Renata Swoboda lança clipe apolítico para “Meu Dengo ♥️” às vésperas do segundo turno das eleições
Após lançar na sexta (18) o single “Meu Dengo ♥️”, a artista catarinense Renata Swoboda apresenta hoje em Premiere no Hits Perdidos o videoclipe. Apesar do título, a faixa não é exatamente romântica e conta justamente uma história de frustração envolvendo conflitos políticos, o que faz este clipe sair às vésperas do segundo turno fazer todo o sentido.
A faixa, que explora ritmos como samba, psicodelia, jazz e música experimental, é fruto da parceria da artista com o trio pernambucano Joia Rara.
A produção audiovisual é assinada por Felipe Maciel, misturando cenas da renata em preto e branco e um curta chamado “Em Trânsito”, do cineasta pernambucano Marcelo Pedroso.
Aliás, para a artista a produções audiovisuais tem um carinho a mais em sua trajetória, já que seu primeiro videoclipe “De Quando” teve destaque ainda na época da MTV Brasil.
”Essa foi uma oportunidade de ouro mesmo, na época nem tinha streaming e os clipes valiam muito. Esse negócio bombar na MTV me rendeu fazer shows maravilhosos. Então além de amar muito videoclipes, já que sou filhote da MTV, eu sempre penso na música e na contraparte visual, na comunicação mais completa o possível.”, comenta Renata no release a imprensa
Renata Swoboda “Meu Dengo ♥️”
A cantora e compositora conta que aprendeu seus primeiros acordes de violão quando criança. Visto que se mudou com a família para os EUA e acabou sendo influenciada por sonoridades como o soul e o grunge. Até por isso sua obra é bastante versátil e absorve estilos diferentes, liberdade essa que ela gosta de falar que em sua música existe espaço para produzir músicas improváveis, com espaço para o improviso e para a espontaneidade.
Sobre a época da produção da música até o seu lançamento, foram mais de 10 anos de experimentos, e uma canção que já tinha um background politizado (mesmo de natureza apolítica) acabou ganhando ainda mais peso devido ao agravamento da polarização política do país que traz consigo tantos males para a democracia. Foi numa ida ao nordeste que finalmente ela encontrou um norte.
“Eu estava em busca da psicodelia nordestina perfeita, por isso fui para Pernambuco, meu país. Encontrei o Diego Drão, um baita tecladista maluco-virtuoso e disse: é isso, é ele! Então fui ver ele tocar, depois ele me apresentou o trio dele, Joia Rara. Me apaixonei por todos e fomos pro estúdio. Deixei os caras bem livres pra botar seu molho dentro da música.
Foram muitos anos tocando e experimentando essa música… chegou uma hora que ela já tinha tantas camadas e ideias que foi só sentar com a guitarra por uns dias no verão da Paraíba (na casa do baterista VictoRama), e organizar direitinho a forma, a intro, instrumentação, psicodelias e aquele riff de grand finale”, reflete Renata Swoboda.
O Videoclipe
Foi justamente de uma história de amigos que tem tudo a ver com o momento eleitoral que veio a inspiração para a música, e, consequentemente, para o videoclipe. Uma (não) história de amor que justamente ironicamente não teve um final feliz.
“Era uma vez dois amigos fazendo faculdade de música. A gente sentava nas graminhas atrás da biblioteca para trocar uma ideia entre as aulas, fazer uma fumacinha e um som. Um abençoado dia ele me contou que estava de lance com uma gata que foi super cruel com ele porque ele estava usando a camisa do VOTO NULO, ela até xingou ele. Daí surgiu a música”, explica a artista.
Em relação ao lado experimental da música e a distopia política onde a razão e a emoção se confundem, a artista acrescenta: “A intenção foi transbordar a loucura pura que existe na minha cabeça, no ser humano, na politicagem, nessa farsa”.
“A história do clipe é muito interessante, pois eu estava numa amostra de curtas em Recife e dois clipes meus foram exibidos. E eu me apaixonei pelo curta “Em Trânsito” do Marcelo Pedroso, na hora eu falei é isso!
A música “Meu Dengo” fala sobre isso! Anos e anos apostando na indústria automobilística, carros, petróleo… uma hora tudo ia pegar fogo!. Uns dias depois perguntei para o Marcelo se podia fazer uma releitura do curta para fazer um videoclipe da música e ele topou na hora, foi um queridão”, complementa.
Com a ajuda do videomaker Felipe Maciel, parceiro de Renata, o curta foi condensado para se tornar o videoclipe oficial da faixa. Uma das escolhas foi justamente optar pelo contraste do P&B. Com viés apolítico, a canção de amor debate sobre temas como o individualismo, a necessidade de posse e a ironia da história que a deu origem. Tudo isso se tornando não apenas uma crítica ao “umbiguismo”, mas também ao capitalismo predatório.
“Ele conseguiu manter a narrativa do curta original e ainda foi inventivo com novas ideias. O que importa é que ficou a contraparte visual perfeita para mensagem da música”, finaliza Renata.
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