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Nuven caminha pelo caos em “Foresight”

Nuven disponibiliza o single “Foresight”; novo álbum está a caminho

Em 2015 o produtor paulista Gustavo Teixeira lançou o primeiro EP, Choice Of Fiction, do seu projeto eletrônico Nuven. Desde então, o artista já conta com cinco EPs, um álbum, singles e remixes, entre eles um remix oficial da cantora Rita Lee, lançado em 2021.

Marcado pela pegada experimental, o músico permeia do lo-fi à MPB em seus lançamentos, trazendo diferentes sensações ao ouvinte.

Na última sexta-feira (03/06) “Foresight” ficou disponível em todas as plataformas de streaming. Esse é o primeiro single do ano de 2022 a ser lançado enquanto seu álbum está em processo de produção, com previsão de lançamento para o segundo semestre desse ano.

Foresight foi resultado de um processo de experimentações sonoras, diferentes dos que faço normalmente e que, no fim, acabou me surpreendendo.”, conta Teixeira.


Gustavo Teixeira durante live. – Foto: Divulgação

Nuven “Foresight”

Foresight” começa com uma batida lenta, mas enérgica, que se funde, aos poucos, ao sample vocal e som um tanto quanto melancólico de “sintetizadores ligados em pedais de distorção para guitarras”, como detalhado pelo músico.

O single evidencia o flerte com variados gêneros musicais pelos quais o músico passeia durante seu processo criativo, revelando, a cada detalhe, uma camada musical diferente a ser explorada pelo ouvinte.

“Na parte melódica, considero que as principais referências externas foram estilos como synthwave, vaporwave, gêneros que fazem bastante uso de sintetizadores em suas composições.”

Tudo isso traz à música uma ambientação nostálgica, remetendo a sons oitentistas, com uma pegada atual e intimista.

“O resultado disso [processo criativo de Foresight] são diversas linhas melódicas de sintetizadores flutuando em cima de uma batida que, entre seus altos e baixos, expressam para mim a sensação de seguir um caminho incerto e imprevisível em meio ao caos.”

A Entrevista

Conversamos com o Gustavo Teixeira sobre o caminho traçado para chegar até “Foresight” e quais as expectativas para o seu álbum em andamento.

O novo single remete a um som um pouco New Wave. O que você considera como principais referências externas para ele?

Gustavo Teixeira: “Essa música começou com um sample de uma pessoa tocando bateria que foi picotado em partes e sequenciado novamente de uma forma que eu conseguisse criar variações na levada da bateria que não existiam no sample original em si. Isso é algo bem comum em diversos estilos de música eletrônica que gosto bastante e me influenciam. Como Breakbeats, House, Drum n Bass, Jungle, Idm entre outros.

Na parte melódica, considero que as principais referências externas foram estilos como synthwave, vaporwave, que assim como o próprio new wave, são gêneros que fazem bastante uso de sintetizadores em suas composições.”

O Nuven tem uma identidade musical muito clara, apesar de seguir uma linha bastante experimental, o que faz com que os outros sons do projeto sejam diferentes entre si. No caso de Foresight, quais seriam as diferenças, na sua visão, para os outros lançamentos do Nuven?

Gustavo Teixeira: “Tanto no estilo de batida quanto pela forma com que o sample de vocal foi manipulado, citando alguns exemplos. Foi uma das músicas que eu mais demorei para considerar “pronta” até hoje. Fico feliz de não ter desistido e ter acreditado na ideia.

Eu confesso que, em alguns momentos, me questionei bastante se a música estava soando “doideira” até demais para lançar.

Na minha visão, comparando com outros lançamentos, essa música não tem uma progressão de acordes, algo que costuma ser um dos elementos dos quais mais influenciam no clima da composição, e novamente, é algo que também foge do usual em comparação a trabalhos passados.”

E, claro, sobre o álbum em andamento: dá para esperar mais músicas nessa pegada? Ou muitos outros tipos de sons estarão presentes?

Gustavo Teixeira: “Foresight foi lançada como um single por não ter diretamente tanto a ver com as outras que venho preparando para um futuro álbum. Ainda não sei ao certo quais das músicas que estou produzindo no momento vão acabar entrando no álbum pois venho trabalhando em um monte ao mesmo tempo.

Tem bastante música com guitarra, eu diria, mais do que antes. Não sei se elas vão entrar no corte final, mas tem sido divertido o processo, é quase uma volta às origens pois é o instrumento que toco a mais tempo e o qual me iniciou na música. Embora eu até tenha algumas faixas lançadas onde toquei guitarra, tenho tentado aprimorar os timbres e o papel do instrumento nas minhas composições.

Ao mesmo tempo, acredito que o álbum vai ser uma continuação e esperançosamente uma evolução do trabalho que venho fazendo ao longo dos anos.”


This post was published on 9 de junho de 2022 10:30 am

Maria Clara Machado

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