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Bárbara Eugênia lança de surpresa o agridoce “Crashes n’ Crushes”

No apagar das luzes de 2021, neste sábado (04/12), a Bárbara Eugênia lança de surpresa o agridoce Crashes n’ Crushes. Seu quinto trabalho solo é o mais minimalista da sua carreira e tem todos os ingredientes deste período pandêmico. Este é o segundo lançamento da artista no ano, anteriormente sob o codinome de Djane Fonda ela lançou uma série de singles com uma proposta eletrônica, e claro, entrevistamos a artista (confira).

Diferentemente dos seus trabalhos anteriores, neste disco mais pautado na canção, na palavra, ela lança sem banda. O material foi registrado durante sua estadia em Portugal e tem todo o apelo místico por trás; a data escolhida, inclusive, é justamente sábado de lua nova e eclipse solar em sagitário. A natureza também norteando a atmosfera de seu quinto álbum de estúdio.

“…é efeito daquilo que faz o coração disparar, da beleza de amanhecer à dureza do muro. Real ou inventado, é o se sentir que interessa. Um disco que nasce abrindo um novo capítulo em minha vida.”, define Bárbara Eugênia

As Gravações e o Minimalismo

Gravado em Lisboa, o disco é composto por músicas criadas entre 2015 e 2021, já que passou o último semestre da pandemia na Ilha de Açores. Rico em harmonias e em possibilidades sonoras, instrumentos como celesta, theremin e um bandolim vietnamita, executados pelo músico português Noiserv e Bianca Godói, baterista em TUDA (2019), que também assina a coprodução do disco com a cantora, enriquecem as texturas do lançamento.

Além das composições autorais, o registro ainda conta com “Estrela da Noite”, versão da original de Jorge Mautner, e “Sambinha”, de Peri Pane e arrudA. Indo atrás de referências do country do lendário Hank Williams e de elementos delicados que criam corpos celestes para o experimento da audição. O disco tem potencial para encantar até mesmo fãs de Phoebe Bridgers e Fiona Apple. Tendo espaço para faixas em inglês e em português.


Bárbara EugêniaFoto Por: Debby Gram

Faixa a faixa “Crashes n’ Crushes” por Bárbara Eugênia

1 – I don’t love you no more

“Resolvi abrir e fechar o disco com vinhetas. Já é algo que andava rolando em alguns discos e gosto disso. Simples, papo reto, uma passagem ali ou, nesse caso, uma abertura. Penso nela como aquele momento no bar, quando tá todo mundo falando junto e concordando com o depoimento da amiga (amigo, amigue). Aqui, esse momento é uma celebração do fim.”

2 – Rain oh rain

“Fiz essa música muitos anos atrás num voo longo (acho que pra Índia). Tava vendo o filme sobre a vida do Hank Williams e fiquei pensando naquele sotaque caipira americano e viajando na sonoridade e no universo country comecei a balbuciar “rain oh
rain”. Logo corri pro banheiro pra registrar a ideia. Ano depois, encontrei o Thiakov (músico de BH, responsável pela guitarra slide da faixa), mostrei as ideias pra ele, que me ajudou a terminar, e assim a canção nasceu.”

3 – O amor se acabou

“Essa foi escrita pra Wanderlea, na verdade. Seria para um disco novo dela que acabou não acontecendo, então quando eu estava revendo minhas coisas pra fechar esse disco pensei: essa música linda PRECISA entrar! Aqui, o músico português Noiserv
começa a dar mais as caras, gravando os synths.”



4 – Favorite music

“Fala daquelas declarações de amor que a gente faz através de música, sabe? Era só um pedaço, eu pensava, e acabou que tudo que tinha que dizer era isso mesmo, o que tá aí. E nessa, o que aparece brilhando mais é um bandolim vietnamita que a Bianca
Godoi (coprodutora e instrumentista no álbum) arrumou emprestado e acabou virando uma das marcas desse disco.”

5 – Build a bridge

“Sempre imaginei uma voz masculina bem grave cantando comigo essa música, que foi feita do outro lado do mundo pensando na saudade de um amor à distância que parece impossível. Quando fechamos o estúdio do Noiserv pra gravar o disco, vi que seria
perfeito esse dueto.”

6 – Do it anyway

“Essa é a canção mais recente do disco, escrita em 2021 mesmo. Ela fala daquele amor destemido, sonhador, de quando a gente se joga apesar de qualquer coisa. E aqui temos a presença de um lindíssimo instrumento chamado celesta (tipo uma mistura de
piano e metalofone) que mora no estúdio do Noiserv e que, quando bati o olho, disse: eu quero esse som meu disco!”

7 – Estrela da noite

“Gravei essa música no ano passado, sozinha, no meu quarto. Foi a pedido de um programa de rádio de Londres chamado Barkino. Era pra escolher uma versão e gravar e eu tava há tempos querendo gravar essa do Mautner. Sou apaixonada por ele.”

8 – Straight from the stars

“Sobre encontros e desencontros. Aqueles amores que duram a vida inteira porque nunca se materializam de verdade, mas que sempre que se encontram, arrebatam.”

9 – Ready to love

“Fiz essa quando tava morando na roça, sozinha. E foi quando comprei um piano elétrico e voltei a estudar, e foi uma das primeiras composições que surgiram ali. Ela fala do medo de se entregar, de olhar pra dentro, entender as sombras e se abrir
porque o amor pode estar ali, é só você que não tá deixando ele entrar.”

10 – We don’t know

“Também veio da minha época no mato e fala de libertação, de uma transformação na vida. Deixar o velho ir embora e se abrir para o novo sem saber o que vem, mas aqui existe confiança, esperança.”

11 – Sambinha

“A vinheta de encerramento é uma das canções mais lindas da “nova” música brasileira. Sou fã desses caras (Peri Pane e arrudA e seu Canções velhas para embrulhar peixes). Faz tempo, já cantei ela muito em shows deles e senti que seria o final perfeito para essa história. Afinal, nos crashes ou nos crushes, estamos todes na mesma busca: o amor.”

Bárbara Eugênia Crashes n’ Crushes (2021)



Ficha Técnica
Produzido por: Bárbara Eugênia e Bianca Godoi
Gravado por João Nhoque e Noiserv no estúdio A Loja (Lisboa) em agosto de 2021
Mix: Bianca Godoi
Master: Miguel Pinheiro Marques (Arda Recorders, Portugal)
Arte: Bárbara Eugênia
Design gráfico: Julia Valiengo
Fotos: Debby Gram
Beauty: Jhonny

This post was published on 4 de dezembro de 2021 12:01 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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