Turnstile em São Paulo: retorno da banda a cidade aconteceu na terça-feira (16)
Após vir para o Lollapalooza, em 2022 (saiba mais), e ter feito um side show, o Turnstile retorna ao Brasil para uma série de shows, um no Rio de Janeiro, no Sacadura, no dia 15, e outro em São Paulo, no Tokio Marine Hall. Na noite da terça-feira (16), a casa localizada na região da Várzea de Baixo, zona sul da capital paulista, estava pronta para receber a banda de Baltimore.
É bem verdade que o show estava com vendas baixas, e graças a um cupom com 50% de desconto nos ingressos, que estavam na casa dos R$380 (a inteira da pista premium sem as taxas), a ocupação chegou perto dos 70% de lotação. É hora de repensar os preços praticados, muitos que compraram antes se sentiram lesados.
Vale lembrar que o show do Royal Blood na semana passada, na Audio, também tinha preço de show em pista vip de estádio, e isso precisa ser mudado para ontem. Em um mercado onde existe muita demanda, mas, ao mesmo tempo, nosso poder de consumo não acompanha.
Antes de Brendan Yates (vocal), Franz Lyons (baixo/vocal), Pat McCrory (guitarra) e Daniel Fang (bateria), subirem ao palco, tivemos duas apresentações. O nova-iorquino Liam Benzvi e a banda brasileira Joker foram os responsáveis pela abertura.
Liam Benzvi fez um show um pouco confuso, talvez por levar boa parte dos instrumentos pré-gravados, a sensação de estranhamento era notória por parte dos presentes. Trajando calça, camisa social e um lenço em seu pescoço, a aura “cult” sofisticada se contrasta com o som mais lo-fi que vai buscar texturas no college rock dos anos 80, no rock e no pop daquela década.
Para terem ideia, ele cita como influências nomes como Cyndi Lauper, The B-52’s, Siouxsie Sioux, The Cure, Blonde Redhead, Frou Frou, e Madonna do começo dos anos 2000. Ele dança com sua guitarra, uma hora até larga para deixar a programação fazer a parte sonora e poder fazer suas dancinhas esquisitas. Uma abertura no mínimo inusitada ao mesmo tempo que dentro do universo pluralístico de experimentações do indie ao hardcore que abrange a sonoridade do Turnstile.
Quem pode estar presente nas apresentações de 2022, não tem muito com o que se surpreender em termos de novidades. Nesse meio tempo eles lançaram um EP colaborativo de versões com o BadBadNotGood, New Heart Designs (2023), e tiveram a saída do guitarrista Sean Coo e entrada de Pat McCrory, da banda Angel Du$t que recentemente esteve no Brasil.
Fato é que depois do hype, essa nova vinda dos norte-americanos serviu para consolidar uma fã base no país. Se muitos foram pela explosão do GLOWN ON (Roadrunner Records, 2021), agora o que podia se ver durante a apresentação do grupo era uma sinergia de um público que não apenas sabia cantar todas as músicas, como também queria participar do show. Algo muito positivo e que se contrasta com o mapa da pista premium que praticamente deixava a pista comum pequena demais (não que muitos ao longo do show não tenham pulado).
Das 17 músicas presentes no set, 11 faziam parte de GLOWN ON, 3 do Nonstop Feeling, 2 do Time & Space, além de um medley contendo “Come Back for More / Fazed Out”. Tivemos até espaço para um solo de bateria depois de “FLY AGAIN”, uma das mais cantadas pelo público.
Não bastou muito tempo para a pista premium parecer uma caixa de sapato. Bastou abrirem com uma sequência violenta com “MYSTERY”, que abre o último disco, “WILD WRLD” e “ENDLESS” que uma enxurrada de fãs começou a ser levantada e uma rodinha enorme que impressionou até o guitarrista do grupo, foi aberta. E eles queriam mais, dando veneno para que aquilo continuasse para ver até onde o fôlego do público conseguia alcançar.
O vocalista, Brendan Yates, é esperto, e já entendeu como sustentar o show para que sua voz não vá para o espaço. Intercalando sequências mais calmas, onde tem tempo para tomar uma água, sentar no canto do palco e dar espaço para os outros integrantes também brilharem. A fidelidade as músicas de estúdio, somada a intensidade costumeira, fazem deles uma das bandas alternativas com certo acesso ao mainstream, a fazer um show afiado, que fideliza quem assiste pela primeira vez.
Em “Underwater Boi”, um dos singles de GLOW ON, o vocalista senta ao pé da bateria e canta com calma, antes da música começar de verdade, o que cria um clima intimista em uma versão mais desacelerada e dançante de uma música que pode sim ser executada de forma explosiva, como aconteceu no show do Cine Joia, em 2022.
Com uma sequência de músicas dos discos lançados na década passada, eles provam que os fãs foram atrás dos discos mais antigos, e ali já tinha um embrião com músicas interessantes e até mais cruas do que a estética do álbum que os fez viajar o mundo. “Real Thing”, “Big Smile”, “Blue by You”, são provas de que o repertório se sustenta.
Já na parte final, eles decidem apelar com uma sequência com “BLACKOUT”, a mais ouvida nos streamings, “ALIEN LOVE CALL”, que viralizou no TikTok, “Holiday”, uma das mais explosivas do set em que a última grande roda da noite aparece e a romântica “T.L.C. (TURNSTILE LOVE CONNECTION)” fecha o set.
Ao fim do show eles fazem questão de descer para a área do vão do palco, talvez o destaque negativo da casa de shows, que poderia ser mais perto para permitir stage divings, como aconteceu no show do Rio de Janeiro, e entrega a pele da caixa, palhetas, setlists e abraços.
Agora que voltem com disco novo, porque a base de fãs brasileira fez o seu papel entregando um espetáculo a parte no quesito interação e entrega. O Brasil, é sempre diferente nisso, nessa copa do mundo sempre vencemos de goleada – e os gringos aplaudem e agradecem a cada “Ole, Ole, Ole, Turnstile, Turnstile”.
MYSTERY
WILD WRLD
ENDLESS
Come Back for More / Fazed Out
UNDERWATER BOI
DON’T PLAY
Drop
Real Thing
Big Smile
NEW HEART DESIGN
Gravity
FLY AGAIN (seguida de solo de bateria)
Blue by You
BLACKOUT
ALIEN LOVE CALL
HOLIDAY
T.L.C. (TURNSTILE LOVE CONNECTION)
This post was published on 17 de abril de 2024 1:59 am
The Vaccines é daquelas bandas que dispensa qualquer tipo de apresentação. Mas também daquelas que…
Demorou, é bem verdade mas finalmente o Joyce Manor vem ao Brasil pela primeira vez.…
Programado para o fim de semana dos dia 9 e 10 de novembro, o Balaclava…
Supervão evoca a geração nostalgia para uma pistinha indie 30+ Às vezes a gente esquece…
A artista carioca repaginou "John Riley", canção de amor do século XVII Após lançar seu…
Quando foi confirmado o show do Travis no Brasil, pouco tempo após o anúncio do…
This website uses cookies.