City Mall, conheça banda especializada em produzir música de elevador

Já imaginou uma banda especializada em produzir música para tocar em locais inusitados como, por exemplo, elevador. Ou até mesmo reproduzir sons matematicamente calculados para tocar na fila de espera de dentista, lobby de hotel ou, então mesmo, em uma infindável chamada telefônica de autoatendimento? Esta é a proposta inusitada da City Mall.

O projeto nasceu das conversas entre Pedro Spadoni (Cat Vids) e Matheus Del Claro (Del Claro, Sofa Club), e da mútua admiração por artistas como Anri, Tatsuro Yamashita e de expoentes do Yacht Rock como Steely Dan e Toto. Tudo isso com muita seriedade, é bom pontuar. Apesar de toda brincadeira que isso possa soar, o conceito é bastante amarrado.

Oriundos do universo paulista do rock alternativo, os músicos trazem para o centro das referências indie experimentações que se materializam em um som que transita pelo Synth-Pop, Jazz, City Pop e o pop dos anos 80. Com a facilidade de produzirem a distância, em seus próprios estúdios, a dupla convidou Mariana Stein, de Curitiba, para os vocais. O engenheiro de som Paulo Senoni também participa do projeto, assinando a mixagem e a masterização.

“A Mari tem uma voz linda, e a gente sabia que seria um match perfeito pro City Mall. Ficamos muito felizes quando ela topou! Ela ajuda a criar essa atmosfera onírica, levando as puessoas a imaginarem as cenas que estão sendo descritas. Essa é uma característica do projeto, e acho que muito minha também, de sempre criar paisagens sonoras e visuais, como fotografias”, pontua Pedro Spadoni

Nesta terça (17) eles apresentam em Premiere no Hits Perdidos o single de estreia “Windy”. Esta é a primeira amostra do primeiro EP que chegará via Cavaca Records. As vozes foram finalizadas no estúdio da Casa Algohits, com o auxílio do produtor Hugo Silva.

City Mall “Windy”

O single de estreia “Windy” ganha ainda mais contornos desde o seu conceito de leveza que permeia os pilares do projeto.

Durante sua audição podemos reparar como a faixa parece nos teletransportar para a música pop de outros tempos, mas sem ignorar o avanço da tecnologia. Se as inspirações para o projeto miravam na trilha sonora para o futuro, o que se traduz em seus mínimos detalhes… eles trazem em “Windy” referências que olham sim pelo retrovisor, mas sem cair no campo de uma nostalgia vazia e apenas pautada pela estética, como vemos em outros projetos.

A sensação de liberdade e paz de espírito vivem em suas harmonias e no ponderar da frequência do baixo. Suas linhas de guitarra e teclas, por sua vez, contemporizam e permitem com que o ouvinte se guie por uma viagem offline sem limites para a desconexão do nosso cotidiano.

A respeito dessa percepção, questionamos o duo sobre as referências do projeto por mais antigas que sejam mirarem a música do futuro e a produzida pela City Mall olhar para o retrovisor, mas com o auxílio da tecnologia para produzir uma música que talvez esses grupos gostariam de ter feito.

“Eu sempre acho que as obras vão pertencer ao tempo delas, porque o contexto da produção e do consumo faz com que o significado e a experiência sejam completamente outros sempre. Ou seja, consumir referencias antigas não necessariamente vai fazer você criar algo antigo, sabe?

Até porque não adianta nada você criar algo que não é relevante para você hoje e que não te emociona hoje. Isso tanto para o próprio criador como para quem consome.

E nem tô falando da tecnologia aqui, que obviamente algumas técnicas e ferramentas vão ser diferentes, mas até que daria para chegar em algo bem próximo ao som antigo… mas os speakers são outros também, a música que toca do lado na playlist é outra, tudo muda, mesmo se você fizesse igualzinho (risos).”, comenta Pedro Spadoni

A Capa de “Windy”

A capa, por exemplo, vem de uma foto analógica registrada por Spadoni durante o período em que morou em São Francisco, na Califórnia.

O conceito de “Içara as velas” para se se deixar levar aparece ao longo da letra da canção. A foto teve ilustração e montagem final realizada pelo ilustrador e artista plástico Arthur D’Araujo.

Para os responsáveis pela Cavaca Records, Cainan Willy e Yasmin Kalaf, o espírito leve do projeto sintetiza bem o clima meio despretensioso, divertido e inovador da nova fase do selo independente paulistano.

“É um som contemporâneo e cheio de camadas, mas que é muito fácil de curtir e pode virar a trilha sonora de vários momentos”, completa Yasmin Kalaf.

O EP de estreia do City Mall, Lobby Songs, será lançado ainda neste ano.

Ouça agora mesmo em sua plataforma favorita

Letra:

It’s been quite windy lately
what makes me feel
weighted

I remember that season when
we left the sails
hoisted

Then we sailed
through those incredible sights
then we sailed
through those incredible
those incredible

Shadows dance by the sound of breeze
the window flicks
gently

I get chills from the weather when
lt makes me see
backwards

Then we sailed
through those incredible sights
then we sailed
through those incredible
those incredible

Steep mountains covered with ice
Endless beaches, golden skies
Jagged fjords of thousand yards
Seven seas and countless tides

Feel my bones get lighter, lighter
my bones get lighter, lighter
feel my bones get lighter, lighter
bones getting lighter, lighter

Ficha Técnica:

“Windy”
Composição, instrumentos e produção musical: Pedro Spadoni, Matheus Del Claro
Engenharia de Som: Paulo Senoni
Vocais: Mariana Stein
Selo: Cavaca Records