Sting canta sucessos do The Police e da carreira solo no Parque Ibirapuera
Sting em São Paulo. – Foto Por: Rafael Chioccarello
Sting é daqueles artistas que tem uma história com o Brasil. A turnê da América latina marca sua sétima vinda como artista solo. Integrante do Hall da Fama do Rock and Roll e premiado 17 vezes nos Grammys, o inglês que atualmente vive na toscana também pode vir para o Rock In Rio, em 2007, durante uma reunião do The Police.
Em sua companhia, ele veio como guitarrista e colaborador de longa data Dominic Miller, e do baterista Chris Maas (Mumford & Sons, Maggie Rogers). A vinda contou com show no Rio de Janeiro (14/02), no Farmasi Arena, São Paulo (16/02), no Parque Ibirapuera e fechando em Curitiba (18/02), na Pedreira Paulo Leminski.
Do setlist em si, a grande novidade é a faixa, “I Wrote Your Name (Upon My Heart)”, lançada no ano passado. Seu repertório é daqueles clássicos. Não faltam hits de sua carreira solo e clássicos atemporais do The Police… em algumas faixas tem como toque extra arranjos sofisticados de jazz.
Sting em São Paulo
O show de São Paulo aconteceu no Parque Ibirapuera, nas costas do Audibira, em um dia marcado pelo calor em um fim de semana que as temperaturas passaram dos 35 graus em São Paulo. Mesmo programado para o começo da noite, a produção do evento ciente da necessidade de adotar medidas, que se tornaram lei, distribuiu garrafas de água para quem estava perto das grades das pistas.
O show começou por volta das 19h35 e teve aproximadamente 1h30 de duração com direito a 22 músicas, sendo duas em um BIS bastante enxuto de apenas duas canções (“Roxanne” e “Fragile”). Sua técnica de baixo é inconfundível e não é à toa a quantidade de hits que seu grupo emplacou durante a década de 80.
Independente dos conflitos entre os integrantes, é sempre uma grata surpresa encontrarmos um show com set meio a meio – e, por outro lado, também parece um fantasma que o acompanha. Assim como um ator que fica marcado por interpretar um personagem em um filme que se torna blockbuster, ter hits como “Every Breath You Take”, este hit acidental que foi quase descartado pela banda e teve briga por sua autoria.
- O guitarrista Andy Summers disse que a briga entre Sting e Stewart Copeland, o baterista do The Police, quase fez com que a música fosse descartada;
- Summers contou que Sting e Copeland não conseguiam chegar a um acordo sobre a forma como a bateria e o baixo se encaixavam na canção.
- Summers disse que Sting se virou para ele e disse: “vai lá e torná-la tua”.
- Summers tocou a parte da guitarra quase num take só e todos se levantaram para aplaudir.
- A música chegou ao primeiro lugar das tabelas de vendas no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Os pontos altos e baixos
Embora seja interessante a apresentação, os telões coloridos temáticos para cada faixa e canhões de luz que até adornavam as árvores do parque, o setlist tem seus pontos altos e baixos. E isso se mostra ao longo do seu andamento e da observação pela parte do quanto o público responde.
Com começo avassalador, seu início se dá com um dos maiores hits do The Police, “Message in a Bottle” com direito a um dos poucos momentos de interação do músico com a plateia, “If I Ever Lose My Faith in You” e “Englishman in New York”, sucesso em sua carreira solo, e o hit radiofônico tropical “Every Little Thing She Does Is Magic”.
Sting, claro, não deixa de falar sobre suas paixões e encantos por mulheres, estas que inspiram tantas das suas músicas. O bloco do show com “Never Coming Home”, “Synchronicity II (The Police)”, tocada pela primeira vez em 2025, “Mad About You”, “Seven Days” e “All This Time” é a parte que o público presente na pista vip parece um tanto quanto disperso. É quase como uma fila de espera que logo em seguida, o repertório do The Police, puxa o público de volta para a apresentação.
Mas quem tem “Can’t Stand Losing You / Reggatta de Blanc (The Police)” no setlist, sabe que tem o jogo na mão. Em algumas baladas o músico opta por tocar sentado. Apesar de ter 73 anos, ele continua com disposição e com seu microfone digno de apresentador de talk show televisivo, gosta de fazer brincadeiras com seu baixo, até mesmo o girando por diversas vezes. Sting faz questão de fazer os backin vocals dos antigos parceiros de Police para não perder a energia pulsante dos hits – o que de fato deve cansar um pouco.
Enfileirando Hits
Antes de tocar o BIS, tem um pré-BIS bastante parrudo para sacramentar o jogo de uma vez por todas. Numa tacada temos “Walking on the Moon (The Police)”, “So Lonely (The Police)”, talvez a mais celebrada pelos fãs durante todo o show, com direito a arranjos diferentes, a multicultural “Desert Rose”, a intensa e sofrida, “King of Pain (The Police)”, e a cármica “Every Breath You Take (The Police)”.
Mas faltava “Roxanne”, não é mesmo?
Após uma curtíssima pausa para tomar água, o trio retorna ao palco e puxa todo mundo para cantar junto uma das músicas mais clássicas de Karaokê. Quem fecha no violão de forma mais morna, mas sendo exaltada pelos fãs presentes, é a – perdão o trocadilho – delicada “Fragile”.
Setlist Sting no Parque Ibirapuera – 16/02/2025
Message in a Bottle (The Police)
If I Ever Lose My Faith in You
Englishman in New York
Every Little Thing She Does Is Magic (The Police)
Fields of Gold
Never Coming Home
Synchronicity II (The Police) (Primeira vez em 2025)
Mad About You
Seven Days
All This Time
Wrapped Around Your Finger (The Police)
Driven to Tears (The Police)
Can’t Stand Losing You / Reggatta de Blanc (The Police)
Shape of My Heart
I Wrote Your Name (Upon My Heart)
Walking on the Moon (The Police)
So Lonely (The Police)
Desert Rose
King of Pain (The Police)
Every Breath You Take (The Police)
Encore:
Roxanne (The Police)
Fragile