Capote resgata o emo dos anos 90 no single de estreia “Joelho Ralado”
Ver o surgimento de novas bandas é sempre algo que nos deixa bastante animado, principalmente neste momento pós-pandemia onde muitos tiveram que colocar uma pedra em cima dos sonhos. Hoje é dia de conhecer a Capote, de Santos, no litoral sul de São Paulo. E logo no primeiro riff de “Joelho Ralado” já deu para sentir uma referência forte de Sunny Day Real Estate que tanto gostamos.
Ou seja, se você curte bandas como Polara, Samiam, Knapsack, small brown bike, Seaweed e até mesmo os conterrâneos do Garage Fuzz, é uma ótima pedida.
O quinteto formado por Pedro Cosme nos vocais, Danilo Johnny Freitas e João Pedro Oreggia nas guitarras, Cassiano, no baixo, e João Pedro Gonçalves na bateria, além do emo dos anos 90 – que gera tanta polêmica na internet com o termo “real emo” – trás para a sua sonoridade o rock alternativo e o shoegaze.
Apesar de ter sido formada em 2023, a banda é formada por músicos que já integraram projetos como Nenhum Caetano e Cosmic Tramp.
Entre outras influências eles citam de my bloody valentine, passando por Hum e Deftones até Narrowhead e Title Fight. Inclusive, é interessante demais o quão Floral Green (2012) e Hyperview (2015), do Title Fight, se tornaram discos referência para toda uma geração. Outro grupo, mais moderno, que acaba dialogando com a sonoridade do quinteto em minha visão definitivamente é o Basement (leia entrevista).
Capote “Joelho Ralado”
Se ser um jovem adulto é o exercício de tentar vislumbrar seu lugar no mundo e como reagir as situações que a vida adulta vai empilhando uma a uma, a música mostra as marcas das escolhas durante esse período da vida. Essas “pequenas porradas” que mesmo nos ajudando a seguir em frente acabam deixando traumas que senão levados a sério podem causar grandes consequências. Seja no âmbito dos relacionamentos, como nas escolhas profissionais ou no plano familiar.
“A letra da música condensa a angústia das ilusões e desilusões do amor jovem e da tomada de atitudes recheadas de incertezas, fazendo um paralelo do ardor físico de um ralado com a dor de um coração partido.”, contam os integrantes da Capote que adiantam que o single sintetiza as quatro faixas do EP
O instrumental aproveita do poder de fogo de três guitarra para trabalhar as ambiências, distorções e sentimentalismo que a música carrega. É como um sinal de alerta, entre riffs e corações em chamas.
O segundo single, “Eu, Pesadelo”, que antecede o compacto será disponibilizado em janeiro. Já o EP está programado para março.