Peter, Björn and John faz 1º show em 4 anos; apresentação em SP é embalada pela nostalgia

Na sexta-feira (18) o trio sueco Peter, Björn and John não somente retornou ao Brasil como realizou seu primeiro show em 4 anos. Não parece mas são quase 20 anos do lançamento do hit “Young Folks“, sim a música do assobio é de 2006. Com produção da Maraty, a apresentação aconteceu no palco do Cine Joia, localizado no bairro da Liberdade, em São Paulo.

De Estocolmo, o power trio formado por Peter Morén (vocais, guitarra), Björn Yttling (baixo, teclado, vocais) e John Eriksson (bateria) já tem 24 anos de trajetória, inclusive, revelou tem alguns anos para o The Guardian o real significado do seu maior hit.

“A música é sobre pessoas se sentindo um pouco esgotadas nos relacionamentos e, então, você conhece alguém novo em um bar e pensa: ‘Talvez isso possa ser alguma coisa'”

A Discografia do Peter, Björn and John

Em sua discografia a banda conta com 9 álbuns de estúdio, sendo que Endless Dream foi lançado justamente no dia 13/03 de 2020. Ou seja, eles não tiveram a oportunidade de tocar as canções presentes no disco até o show na capital paulista. Fato que foi relembrado pelos músicos logo nos primeiros minutos do show.

Peter Bjorn and John (2002)
Falling Out (2005)
Writer’s Block (2006)
Seaside Rock (2008)
Living Thing (2009)
Gimme Some (2011)
Breakin’ Point (2016)
Darker Days (2018)
Endless Dream (2020)

“Reason to Be Reasonable”, de Endless Dream, e “Season of Defiance”, sobra do disco, presente no EP Endless Play, foram as canções escolhidas para serem apresentadas ao vivo pela primeira vez.

Holger fez a abertura em show bastante tropical

Em meio a onda de calor que se fez presente durante a semana, o quinteto Holger (leia entrevista exclusiva), formado por Bernardo Rolla, Charles Tixier, Marcelo Altenfelder, Marcelo Vogelaar e Pedro Bruno teve a missão de abrir a noite.

O show bastante tropical aproveitou a onda para aquecer os motores elevando a frequência através de ritmos como o funk, o rock e a música brasileira. Um grande caldeirão com direito a batuques e a tradicional revezamento de instrumentos entre os integrantes.

No repertório o show do Holger teve  “Escada”, “Estilo”, “Remota” e até mesmo homenagem ao bairro de Perdizes, em faixa homônima do penúltimo disco, Relações Premiadas. “Café Preto”, um dos principais hits do grupo, compõe o repertório pautado por músicas do Más Línguas, lançado neste ano via Balaclava Records entre outros clássicos da banda paulistana.

“A gente tava ouvindo muitas bandas suecas quando criamos o Holger, o primeiro disco deles de sucesso deles é de 2006, né? Holger é supostamente um nome sueco. Daqui a duas músicas vocês vão ver eles.”, conta o vocalista

A banda fez questão de agradecer o público pelo respeito e participação do público nos shows ressaltando que muitas vezes a banda de abertura não é bem vinda em shows internacionais (e alguns nacionais, vamos bem dizer). Peter Morén, vocalista e guitarrista do trio sueco fez questão de comentar no show que adorou a apresentação e agradeceu o convite.

O Retorno dos Suecos

Podemos bem dividir o show em dois planos. O frio e o quente. Sendo que o repertório em si priorizou o disco que os revelou para o mundo, Writer’s Block (2006), com ao todo 6 canções presentes no setlist. O vocalista principal, Peter, entra trajando uma jaqueta laranja e tênis da mesma cor com uma calça branca, logo nas primeiras músicas sente que o calor não contribui para o seu modelito e deixa de lado o casaco. De longe ele é o mais carismático e animado, por muitas vezes se empolgando com seus solos de guitarra, entre saltos e anda até mesmo na beira do palco, o que faz com que o roadie corra prontamente para esticar o fio do seu instrumento.

Em certo momento da apresentação Morén até mesmo faz uma dancinha maluca bem característica, algo entre gringo sambando e as coreografias presentes no rock dos anos 50. Aliás, sua guitarra bebe muito dessas referências, algo um tanto quanto The Clash, o que se confunde até mesmo com seu visual. Facilmente ele acaba se tornando o grande personagem da apresentação do trio sueco que executa suas músicas com muita destreza; tanto na parte soturna da apresentação, como na mais “ensolarada”.

É interessante como para a apresentação eles trazem uma versatilidade de estilos. Em certo momento tem espaço até mesmo para uma gaita presente em uma canção mais puxada para o country, revelando uma atmosfera mais cancioneira que ganhou mais fôlego na discografia após Darker Days (2018).

O “Breaking’ Point” solar

A verdade que a partir de “Breakin’ Point” o show ganha uma cara mais solar, justamente na metade do show com uma sequência que vem com “Teen Love”, do The Concretes, lançada no ano 2000, com direito a riffs de “Teenage Kicks”, do The Undertones; “Second Chance”, do álbum mais “solar” do trio, Gimme Some (2011), e “Objects of My Affection”, do disco de 2006.

O encore parece ter sido feito até mesmo especialmente para os fãs de uma pistinha indie que marcou época. O mega hit “Young Folks”, que transcendeu os limites do gênero musical, aparecendo em diversas trilhas e com clipe que virou um clássico dos anos 2000, vem seguido de uma fala tímida de Peter que brinca dizendo “essa vocês devem conhecer” logo puxando o assobio.

A sequência matadora para deixar todos presentes no mesmo passo inclui uma surpresa, “Lies”. A canção se formos esmiuçar os setlists dos últimos shows no longíquo ano de 2019; não se fazia presente. Posso dizer que é meu disco preferido do grupo, e foi uma grata surpresa contar com 3 canções ao longo do show mesmo eles tendo uma discografia extensa par contemplar – e um disco de cabeceira que os revelou no “cardápio”.

Também de Gimme Some, “I Know You Don’t Love Me” ganha uma versão estendida com direito a performance com muitos saltos, provocação, distorções e pequenas competições de air guitar por parte do público. Com o jogo já ganho eles fecham o set de pouco mais de uma hora e meia com “Up Against the Wall”.

Setlist Peter, Björn and John – @ Cine Joia – São Paulo

Let’s Call It Off
Far Away, By My Side
Start to Melt
Reason to Be Reasonable (Estreia Ao Vivo)
Amsterdam
Living a Dream
Season of Defiance (Estreia Ao Vivo)
Gut Feeling
Breakin’ Point
Teen Love (Cover do The Concretes)
Second Chance
Objects of My Affection

Encore:

Young Folks
Lies
I Know You Don’t Love Me
Up Against the Wall