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“Os line-ups têm repetido muitos nomes, principalmente em novos atrelados a grandes marcas, e isso tem criado dificuldades para festivais como o Timbre”, conta o idealizador

A edição do Festival Timbre de 2023 acontece nos dias 17, 23 e 24 de setembro, com entrada gratuita no primeiro dia e sob o tema fundamental do ano: “Se reconhecer no outro”. Realizado em Uberlândia (MG), a programação completa reúne música, gastronomia, lifestyle, ações sociais e artistas nacionais com shows inéditos.

Depois de revelar os últimos nomes, entre eles Maria Gadú, Armandinho, Criolo, BaianaSystem, Gilsons, Mariana Aydar & Chico César e Urias; o festival começa neste domingo (17/09) e terá como sede a Praça Sérgio Pacheco e a arena externa do Teatro Municipal de Uberlândia.

O Conceito do Festival

O conceito “Se reconhecer no outro”, numa proposta para que as pessoas possam olhar para dentro de si e daqueles à sua volta, entendendo as perspectivas que diferem cada ser humano, assim como as semelhanças que aproximam.

“Se reconhecer no outro é mais do que se colocar no lugar de alguém. É identificar conexões e usar essa compreensão para construir relações mais empáticas e significativas, aumentando também o conhecimento sobre si próprio”, explica Guilherme Maniglia, um dos organizadores do evento.


Yago Oproprio é um dos destaques do Festival Timbre em 2023. – Foto Por: Bel Gandolfo (@kiddotrixx).

A Programação do Festival Timbre 2023

Domingo 17/09

No domingo, dia 17, acontece o especial “Palco Sesc”, na Praça Sérgio Pacheco, com entrada totalmente gratuita. A programação deste dia conta com Marina Peralta, Octavio Cardozzo, Saravashivaya, Augusta Barna e Espelhos de Okê.

Sábado 23/09

No sábado, 23, na arena externa do Teatro Municipal de Uberlândia, o palco principal recebe os shows de Criolo, Maria Gadú, Urias e BaianaSystem. Ainda no dia se apresentam o grupo Gilsons, BRAZA, banda formada por ex-integrantes do “Forfun”, e a mineira Cynthia Luz.

Já o palco Rua 034, que é grande novidade este ano e contará com música urbana, Djs, batalhas de rimas e breakdance, que recentemente tornou-se um esporte olímpico. No sábado, o palco Rua 034 terá apresentações de DJ Philipim, Viniish, Marcela Felix, Lara Luz, Milken e Mari Cunha.

Domingo 24/09

No domingo, 24, o Festival Timbre reúne Mariana Aydar e Chico César. Armandinho e Johnny Hooker também são apostas do festival para o dia.

No palco Rua 034, as apresentações de Karma, Andromeda, Lary Marques, DJ WJ, Snoop, Lets, Gabi Esteves e Amanda Bred fazem a pista ficar quente. Ainda no domingo, Yago Oproprio, CxDxFx convidando Lê Gritando HC, Coletivo Carambola e Bruna Nery.

A Feira Gastronômica

“Neste ano teremos mais opções de pratos na nossa Feira Gastronômica, bastantes interações com marcas, com entrega de brindes, área de descanso, espaços ‘instagramáveis’ para fotos e nossa projeção mapeada 3D que é um show à parte e grande diferencial do festival! A ideia é que o público tenha de fato uma vivência diferente de outros eventos na região, que vá além de só assistir a shows.”, explica Lucas Cordeiro, um dos organizadores do evento.

O evento também contará com intervenções artísticas e stand de expositores.

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O público tem três opções de ingressos disponíveis: inteira, solidária e meia entrada.
O Sábado (23/09) está atualmente com ingressos no terceiro lote, já o domingo (24/09) está no quinto lote.


Criolo é um dos shows mais esperados. – Foto: Divulgação

Entrevista: Festival Timbre

Conversamos com Gabriel Caixeta, um dos idealizadores e curadores do Festival Timbre, para saber mais sobre a visão sobre o mercado dos festivais e o momento do festival do interior de Minas Gerais.

Como observa a montagem dos line-ups dos festivais Brasil afora depois da pandemia, do aumento do número de festivais e as demandas que isso trouxe junto?

Gabriel: “As lines dos festivais têm repetido muitos nomes, principalmente em festivais novos que vem surgindo atrelado a grandes marcas, e isso tem criado dificuldades para festivais como o Timbre – que fica numa cidade de interior do Brasil, é um festival que surgiu em 2012 e veio se consolidando ao longo do tempo. No nosso caso trazer alguns artistas que estão em outras lines faz sentido porque é a única oportunidade que o público da região tem de assistir esses shows fora de grandes capitais.”

Em que lugar no contexto do cenário você vê o Timbre hoje em dia?

Gabriel: “O Festival Timbre hoje é um dos principais festivais que acontecem fora das capitais do país, mas a grande relevância do festival está na região onde nos localizamos, no interior de Minas Gerais. Começamos como um festival independente, e hoje felizmente já podemos falar que somos um “festival de música contemporânea”.””

O triângulo mineiro, com sua rede de casas de show, acaba criando um circuito forte no cenário independente. Como enxerga que essa rede de apoio ajuda a construir, viabilizar e melhorar o festival a cada ano?

Gabriel: “Um circuito de casas que abrem espaços para essa música contemporânea é sempre importante, forma público para esses artistas e isso influencia diretamente no público do festival. Depois da pandemia estamos observando um comportamento diferente do público, que a cada edição vai ser de uma forma: ano passado, por conta do tempo que ficamos sem edições, foi um boom, naquele sentido de público querendo recuperar o tempo perdido; já este ano estamos observando uma retração do público, por isso é muito importante esse circuito funcionando, somos parte dele promovendo ações durante o ano e ajudando nas articulações para que mais artistas circulem pela região. O festival acaba sendo um grande catalisador disso.”

Independente do tema, o que vocês levam em consideração na hora de montar a curadoria?

Gabriel: “Particularmente, tenho uma formação política que me influencia bastante. Hoje compartilhamos muito entre os organizadores e um vai complementando o outro, porque cada um tem uma vivência diferente, mas com olhar comum.

Enxergando a curadoria como a nossa forma de passar ao público uma visão do mundo, sempre buscamos demonstrar através dos artistas o conceito da edição que estamos propondo. Cada artista tem um sentido, e ouvir o público e ser guiado pelas indicações também é importante porque como já mencionei, é a oportunidade que esse público tem para assistir determinados shows aqui na região que comumente não chegam.

Tem até uma frase do Gil que expressa muito bem o que estou falando: “O povo sabe o que quer, mas o povo também quer o que não sabe”. Com isso temos que procurar dar um pouco do que eles querem e procurar formas de ele se surpreender com o que vai acontecer, é meio esse exercício de pensar que a cada ano temos que estimular que o público queira voltar no próximo ano porque a experiência foi incrível.”

Como observa essa tendência de grandes encontros nos palcos e muitos festivais acabarem soando “parecidos”?

Gabriel: “Ao longo do tempo sempre proporcionamos encontros que faziam sentido, às vezes encontros inéditos, ou encontros que tivemos a oportunidade de assistir e que gostaríamos de apresentar para o público. Eu vejo muitos festivais buscando fazer semelhante, acredito que festivais com mais tempo fazem os encontros pensando na sua realidade, fazendo sentido para seu público, tentando às vezes se diferenciar de outros festivais que acontecem na mesma cidade.

Mesmo com muitos festivais surgindo com essa proposta, não consigo enxergar como “tendência” porque desde que comecei a trabalhar com projetos musicais já (se) buscava isso. Projetos como o Conexão de BH e Festival Natura Musical surgiram na década passada com esse dna e, no meu caso, me influenciaram a replicar nos projetos que realizo.””

Neste ano vocês estão com um tema bastante forte e importante. Como vê sua importância em relação ao momento em que estamos vivendo?

Gabriel: “Vivemos um momento conturbado politicamente, estamos passando por uma pandemia e passamos por um governo que não tinha nenhum senso de empatia – o reflexo disso é o que estamos vendo e vivendo no dia a dia, as mazelas da sociedade escancarada na nossa frente, e qual é o sentido de se fazer um festival de música, qual é a reflexão que queremos provocar com esta curadoria artística? Fazer o público refletir junto, buscar tocar de alguma forma esse público para a urgência de termos empatia na sociedade.”

Quais os maiores desafios atualmente na hora de levantar um festival?

Gabriel: “O grande desafio é o de construir uma história nova todo ano, e a cada ano as dificuldades são diferentes, naturalmente. Atualmente, os custos de produção são muito elevados e ainda não conseguimos equalizar isso com um público: se pensarmos o que um festival entrega ao público, o ingresso é barato, no nosso caso ele é ainda mais acessível (há dia gratuito, ingressos sociais etc) e o tem dificuldade em compreender isso. Outra questão é montar essa programação, sinto que são poucos os artistas que estão entendendo a realidade dos festivais, e que cada praça é diferente.

Qual dica daria para um artista que almeja subir um dia no palco do Timbre?

Gabriel: “Sempre estamos atentos e buscando conhecer artistas a todo momento. A melhor experiência para um curador ou contratante é ter a oportunidade de ver o show; com isso, conseguimos visualizar como seria esse artista no palco do festival. No caso de novos artistas, é necessário ter um material consistente para conseguirmos ter a dimensão de seu alcance.

Vai fazer um show de lançamento, convide os curadores para assistir seu show, registre seu show. Eu sempre falo que santo de casa não faz milagre – aqui na na região, os artistas se lembram da gente quando anunciamos o festival, quando na verdade a produção do festival começa quando a edição do ano termina.”

Um debate muito atual tem sido o das estruturas dos festivais. Durante o planejamento, vocês procuram já imaginar soluções para minimizar eventuais problemas?

Gabriel: “Sempre nos preocupamos com a experiência do público, tudo funcionando, a cada ano melhorando a estrutura e o atendimento para que o público possa voltar no próximo ano. Não estamos surgindo agora e nossa preocupação é muito com a experiência, queremos que valha a pena voltar ao festival. Fazer um festival com múltiplas experiências e nos preocupar com cada uma delas é prioridade.”

Para quem ainda não conhece o Timbre e procura vir de outros estados…quais dicas daria?

Gabriel: “O Festival Timbre começa cedo e termina cedo, o teatro municipal é numa região de muito fácil acesso, com transporte público para o espaço. Quem vem de fora tem uma rede hoteleira bem próxima, experimente a cidade de Uberlândia, beba bastante água porque é uma região muito quente, curta cada espaço do festival pois tudo é feito com muito carinho.”

Serviço: Festival Timbre 2023

DOMINGO (17/09) – PRAÇA SÉRGIO PACHECO

Marina Peralta | Octavio Cardozzo | Saravashivaya
Augusta Barna | Espelhos de Okê

SÁBADO (23/09) – ARENA EXTERNA TEATRO MUNICIPAL

PALCO PRINCIPAL
BaianaSystem | Criolo | Maria Gadú | Gilsons | Urias | BRAZA | Cynthia Luz

PALCO RUA 034
Dj Philipim | Viniish | Marcela Felix | Lara Luz | Milken | Mari Cunha

DOMINGO (24/09) – ARENA EXTERNA TEATRO MUNICIPAL

PALCO PRINCIPAL
Armandinho | Mariana Aydar convida Chico César | Johnny Hooker | Yago Oproprio | CxDxFx convida Lê Gritando HC | Coletivo Carambola | Bruna Nery

PALCO RUA 034
Karma | Andromeda| Lary Marques | Dj WJ | Snoop | Lets | Gabi Esteves | Amanda Bred

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Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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