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Dupla 02 vai do Trap ao Rock, da MPB ao Reggaeton no singular “FÉMY”

O som da DUPLA 02 é diferente do que você está acostumado a acompanhar por aqui mas nem por isso menos interessante. O duo é formado pelos produtores Thalin e ENOW, ambos de apenas 19 anos, de São Paulo, começou o projeto durante a pandemia.

ENOW é produtor musical, beatmaker e multi-instrumentista, começou na guitarra com 7 anos de idade e foi explorando baixo, bateria e piano ao longo do tempo. Hoje é membro de bandas como o supergrupo Eiras e Beiras, e carrega na bagagem a direção musical de duas peças no colégio.

Thalin é músico, ator e dançarino. Toca bateria e percussão nas bandas Os Fonsecas e Eiras e Beiras, canta e produz com ENOW na DUPLA 02. Começou a cantar nas batalhas de freestyle da Zona Sul de São Paulo e se prepara para lançar sua carreira solo em 2022.

O som da dupla é bastante difícil de encontrar um rótulo propriamente dito mas tem referências do trap, da música eletrônica, do rock, do reaggaeton, do funk carioca, música brasileira e até mesmo permite colagens da música clássica. Tudo isso com bom humor, rimas frenéticas e improviso. Tudo isso ainda ganha uma stylish todo peculiar produzido pelo estilista Leonardo Alexei, algo que podem conferir nos videoclipes, materiais de divulgação e apresentações. Com a volta dos shows eles fizeram seu debut na Casa da Luz, ou seja, é tudo muito novo.

O debut oficial da DUPLA 02 foi a mixtape ESTÉTICO MIXTAPE, lançada em outubro de 2020, com 7 músicas. Depois disso vieram alguns singles, totatlizando até o novo material, 11 tracks. Tendo “SOPHYA” com participação de Sophia Chablau, que também chamou a atenção do Alok, o mesmo fez um remix da faixa que será lançado em 2022 e, “BALALAYKA” com participação de RUBI, filha de Anelis Assumpção, ganho clipes.


DUPLA 02Foto: Divulgação

DUPLA 02 FÉMY

O primeiro EP da DUPLA 02, FÉMY, foi gravado no estúdio BASE e conta com 6 faixas produzidas por ENOW e Thalin, além de 11 participações especiais. Em suma maioria amigos e novos nomes da cena independente local, como Caio Beatbox, Ben Sipahi & Rosa Camaleão, Salvati & Kim Cortada”, “Xiang Di & Tommy Coelho, RUBI, Quiriku, Nina Maia & Guido.

A faixa título abre o material com direito a participação de Caio Beatbox, samples de violinos e cânticos em Latim, e tensão no ar. Tudo isso é quebrado com rimas ácidas e com flow humorístico no melhor estilo Hot e Oreia ou para quem acompanhava na época da MTV Brasil, The Milk Fellas (lembram do “Funk do Maçom“?).

Já “FLOW CAMISA 11” é quase uma homenagem ao baixinho Romário, eterno camisa 11 de 1994. A faixa conta com feats de Ben Sipahi & Rosa Camaleão com direito aos vocais sendo parte do instrumental e até mesmo citações ao Tiririca.

Logo em sua introdução brincando ser “Hit do Bob Esponja”, eles trazem seriedade recontando a história das origens do Hip Hop americano e seu legado em “Hip HUH”. Aliás, assistam a ótima série Hip-Hop Evolution na Netflix para entender ainda mais nuances. Em sua segunda parte desemboca na real do rolê BR, passando pelos dramas do underground e os problemas do dia-a-dia do país – amplificando as particularidades do DNA brasileiro na hora de rimar mas sem esquecer de denunciar os problemas sociais do cotidiano. Sim, tudo isso junto e misturado feito uma aula.

Misturando Rap e Rock, feito os gaúchos da Comunidade Nin-Jitsu, a DUPLA 02 traz para seu baralho de cartas a faixa “Nem Sei Quem Elas” com participações de Xiang Di & Tommy Coelho. Incrivelmente radiofônica ela poderia tranquilamente passar nas madrugadas da MTV com direito a bateria no melhor estilo Drum & Bass. Ironias, deboche e brincadeiras englobam a letra que faz críticas sagazes.

“Balalayka” que conta com feat de RUBI já embala desde sua intro com batidas do reggaeton, isso mesmo, eles atiram para todos os lados durante o material. Imaginem o remix que Alok está preparando da track e diga “ouvi antes”. Com frases sobre colocar para jogo e esquentar a temperatura da noite. Não é difícil imaginar como vai soar na pista, não é mesmo?

Quem fecha o EP é “Mar de Pedras”, feat com Quiriku, Nina Maia & Guido, e vai beber justamente da nossa MPB. Riffs de guitarras leves, metais, alternância de vocais, poesia, bossa nova e jazz mostram como eles estão preparados para os mais diferentes desafios. Uma faixa quebradiça e confortável até certo ponto quando em sua metade entra uma guitarra lisérgica com peso que nos remete ao Led Zeppelin. Seus segundos finais tem como easter egg: um trecho quase nonsense desacelerado de “Quem Nasceu”, canção de Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil.


This post was published on 27 de janeiro de 2022 12:10 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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