No dia 27/09 o TikTok, plataforma de vídeos curtos na vertical, alcançou a marca de 1 bilhão de usuários ao redor do planeta. Pouco tempo antes já havia desbancado seus principais concorrentes como o aplicativo mais baixado no mundo. Música, comida, beleza e moda até artes, causas, memes e cultura acabam passando pelo universo dos creators e tem transformado nossa forma de consumir. Não é por acaso que o Google lançou o Shorts, o Instagram investiu em peso no Reels e plataformas como Kwai tem ganhado impulsos e dinamizando estratégias para se adequar a nova realidade.
Fatores como a entrega de algoritmo superior ao seu principal concorrente dentro das mídias sociais, a produção de conteúdo rápido e edição dentro da própria plataforma e programas para se aproximar cada vez mais dos produtores de conteúdo tem sido vistas com bons olhos por marcas, artistas, Ongs, celebridades e o público em geral.
Na música vemos uma série de virais ganhar força através do TikTok, sejam pelos Challanges, e suas populares dancinhas, como por outros formatos inovadores que tem se destacado. Com consolidação em um público jovem e cada vez mais perto dos millennials (mesmo ainda tendo uma parcela de resistência), a rede social é democrática e possuí os mais diferentes tipos de influenciadores.
Fomos atrás de conversar com a própria plataforma, agências de comunicação, influenciadores, músicos independentes entre outros profissionais da cadeia para entender mais sobre como o TikTok tem mudado nossa relação com o consumo de música.
Conversamos com a Roberta Guimarães, head de Conteúdo Musical do TikTok Brasil para saber mais sobre o poder da plataforma.
Roberta Guimarães: “O TikTok é hoje a uma poderosa plataforma para divulgação e lançamento de músicas. Nos transformamos em um local onde fãs de música ouvem, descobrem, assistem shows, dividem com os amigos as novidades. Muitos dos ambientes onde se fazia isso como festivais, shows, bares foram afetados pela pandemia, e nossa plataforma se transformou nesse ambiente.
Sendo assim, para a gente é fundamental e muito importante trabalhar junto aos parceiros da indústria musical para ajudar na adoção da plataforma como ferramenta de crescimento e promoção de músicas e carreiras artísticas. É inspirador ver como essa comunidade está crescendo e ver o sucesso significativo que artistas, através da viralização no TikTok, também estão tendo fora da plataforma.
Cada vez mais as músicas abraçadas pela nossa enorme comunidade de criadores se tornam hits musicais no país ou músicas antigas vem à tona novamente e são celebradas por aqueles que têm uma conexão emocional com elas e que vivenciaram o seu sucesso na época, ou estão descobrindo esse grande hit do passado pela primeira vez.”
Roberta Guimarães: “Sim, recentemente o TikTok e o ECAD anunciaram um contrato para o pagamento de direitos autorais no Brasil, garantindo uma nova fonte de receita para compositores, editoras musicais e artistas. As informações referentes a esse anúncio podem ser lidas aqui: TikTok e Ecad anunciam que fecharam contrato para pagamento de direitos autorais | Sala de imprensa do TikTok
Roberta Guimarães: “Estamos sempre apresentando novos produtos e novas maneiras para criadores e artistas musicais aproveitarem ao máximo nossas plataformas. O TikTok for Artists é um desses produtos, com o objetivo de capacitar artistas independentes e aqueles que estão começando em suas carreiras musicais, para aproveitar o poder de nossas plataformas. Estamos saindo de nosso período de testes BETA e estamos ansiosos para compartilhar mais detalhes nas próximas semanas.”
Roberta Guimarães: “Tudo é muito orgânico na plataforma e muda muito rápido, mas podemos citar aqui exemplos de artistas internacionais e nacionais que ganharam notoriedade no aplicativo, como ”Bipolar“, de MC Don Juan, MC Davi e MC Pedrinho, “Volta Rapariga“, de Vitinho Imperador, “Beggin’“, banda italiana Måneskin, “Tipo Gin“, de Kevin O Chris, “Não Vou, Não“, de Mari Fernandes, que foi direto para o número #1 do Spotify Brasil na sua primeira música lançada, “MDS“, de Kawe, Mc Lele e JP e muitas outras são músicas que viralizaram organicamente na plataforma.”
Roberta Guimarães: “As gravadoras, assim como os artistas independentes e os talentos que identificamos na plataforma, são os nossos grandes parceiros. Nós sempre buscamos atuar junto a eles para ajudar na adoção da plataforma como ferramenta de crescimento e promoção de músicas e carreiras artísticas.
Estamos sempre presentes para partilharmos as melhores práticas com os artistas, para vermos como podemos desenvolver experiências únicas para os fãs dentro do TikTok e como conseguimos dar suporte e assistência para um novo talento, por exemplo.
Queremos também estar presentes e disponíveis em feiras de música, eventos de tecnologia ou conteúdo, por exemplo, como uma forma de estar acessíveis e compartilhando conhecimento. Estamos sempre trabalhando em novas formas de levar a melhor educação e as melhores práticas de uso para mais artistas, através de conteúdo digital e formações online.
Apoiamos, também, ajudando a identificar criadores que podem ser adequados a uma ação com artistas ou empresas de música. A ideia é que nosso universo de criadores esteja cada vez mais acessível e ligado aos criadores de músicas. Muitas vezes eles são, inclusive, diretores artísticos de projetos com músicos, já que são grandes especialistas na linguagem e na relevância cultural dentro da plataforma.”
Roberta Guimarães: “Procuramos continuar a criar um valor significativo para os artistas e permitir que eles desenvolvam sua criatividade. A entrega de conteúdo em um feed único e personalizado pelo TikTok e o alcance global da plataforma provaram ser um mecanismo promocional muito eficaz para a indústria da música.
Do ponto de vista do público ou dos fãs, o formato de vídeos curtos é bem-sucedido ao apresentar lançamentos (ou músicas até então desconhecidas ou não valorizadas) de maneira orgânica.
Do ponto de vista do artista, o formato é um marketing extremamente eficaz para um público aficionado. O TikTok se tornou uma poderosa plataforma promocional para a descoberta de músicas inovadoras e artistas emergentes para ganhar exposição e alcançar um público amplo e variado.”
Muitas vezes as iniciativas vem em conjunto com a própria plataforma como são alguns cases.
A cantora Marisa Monte embarca no TikTok para o lançamento de seu novo single, “A Língua dos Animais” , faixa do novo álbum, “Portas”. O lançamento foi acompanhado pela campanha #AdoteComMarisa, em parceria com o Instituto Amor em Patas e o Instituto Luisa Mell. Do dia 30 de agosto, a 10 de setembro, a comunidade de criadores do TikTok foi convidada a apresentar seus bichinhos adotados e incentivar a adoção, através de criações com a música “A Língua dos Animais” e a utilização da hashtag da campanha.
Gilberto Gil (@gilbertogil), chegou ao TikTok reforçando o lançamento de sua nova canção “Refloresta” e transformando os vídeos criados com a música na plataforma em árvores plantadas. A canção, inspirada no trabalho de restauração ambiental do Instituto Terra, faz parte de uma campanha global com o mesmo nome que tem o objetivo de ressaltar a importância da recuperação das florestas brasileiras. Com a participação de Bem Gil e Gilsons, banda dos netos e filho caçula do cantor e compositor, a música se soma à famosa e aclamada trilogia Refazenda, Refavela e Realce.
A ação ocorreu de dia 22 ao 28/02, com o desafio #ReflorestaComGil. Em parceria com o Instituto Terra, a cada vídeo criado com a música no aplicativo durante esse período, a plataforma se comprometeu a plantar uma árvore em áreas degradadas do vale do Rio Doce, onde atualmente resta apenas 12% da Mata Atlântica remanescente nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Segundo o TikTok “a ação vai ao encontro da missão do TikTok For Good de inspirar e incentivar uma nova geração a ter um impacto positivo no planeta e nas pessoas ao seu redor.”
O TikTok se uniu ao rapper Emicida para levar uma mensagem positiva de cuidado e atenção com a saúde mental. O intuito é exaltar a vida por meio da campanha #AMúsicaSalva. A campanha contou durante o mês de setembro, de 2021, com lives de música, debates, conversas com Emicida, Gilberto Gil, Preta Gil e outros artistas, além de especialistas e criadores do TikTok.
“Minha entrada no TikTok se deu por conta da minha parceria com a Resso, plataforma de música da TikTok – no mês do orgulho LGBTQIA+ deste ano (2021). Eles nos procuraram para realizar o primeiro minidocumentário de Queernejo do Brasil, no formato vertical com 3 min de duração. Junto com o coletivo do Fivela Fest (festival idealizado por mim e Gabeu), filmamos entrevistas com diversos outros artistas do gênero como Alice Marcone, Reddy Allor, Bemti, Zerzil, Mel & Kaleb, Drag Sabrina.
Através dessa ação estreei tanto na plataforma da Resso quanto no TikTok, onde as ações de música estão diretamente ligadas. Desde então passei a estudar a ferramenta. Hoje tenho essa clareza de que muita música nova vai bombar por lá. Ou seja, não temos escolha…temos que estar lá, de alguma forma.
É uma tendência, uma nova forma de se comunicar e de consumir entretenimento. Se você assiste 3 challenges com a mesma canção você automaticamente decorou pelo menos 15 segundos daquela música. Sua próxima ação é partir para conhecer o restante da canção na Resso ou Deezer, Spotify…Como artista millennial que sou, estou buscando criar estratégias que equilibrem minha produtividade e minha saúde mental. Já entendi que o melhor caminho é fazer algo que se faz bem naturalmente, no meu caso além dos meus clipes, posto assuntos relacionados ao universo LGBTQIA+, à linguagem neutra e à minha vivência como pessoa não binárie.
Isso naturalmente é o que eu quero mostrar para o mundo. Depois é só manjar um pouco de edição e voalá: seu conteúdo está pronto para ser postado. O Capitalismo é foda, ele transforma suas ideias e ideais num produto, eu sei disso. Acontece que se a gente escreve música para as pessoas e se o TikTok tem sido um dos maiores disseminadores da música, teremos que ao menos, encontrar a melhor maneira de lidar com ele.”, conta Gali Galó
A agência de influenciadores Chango Digital, que conta em seu plantel com influenciadores como Ingrid Ohara, Vivi Wanderley, Vanessa Lopes, Peixinho e Fefe, tem produzido conteúdos para diversos nichos de clientes dentro do TikTok, entre eles artistas como Luan Santana e Duda Beat, no music business com clientes como Warner Music, Amazon, Apple e Spotify.
Entre alguns cases de sucesso estão do da Influenciadora Vanessa Lopes no Challange para “Sorria“, do cantor sertanejo Luan Santana. E da Fefê que faz um conteúdo de histórias bizarras, então ela adaptou para o seu conteúdo essa ação com a cantora Duda Beat para o lançamento do videoclipe para “Nem um Pouquinho“. O vídeo teve 1,2M de visualizações.
Conversamos com as influenciadoras.
“Está sendo uma experiência única e sensacional, estar trabalhando com alguém que sempre admirei é algo muito gratificante! Ganhar essa competição foi muito importante, vi muitas danças legais e criativas e a DC que escolhi para fazer foi muito divertida de se fazer! Espero que tenhamos muitas outras oportunidades de trabalhos como esse!”
“Então, eu sempre quis fazer algo diferente quando entrei no TikTok, eu não sou a melhor dançarina e também não estava achando o meu conteúdo. Sempre amei teorias da conspiração e historias em si, uni o útil e o agradável e deu certo! Quando o primeiro viralizou eu entendi que dava pra fazer esse conteúdo e as pessoas gostam também!”
“Eu já acompanhava o trabalho da Duda e sempre admirei! Até que um dia recebi um e-mail da equipe dela que ela queria trabalhar comigo por conta do meu conteúdo, ela disse que gostava dos meus vídeos e o novo clipe dela tinha essa pegada diferente que se relacionava comigo! Foi a oportunidade perfeita de nos unirmos e fazermos um conteúdo legal! Amei conhecer e trabalhar com ela.”
Wagner Veiga é um dos sócios da Chango Digital, desde a fundação da empresa e lidera a parte de gestão de carreira, que envolve a identificação de novos negócios, internos, entre os próprios agenciados e externos.
Wagner Veiga:”Apesar de muito novo, o TikTok ocupou um espaço gigante na vida dos brasileiros, em especial entre crianças e jovens. Esse público consome música dentro do aplicativo, descobrindo, conhecendo e transformando músicas em hits.
O nicho musical dentro do TikTok está crescendo e se consolidando como a principal forma de lançamento e massificação da música nesse momento.
Os TikTokers mais famosos tem a força que as rádios FM tinham até cinco anos atrás, como meio de lançamento e consumo de música. Milhões de pessoas descobrem diariamente novas músicas através deles.”
Wagner Veiga:”O processo já se consolidou, pois as gravadoras e artistas já se convenceram que a junção TikTok/influenciadores/dança é a forma mais moderna e eficaz de massificar uma música.
Assim gravadoras e artistas buscam os influenciadores, especialmente aqueles que dançam melhor ou/e com mais carisma e engajamento, para mostrarem para o grande público sua música.
A Chango Digital, por exemplo, é procurada para lançar dezenas de músicas, mensalmente, com resultados incontestáveis de seus influenciadores.”
Wagner Veiga:”Não seria justo indicar um ou dois casos de sucesso envolvendo a música e o TikTok.
Basta olhar diariamente as publicações no aplicativo, especialmente o conteúdo teen, para notar a explosão de cases de sucesso. Não são poucas as músicas que viralizaram em razão de danças no TikTok e que arrebataram a atenção do público.”
Wagner Veiga:”Realmente as danças são o carro chefe do aplicativo e do sucesso das músicas. Mas existem vários casos em que o TikTok foi utilizado para difundir música e/ou clipe, sem se utilizar da dança.
Um exemplo recente e de muito sucesso foi da influenciadora Fefe, famosa por contar estórias bizarras na internet, que através do TikTok contou toda a estória bizarra que pode ser vista no clipe da música “Nem um Pouquinho”, da cantora Duda Beat. Milhares de pessoas assistiram o vídeo no TikTok, gostaram do spoiler da estória, e se interessaram em assistir o clipe, que hoje, um mês após o lançamento, já bateu 3.000.000 de visualizações no Youtube.”
Wagner Veiga:”O TikTok hoje é baixado por toda a família, não só pelos jovens, apesar desses serem os mais assíduos. Os vídeos curtos se tornaram febre, inicialmente com os jovens, e depois com todas as idades, sendo natural que outras plataformas invistam nesse modelo.
E vejo que tanto os reels do Instagram, quanto o Youtube Shorts são apostas corretas das respectivas plataformas, e que já estão ganhando espaço no interesse das pessoas.
A concorrência hoje já é grande nesse modelo de vídeos curtos, mas é certo que tem espaço para todos, pois o mercado tem muito a crescer.”
Wagner Veiga:”Ainda não é o repasse da plataforma a maior fonte de renda dos Tiktokers.
O principal dinheiro vem do mercado publicitário, mas não tenho dúvidas que a monetização no TikTok será uma fonte de renda maior do que é hoje no futuro próximo.”
Conversamos também com a diretora de marketing da ONErpm, Iasmine Amazonas, que gerencia as equipes de marketing institucional e marketing artístico no país, para entender mais sobre o que a empresa tem feito dentro da plataforma para impulsionar seus lançamentos.
Iasmine Amazonas: “Desde o primeiro momento percebemos a potencialidade estratégica da plataforma. A usabilidade descomplicada e a capacidade de rápida viralização foram fatores que sempre nos chamaram atenção.
Nós acreditamos muito no crescimento do TikTok como recurso de promoção musical. A ONErpm é parceira da empresa ByteDance e, com o tempo, essa relação só fez melhorar os resultados do trabalho feito em conjunto.”
Iasmine Amazonas: “Nós temos um departamento interno próprio para criar planejamentos, executar e analisar campanhas feitas em conjunto com o TikTok.
Em 2019, nosso CEO, Emmanuel Zunz, nos deu a missão de criarmos uma equipe especializada em comunicação com os fãs dos artistas, daí saiu o departamento de D2F (direct-to-fan) que une a expertise de anúncio, criação de conteúdo, ação com influencers e projetos especiais com plataformas. Com isso, a gente consegue aproveitar as oportunidades do TikTok no tempo certo e com mais assertividade.”
Iasmine Amazonas: “O ECAD é uma instituição necessária para o mercado musical e o acordo fechado com uma plataforma do tamanho do TikTok é super importante para todos nós. É necessário que todas as plataformas estejam regulares na cadeia completa da música (Distribuidores, Selos, Editoras, ECAD…) para que a rentabilização dos conteúdos produzidos seja feita de maneira correta e justa a todos àqueles envolvidos. Artistas, compositores e editoras musicais serão beneficiados e, por isso, a gente está acompanhando de perto o desenvolvimento dessa relação.”
Iasmine Amazonas: “Dentre os lançamentos de nossos artistas que fizeram sucesso no TikTok, destacamos o Vytinho NG & MC Bianca – ‘Tudo No Sigilo’, Niack – ‘Na Raba Toma Tapão’, MC Angel – ‘Eu Nunca, Eu Já’, Bonde R300 – Oh Nanana (remix), Kawe e MC Lele JP – “MDS” e Kevin O Chris – “Tipo Gin” que movimentam, juntos, cerca de 8,4 milhões de produções e mais de 3,5 bilhões de views.
Para além dos challenges, a plataforma tem oferecido outras formas de promover um lançamento, seja na utilização dos recursos, como a monetização através de Livestreams ou uso da música no TikTok Sounds, seja pela criação de projetos especiais em parceria com a ONErpm para destaques diferenciados.”
Iasmine Amazonas: “O mercado da música está mudando a passos largos, por isso nossa adaptação é rápida e constante. Artistas que antes não tinham como acessar o grande público, hoje podem ter.
O aparecimento dessas plataformas movimentou um segmento de criadores que só existia no YouTube e que mostra outras perspectivas de um lançamento musical. Essa nova forma de exposição só tende a se intensificar, por isso a ONErpm está sempre criando guias no blog, newsletter e social media e promovendo eventos, aulões e mentorias digitais para artistas, selos e equipes compartilhando tudo o que a gente está aprendendo com o mercado.”
Iasmine Amazonas: “Entender o diferencial de artista é extremamente valioso na hora de se mostrar para o público, especialmente no meio digital onde tudo é instantâneo. Será através desse diferencial que os fãs conseguirão se identificar, consumir e desejar mais.
Cada canto do digital tem um guia de melhores práticas disponível de forma gratuita, mas de nada adianta segui-lo de forma vazia, ou seja, fazer por fazer.
O ideal seria primeiro reconhecer suas particularidades que o diferenciam dos outros, montar um conceito, depois um planejamento, começar a executar de forma estratégica e analisar tudo isso depois. Assim, com o tempo, o mundo digital deixa de ser somente uma vitrine e passa a ser, realmente, um ponto de contato com bons resultados.”
“Conheci o TikTok na pandemia, e quando vi comecei entrar todos os dias, tinham dias que eu ficava ali por horas. o algoritmo faz eu me sentir acolhida e sabe exatamente qual é o meu senso de humor, o que eu procuro ver, o que é muito raro em uma rede. comecei fazendo tiktoks de trends brasileiras, por diversão mesmo.
Depois, alguns vídeos cantando, que renderam bastante. hoje eu uso para mostrar a minha rotina, influenciar as pessoas a construírem dias mais saudáveis. acho que o tiktok funciona encontrando nichos, e cabe ao criador achar o seu.”, conta Clarissa, que além de cantora é influenciadora, recentemente ela lançou o EP com seu nome
“Foi interessante quebrarmos a barreira com o TikTok porque víamos a rede como um lugar de “dancinhas, coreografias e dublagem”, porém encontramos que ali tem espaço para todo tipo de conteúdo. Nos sentimos desafiados a criar conteúdos que tentam menos ser outras pessoas e tentam ser mais nós mesmos.
Acho que ali no TikTok sentimos que o orgânico, o real, é muito valorizado. acho que a plataforma tem um mérito para a democratização de vídeos e do conteúdo digital.
Porém, nesse sentido, sentimos dificuldade de ver ela como ferramenta de trabalho. E como nós usamos nossas redes sociais em grande parte para promoção de nosso serviço, nossas músicas, nossas produções e nossos vídeos, fica um pouco complexo pensar como tratar disso na plataforma. Não estou dizendo que não é possível, até porque realmente tem público para tudo lá dentro. Mas fica mais difícil.
Acho que posso complementar dizendo que o que eu achei mais massa do TikTok, e que serviu de aprendizado, foi perceber que quanto mais natural a gente é mais a gente comunica com as pessoas. Vi vídeos bombadérrimos que na real eram super simples, sem uma super produção ou cuidado estético etc, achei isso legal porque torna o processo bem menos complexo sabe?
O foco ali tá na mensagem e não necessariamente na roupa que você tá usando ou no cenário etc. E ainda tem o fato de que o engajamento do tiktok é muito mais justo.”, conta Luê, que ao lado de Mateo compõe o duo Baby
“Apesar de ter nascido com a síndrome do underground nas veias – e com ela uma certa resistência às novas tendências – eu também sempre acreditei que a música – a arte no geral – varia conforme as tecnologias de comunicação se transformam.
Quando apareceu o TikTok fiquei extremamente interessado em saber qual era essa plataforma que estava conectando tão rapidamente tantos jovens pelo mundo. Confesso que no primeiro momento não entendi – minha cabeça estava acostumada a outras redes – porém bastou nem 5 minutos de uso da plataforma e entendi completamente.
É uma rede muito envolvente com um ar de despretensiosidade (apesar de uma mega produção em vários conteúdos) que tem uma dinâmica mais imediata e um algoritmo que entrega o conteúdo independentemente se o produtor de conteúdo tem muitos seguidores – você tem mais facilidade de viralizar do que em outras redes – e isso é muito entusiasmante pra quem é artista e precisa das redes sociais como palco.
Ainda sinto que há uma resistência à plataforma de pessoas 30+, porém é questão de tempo, pois o novo sempre vem.”, reflete Sebastianismos
“Cada rede social tem a sua particularidade, e o Tiktok não é diferente. O que tentamos fazer é aproveitar o máximo que a plataforma oferece, principalmente em relação ao conteúdo. Uma das partes mais legais do TikTok é que as ideias vão se renovando, qualquer vídeo pode virar uma “trend”, e os vídeos que são feitos a partir deste, seja como dueto ou somente com a utilização do áudio, acabam gerando novas ideias que vão se impulsionando.
É claro que esse processo é muito rápido e temos que saber aproveitar, esse é um dos desafios. Em relação à música, a plataforma é muito viva, há muito conteúdo para explorar e ideias para aproveitar. Muitas das ideias que usamos vieram simplesmente de usar a plataforma e achar um vídeo interessante.
Duetos com grandes e pequenos artistas sempre foi uma das coisas que mais gostamos de fazer. Propor duetos também foi muito interessante, onde “chamamos” as pessoas para cantar nossas músicas conosco,algo comum na plataforma. Covers e improvisos em cima de outras canções também tem muita visibilidade, mas notamos que músicas autorais mesmo de artistas pequenos também tem muita abertura.
Difícil dizer o que deu certo e o que deu errado porque o mesmo tipo de conteúdo pode performar bem em uma semana e mal na outra e tem muita coisa envolvida nesse tipo de comportamento. O que temos feito é tentar estudar mais e sempre melhorar o que está ao nosso alcance. Uma das coisas que mais gostamos de fazer é musicar memes e outros vídeos engraçados. É um processo que muitas vezes dá mais trabalho, mas é muito divertido. Eu duvido vocês não gostarem do nosso vídeo sobre a Camilla de Lucas e os 40 mil.”, comenta Guilherme, da banda carioca Sound Bullet
“Como várias outras pessoas, eu entrei na onda do TikTok na pandemia. Tava num ritmo acelerado de produção antes e me senti muito vazia no isolamento, então decidi brincar um pouco. Sempre quis seguir uma linha voltada pra música de alguma forma, mas não necessariamente tocando, porque queria algo diferente, algo que me motivasse.
Meu primeiro ano foi super flopado. Comecei fazendo algumas “dublagens”, que são na verdade interpretações, de trechos falados de músicas conhecidas, como o começo de “Amor Proibido” do Cartola e “Menina Mulher da Pele Preta” do Jorge Ben (Pedrinho vai ser papai…). Depois que vi que era mais difícil hitar do que eu pensava, fiquei só brincando com coisas aleatórias, atirando pra tudo quanto era lado.
Até que agora, em 2021, uma amiga cantora, a Carla Sceno, bombou falando sobre signos. E eu fiquei “poxa, tô aqui tem um ano e não consegui nada, agora eu preciso mudar de estratégia”. Eu via que vídeos mais explicativos, contando histórias e curiosidades, davam bastante certo.
Daí lembrei do Luma&Sons, um quadrinho que eu fiz no Youtube falando sobre LPs que possuo. Adaptei pro TikTok e comecei a contar curiosidades da música. O primeiro que eu fiz foi falando sobre o lançamento do Black Keys. Depois pensei melhor…Deveria falar só sobre música brasileira. Não conhecia ninguém fazendo isso no TikTok ainda.
No terceiro vídeo a coisa já começou a deslanchar e rapidamente atingi 10k de seguidores. Atualmente não estou conseguindo manter uma boa frequência de vídeos como deveria pois é um processo trabalhoso de pesquisa, gravação e edição, e mesmo assim continuo ganhando seguidores e likes todos os dias. As pessoas gostam muito do meu jeito, a forma como eu conto as histórias, recebo muitos comentários bacanas sobre isso.
Tenho que pesquisar muito bem sobre o que vou falar, pois qualquer escorregada o pessoal já cai em cima. Os comentários viram um verdadeiro debate. Hoje já vejo algumas outras pessoas abordando assuntos parecidos e fazendo vídeos com a mesma pegada. Logo que eu comecei o Celso Haddad, que faz o podcast Fofocas da MPB, começou a fazer também e algumas pessoas até perguntaram se a gente combinou alguma coisa, mas foi coincidência. Até conversamos por DM no twitter sobre isso. Já me instigaram a fazer um podcast sobre também, mas não faz sentido, o do Celso já supre, e eu também tenho um outro de entrevistas. Gosto muito dessa parte de comunicação e o TikTok me deu a oportunidade de ter o gostinho de ser apresentadora pra um público imenso que só tem crescido na plataforma.”, conta Luma Schiavon sobre sua experiência na plataforma
“Setembro de 2020, eu estava com dois singles lançados, “Escolha” e “Luz do Som”. Naquele momento, números de artista iniciante, poucos ouvintes, poucos seguidores em redes sociais e no meu canal do YouTube. Tudo isso mudou rapidamente quando tomei uma simples decisão: entrar no TikTok. No começo estava muito relutante porque não fazia ideia de como era e tudo que ouvi falar da rede era que as pessoas faziam dancinhas e memes de adolescente. Então até realmente entrar, fiquei talvez um ou dois meses lutando contra a ideia.
Quem me ajudou muito foi meu agora parceiro e consultor de marketing, André Khaled, que na época percebeu o crescimento exponencial da plataforma e que havia bastante procura na área artística, poucas pessoas expondo seus trabalhos lá de forma regular e séria. Depois do conselho de André, entrei e postei quatro vídeos que já havia produzido para outras redes.
Nos primeiros dias tive quase nada de visualizações e pensei que talvez não fosse para mim. Até que no quarto dia após postar, um vídeo de 15 segundos cantando acapella viralizou. Eu fiquei chocado na velocidade em que aconteceu e no quanto as pessoas se conectaram com a minha expressão artística. Daí, começaram a pedir que eu interpretasse outras músicas que elas gostam e eu respondi em vídeo e não parei mais.
Confesso que entrei na plataforma sem praticamente nenhuma referência. A maior referência que eu tive foi a cantora Alexia Evellyn, que já tinha uma base grande de fãs por lá e foi a única artista que conheço que estava já na plataforma performando bem com sua própria arte. Vi outras pessoas que conheço que já estavam lá faz tempo mas não tinham ainda usado a plataforma para expor exatamente o que fazem, mas sim, seguindo trends e fazendo dancinhas. E aí você vê que não performavam nem cresciam.
Percebo que a plataforma abre muitos leques para além de seguir dancinhas e trends e as pessoas entram com uma ideia errada de que tem que se adequar a esse estilo. Na verdade, tem criadores dos mais diversos, desde pessoas que fazem vídeo de curiosidades científicas (com fontes e pesquisa séria), a quem fale de política, pessoas indígenas mostrando suas rotinas e quebrando a ideia de que indígenas não podem usar tecnologias, a pessoas pintando, recitando poesia, falando sobre filmes. Enfim, cabe tudo, sobretudo quando a pessoa é sincera e busca se comunicar e expandir seus conhecimentos.
Com a viralização dos meus conteúdos na plataforma, me animei para produzir mais e mais. Até que tive a ideia de fazer vídeos acapella cantando em formação de três vozes, em coro. E obtive muito sucesso nessa ideia, tanto que pediram muito para que lançasse nas plataformas digitais, youtube, etc. Assim o fiz e são as músicas que tenho maior número e me geram maior renda no digital.
Fora os acapella, lancei dois outros singles, que divulguei desde o pré save até o pós lançamento, e obtive ótimos resultados com essa exposição e chamada para ação no TikTok. É uma das estratégias mais fortes que uso para impulsionar o digital, porque é orgânica. A grande parte das pessoas que vêem meus vídeos chamando para conhecer a música ou fazer o pré save se converte em ouvintes e admiradores do trabalho. Faz com que tudo chegue muito mais longe do que a gente imagina.”, relembra o gaúcho Thomé que paulistano têm se destacado com vídeos ‘destrinchando’ harmonias de músicas como ‘Partilhar’, de Rubel, e ‘Bohemian Rhapsody’, do Queen
Os vídeos neste estilo, inclusive, chegaram a Thomé por meio de artistas como Jacob Collier. “Ele faz um coral gigante cheio de harmonia incríveis, mas eu acabei transformando esse formato em algo mais enxuto, com três vozes e todas aparecendo na tela, na vertical. Isso realmente eu não tinha visto. Agora estou fazendo vídeos onde monto a harmonia vocal voz por voz é esse é um formato que conheci dentro da plataforma”, conta o cantor que já soma mais de 4 milhões de visualizações nos vídeos acapella de ‘Anunciação’ e ‘Eu Só Quero Um Xodó’. “Foi tão grande o sucesso que postei as versões nas plataformas digitais, como deezer e spotify, porque tive muitos pedidos para fazer isso”, finaliza.
“Acho que “robabrisa” rolou bem no TikTok por alguns motivos diferentes. Primeiro por ser a canção mais pop/acessível que a gente já fez, com ritmos e grooves mais leves e marcantes, o que ajuda a alcançar um público maior e de diversas idades na plataforma, o que conta muito. E também o fato de ser uma letra bem direta, meio engraçada, sobre acontecimentos de rolê, de amizades – você consegue se identificar com essas situações.
Mas eu acho que o TikTok tem espaço e pode melhorar muito ainda seu modelo, para os músicos de um modo geral serem ainda mais importantes dentro da plataforma.
Há espaço parar descobrir novos artistas que não são necessariamente produtores de conteúdo numa escala quase insana (e muitas vezes produzindo materiais que não são artísticos).
É difícil produzir pensando no que vai dar certo, se determinada música vai funcionar como um bom background de vídeos de amenidades e etc.”, comenta a banda Cigana, de Limeira (SP)
“Assim que criei a conta no TikTok, ele esfregou na minha cara que sou um velho. Assim, minha reação inicial foi me afastar desse choque de realidade.
Porém, com o lançamento do meu primeiro single, pensei que não faria mal divulgar por ali também. Desde então, venho me afeiçoando pela plataforma, embora ainda não tenha cruzado com nenhum perfil musical que realmente despertasse meu interesse.
Aliás, acho que o TikTok estimula demais a repetição do que está bombando. O conteúdo criativo existe, mas é minoria. Comecei apenas replicando o que postava nas outras redes sociais, agora já estou me arriscando a surfar algumas trends que adapto pro contexto musical e depois exporto pro Reels.
Também posto uma série tosca ouvindo meus discos favoritos e cantando junto enquanto lavo louça. Obviamente, não dá audiência! Mas, por enquanto, estou em fase de reconhecimento do território.
Enfim, ainda busco encontrar alguém fazendo algo diferente com música e, talvez, uma identidade que faça eu me sentir mais confortável por ali, pois ainda tenho a sensação de que entrei de penetra na festa…”, diz o paulista responsável pelo projeto el escama
This post was published on 5 de outubro de 2021 11:52 am
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