e universos paralelos que tem a capacidade de nos levar para diversas – e sensíveis – interpretações. O vídeo para “Divino Afflante Spiritu” consegue traduzir o conceito e espírito do que está por vir no novo disco.
“…É um turbilhão de emoções que são materializadas sempre que tocamos as músicas, mas em especial a faixa título. Tentamos transmitir todos esses sentimentos no vídeo, de uma forma mais surrealista. Passamos o conceito e as ideias que tínhamos em relação ao vídeo para o diretor André Schutz, e ele conseguiu sintetizar tudo, de uma forma belíssima e cheia de metáforas, apesar de bastante sombria.
E foi bem bacana que o video surgiu em cima da música, ele foi pensado de acordo com os momentos e sensações de cada parte…”, comenta Cruxen
“Colocar imagens sobre música instrumental é uma armadilha. É preciso ter muito cuidado para que a narrativa não roube o protagonismo da peça musical. Por isso optamos por criar uma atmosfera visual sem uma narrativa muito clara, mas nos quais elementos conceituais pudessem ficar mais evidentes.
Tentamos construir um espaço que estaria entre o mundo terreno e o espiritual no qual esses personagens se encontram. Colocar qualquer coisa a mais em texto me parece inadequado, pois pode acabar restringindo as possibilidades de interpretação e consequentemente empobrecendo a experiência.”, reflete o diretor André Schütz
Shows de Lançamento
Os fãs terão a oportunidade de assistir em primeira mão a versão ao vivo da faixa “Divino Afflante Spiritu” em duas apresentações especiais do Labirinto no SESC Avenida Paulista nos dias 23 e 24 de novembro.
Um fato que engrandece, e deixa a apresentação como algo único, foi convite pelo SESC Avenida Paulista, ao lado da poeta feminista Maria Giulia Pinheiro, para participar do “Instrumental Poesia”, que une música instrumental e poesia falada numa experiência única.
O repertório dos shows será formado por algumas composições novas, releitura de outras antigas, e por músicas compostas especialmente para o evento. O show da sexta-feira (23/11) é gratuito e o de sábado (24/11) tem entrada a R$20. Os ingressos já estão disponíveis no Site do SESC e nas bilheterias.
Entrevista
Erick Cruxen: “Certamente, foi a gravação em que mais ficamos satisfeitos. Tanto com as músicas, como o resultado de todo o processo. Testamos efeitos, distorções e arranjos nos ensaios e pré-produção. Dessa vez, chegamos para gravar bem mais conscientes do que pretendíamos.
Com todo suporte do Dissenso Studio, e do Magnus Lindberg (Cult Of Luna / Redmount Studios), que acompanhou com a gente todo o processo de gravação, conseguimos produzir o disco de forma mais intensa e rápida que os anteriores. Produzimos algumas novidades para “Divino Afflante Spiritu”, quem acompanha o Labirinto perceberá logo na primeira “ouvida” do disco.”
[Hits Perdidos] O novo clipe conta com o enredo que critica justamente a visão dualista de nossa sociedade, de agrupar tudo em dois grupos como o lado bom e o ruim. Como foi trabalhar essa narrativa no curta-metragem? Foi desafiador de encaixar os riffs nos pontos mais dramáticos da trama?
Erick Cruxen: “Além da crítica dessa visão dualista e simplista do cotidiano; o disco novo inteiro tem um peso emocional muito grande. Ele floresceu durante uma fase muito difícil, em que perdemos um ente muito querido, nosso cão Joca, que sempre esteve conosco, desde o início do Labirinto. O vídeo é dedicado a ele.
É um turbilhão de emoções que são materializadas sempre que tocamos as músicas, mas em especial a faixa título. Tentamos transmitir todos esses sentimentos no vídeo, de uma forma mais surrealista. Passamos o conceito e as ideias que tínhamos em relação ao vídeo para o diretor André Schutz, e ele conseguiu sintetizar tudo, de uma forma belíssima e cheia de metáforas, apesar de bastante sombria.
E foi bem bacana que o video surgiu em cima da música, ele foi pensado de acordo com os momentos e sensações de cada parte, então, no final, não tivemos problemas em encaixar os riffs. Quem teve mais problemas pra resolver foi o Schutz, para encaixar as cenas nas durações planejadas. rs Mas, o roteiro foi bem pensado, e deu muito certo com a estrutura da música.”
[Hits Perdidos] Contem um pouco mais sobre o universo de cada um dos personagens do vídeo.
André Schutz (Diretor do Clipe): “Imagino que o personagem da Liza Schechtmann seja alguém transitando entre o mundo terreno e o espiritual, não necessariamente nesse sentido. Ela está perdida, assustada, em choque. Estranha seu próprio corpo, sua própria carne, como quem veste uma roupa desconfortável. Não tem como fugir da carne em que habita.
Já o da Lara Spagnuolo seria uma entidade presa entre esses dois mundos., condenada a amparar outras almas em transito neste caminho definitivo em direção ao desconhecido. Uma tarefa árdua, urgente e sem fim. Mas acredito que seja possível ler de outras formas. E há também as figuras sem rosto debaixo dos mantos. Quem seriam? Quem somos?”
[Hits Perdidos] Como estão os preparativos para os shows no SESC Avenida Paulista. Como vai ser a dinâmica? Quem for poderá conferir algumas das canções que estarão no novo registro?
Erick Cruxen: “O destaque desse show será a interação entre música instrumental e a poesia declamada, pela poeta feminista Maria Giulia Pinheiro. O SESC nos convidou para participar do projeto, algo que nunca havíamos feito antes. Topamos na hora a empreitada, pois nos identificamos com a poesia da Magiu, que vai ao encontro do que sentimos e acreditamos.
Para adequar o repertório do Labirinto à poesia, iremos tocar duas composições produzidas especialmente para o evento. Faremos versões adaptadas de duas músicas do Gehenna, e tocaremos pela primeira vez a “Divino Afflante Spiritu”, que estará no novo álbum, e será lançada 2 dias antes, em forma de vídeo e single. Estamos ensaiando e nos dedicando muito às apresentações que ocorrerão nos dias 23 e 24 de novembro (sexta e sábado) nas dependências do SESC Avenida Paulista. Será um show diferente, mas com bastante sentimento e intensidade.”