Fim de tarde de domingo, em meio a quartas de final do campeonato paulista rolando, quando o Fabrique Club se preparava para receber a segunda passagem dos californianos do Deafheaven por São Paulo. O grupo que em seu som funde diferentes estilos como shoegaze, indie, dream pop e black metal, alguns rotulando de post-metal e outros de blackgaze, chegou ao Brasil para promover Infinite Granite, quinto registro de estúdio, que sucede os discos Roads to Judah (2011), Sunbather (2013), New Bermuda (2015) e Ordinary Corrupt Human Love (2018).
O álbum por sua vez mostra uma mudança em relação a sonoridade do quinteto que trouxe mais melodia, canto, camadas de guitarra mais limpas e sonoridade mais próxima ao rock alternativo – por mais que os habituais berros e distorções ainda se façam presentes. O evento foi produzido pela Powerline Music & Books em parceria da Balaclava Records e da Heart Merch.
O quarteto curitibano terraplana que recentemente lançou seu álbum de estreia olhar para trás (leia entrevista) via Balaclava Records, entrou pontualmente às 18 horas com uma missão não apenas de realizar a abertura do Deafheaven mas também de apresentar para um público visualmente diverso com fãs de indie, post-hardcore, metal e shoegaze seu som pela primeira vez.
Inclusive, eles aproveitaram para deixar as canções ainda mais pesadas e com uma estética de luzes e bastante fumaça conseguiram chamar a atenção dos presentes. Não foi difícil notar a boa receptividade que tiveram. Canções como “memórias” e “conversas” acabaram entrando no set de aproximadamente 40 minutos de apresentação. Bastante tímidos eles fizeram questão de agradecer a receptividade do público de São Paulo.
Após se apresentarem em show sold out no Bar Alto com Fernando Motta e Eliminadorzinho e o show no Fabrique Club, eles se apresentam na Obra (Belo Horizonte), no dia 17, no MOTIM (Rio de Janeiro), no dia 18, na Canil Recs (Juiz de Fora), no dia 19, e no Basement Cultural (Curitiba) no dia 31.
Não seria nenhum exagero dizer que o Deafheaven subiu ao palco por volta das 19:15h com o jogo praticamente ganho. Diferente do Corinthians que minutos antes em penalty perdido por Gil era eliminado do campeonato paulista. Mais empenhado que o time paulista, o quinteto formado pelo vocalista George Clarke, pelo guitarrista Kerry McCoy, pelo baterista Daniel Tracy, pelo baixista e backin vocal Chris Johnson e pelo guitarrista Shiv Mehra entrou no palco querendo vencer por goleada.
Com intuito de promover seu disco mais recente, lançado em julho de 2021, Infinite Granite, eles trouxeram um setlist bastante balanceado para a segunda apresentação deles no país. Se em 2016 o show foi na finada Clash, o show de 2023 aconteceu apenas alguns metros dali, no Fabrique Club, talvez fazendo da Barra Funda a “casa” deles em São Paulo. Brincadeiras à parte, George Clarke já entrou no palco mostrando seu poder de fogo, entre caretas que lembram um pouco a atuação Christian Bale em Psicopata Americano (2000, Mary Harron), berros, falsetes, sussurros, pulos e outras habilidades habilidades de extensão vocal. Ele brinca com o público e em momentos raros de interação direta chama por São Paulo.
Os guitarristas também não ficam para trás, um deles, inclusive, se desdobra entre tocar seu sintetizador ao mesmo tempo que empunha sua guitarra. Malabarismo e técnica para se multiplicar que chama bastante a atenção. Quando notam que o público sabe cantar as músicas, eles se olham e esboçam sorrisos.
Mais para o fim do show os stage divings começam a ficar mais frequentes. E até mesmo o roadie empurra uma menina para que volte para a pista (algo que sobrou). É notório como as canções de Sunbather, disco que apresentou o grupo como hype de 2013, ainda são as que trazem mais conexão, euforia e retorno do público. Embora, o arsenal sonoro de outros álbuns não passe despercebido a cada novo petardo apresentado.
O novo disco é interessante até mesmo por podermos ver com mais clareza a capacidade de cantar de George Clarke aliado melodias mais sutis, e refinadas, que o Deafheaven orquestra quando sobe ao palco. Afinal de contas, nem tudo são paredões de guitarras embalados por músicas épicas de 15 minutos sobre dor e sofrimento. Algo que gostamos muito mas é sempre bom ver uma banda que não se acomoda pilotando a nave no automático.
Setlist por disco: Infinite Granite (“Great Mass of Color”, “In Blur”, “Mombasa” e “Shellstar”), Sunbather (“Dream House” e “Sunbather”), New Bermuda (“Brought to the Water”), Ordinary Corrupt Human Love (“Canary Yellow”) e o single “Black Brick” (2019).
1) Black Brick
Irresistible (sample)
2) Sunbather
3) Shellstar
4) In Blur
5) Great Mass of Color
6) Canary Yellow
7) Mombasa
8) Brought to the Water
9) Dream House
This post was published on 13 de março de 2023 7:04 pm
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