Rosa Neon entrevista Kdu dos Anjos, artistas se apresentam juntos no Festival Sarará

O tradicional Festival Sarará, de Belo Horizonte (MG), acontece neste sábado (29/08), em uma versão digital mas nem por isso menos emocionante. Apostando em uma experiência musical o festival terá início às 17:30 horas terá transmissão online de shows e performances, festa de música eletrônica, diversos ambientes para interações e algumas surpresas, como encontros online com os artista. Entre eles a participação da Rosa Neon em show especial dividindo o palco com o rapper Kdu dos Anjos.

Com programação gratuita você poderá participar e interagir através do site oficial (festivalsarara.com.br).

A Experiência do Festival Sarará

“A entrada para o ‘Mundo Sarará’ se dará pela plataforma digital do festival. Como nos encontros presenciais, o público poderá transitar por diversos ambientes, conhecer pessoas e ter diferentes experiências. Para guiar, haverá um mapa interativo, indicando os caminhos por onde seguir para vivenciar o festival. Será possível escolher entre assistir aos shows do palco principal ou, por exemplo, curtir a pista de música eletrônica da Tenda Despertar em uma sala de interação exclusiva

Haverá também um cantinho para encontros e paqueras: o Espaço Conectar. Esse também será o local certo para aqueles que gostam de caprichar no figurino. Para os fãs dos artistas, há uma surpresa: a possibilidade de um encontro online no Camarim. As pessoas devem se inscrever e entrar na fila para participar de uma videochamada com os grupos. Os nomes serão sorteados no dia 24.

Interatividade

Um mural interativo vai permitir que participantes insiram dicas de lugares para visitar e frequentar em Belo Horizonte, criando um guia secreto numa seção que exalta a cidade. Em outro espaço, uma linha do tempo vai convidar o público a passear pela memória do Sarará, relembrando os shows, encontros e festas das primeiras seis edições. 

O festival ainda vai contar com uma praça de alimentação. A versão digital do tradicional Salarica terá opções de restaurantes que entregam comida em casa e um bar digital, com os melhores preços de Devassa e de outras bebidas. O público ainda ganha desconto de R$6 na taxa de entrega. Já o Mercado Sarará terá itens exclusivos do festival, entre eles, máscaras fabricadas à mão.”, conta o release oficial

O Line Up

Realizado direto do Estádio do Mineirão, o festival contará com shows de Fenda convida Karol Conka, Rosa Neon convida Kdu dos Anjos, Lagum, além de Coyote convida Iza Sabino, Hot e Oreia, Black Alien, Sidoka e DJONGA.

A programação conta também com performances de dança da Lá da Favelinha, que serão realizadas no círculo central do gramado do Mineirão. O público ainda poderá curtir uma pista de música eletrônica da festa 101Ø, numa sala de interação exclusiva. A apresentação será especial: a artista multimídia e ativista Linn da Quebrada é quem vai comandar a cerimônia. O festival garante que as medidas de prevenção ao coronavírus para os participantes será respeitada. O festival tem apoio da Natura e de uma cervejaria.

Ajuda na Linha de Frente

A programação será totalmente gratuita, contudo o Sarará irá receber doações para o movimento Música pela Música. Idealizado pela A Macaco em parceria com a banda Lagum, o projeto tem como objetivo arrecadar fundos para musicistas e DJs que vivem de performances musicais em Belo Horizonte. 200 artistas estão cadastrados para receber as doações.

O público do festival pode contribuir com valores a partir de R$10. O objetivo do movimento é dar amparo para profissionais que têm a maior parte da sua renda proveniente de performances musicais. 


Rosa Neon e Kdu dos Anjos se apresentam juntos no Festival Sarará

Rosa Neon Entrevista Kdu dos Anjos

Hoje vai ser um pouco diferente, abrimos o espaço para a Rosa Neon entrevistar o Kdu dos Anjos para falar sobre mensagem, momento da carreira, missão como líder comunitário e seu rap plural.

Qual você acredita ser a mensagem principal do seu trabalho?

Kdu dos Anjos: “Acho que uma mensagem do meu trabalho é o protagonismo do jovem de periferia que traz essa estética mesmo quando a temática da música é romântica ou algo que não esteja ligado à periferia. Mas é uma história de um jovem de periferia que está fazendo arte, então acho que passa muito por isso a roupagem da minha música.”

As experiências(condições) que o Brasil proporciona são favoráveis a sua arte?

Kdu dos Anjos: “Eu não me sinto representado pelas políticas públicas. Por mais que hoje em dia a Favelinha consiga acessar alguns editais e prêmios, eu sinto que é uma política pública que não é feita para quem de fato tá na linha de frente dos trabalhos, principalmente falando de periferia.

Então, eu não me sinto nem um pouco representado pelo estado. Muito pelo contrário, tudo o que eu faço é na contramão. Hoje em dia a gente tem acesso a essas políticas públicas, mas, com 5 anos de Favelinha, a gente vendeu artistas, vendeu roupa, vendeu evento, vendeu ideia, vendeu palestra, e isso representa a nossa autonomia. Eu quero a grana do estado, mas se ano que vem eu não tiver nenhum edital, eu não vou parar de trabalhar, saca?”

O que você diria que a missão como líder comunitário trouxe para a sua música?

Kdu dos Anjos: “A minha música pós lideranças comunitárias, eu sinto que é outra. Eu acho que é uma música mais madura, mais sensível. Mas, ao mesmo tempo, eu tô com muita essência no que eu sempre quis fazer e tive que ter uma interrupção, um hiato para cuidar da favelinha.

Mas eu sinto que traz um peso da maturidade mesmo, de novas vivências, de mais estrada, mas não muda muita coisa também, não. Eu acho que na música eu continuo bem, o que eu consigo fazer hoje em dia, eu sempre quis fazer. Mas, por cuidar da favelinha e dessas demandas, eu dei uma pausinha, e hoje em dia na fé do pai tá rolando.”

O que você ainda gosta do Kdu de antes?

Kdu dos Anjos: “O que eu amo do Kdu de antes ainda é essa molecagem, essa vontade de falar coisas que talvez às vezes nem soam como comerciais mas sempre sinceras e sempre falando o que dá na telha.

Eu sou muito falante, eu acho que no meu rap eu trago isso também. Eu trago bastante viagens e, ao mesmo, tá falando de amor, e ao mesmo tempo tá falando de política e do cotidiano da periferia. Isso eu acho que é muito o Kdu menino que queria fazer rap.”

Anos atrás, você interrompeu a sua carreira musical para poder focar 100% no projeto que veio a se tornar o “Lá da Favelinha”. Como foi internamente tomar essa decisão de renunciar algo importante pra você para dar vida a algo maior pra todo mundo da sua quebrada?

Kdu dos Anjos: “Eu sempre soube que dar essa interrupção na carreira era algo saudável porque, por mais que eu quisesse sempre muito tá cantando e tá ali na linha de frente da música, essa produção da favelinha, eu sabia que era essencial naquele momento.

Eu sempre falava “ah, daqui 30 anos eu posso tá cantando ainda, basta tá vivo e ter voz”, eu só não sabia que ia ser tão rápido. Com quase 5, 6 anos eu ter essa oportunidade de voltar. Mas rolou, voltei, e eu tô muito grato e feliz disso tá acontecendo.”

Apesar do rap ter sido o seu ambiente nativo, o seu trabalho tem sido muito influenciado por outros gêneros musicais, inclusive no disco novo. Fala um pouco disso?

Kdu dos Anjos: “Nesse disco novo a gente tem muita experimentação de outros ritmos. Por fim, eu reconheci que o que eu escrevo é rap. As músicas, o formato, são todas rimadas e tal, mas a execução mesmo de tocar tem muita influência da mpb, do funk, de outras músicas eletrônicas que dialogam com o rap, como o trap, o miami, o afro house, dancehall e por aí vai. Então ficou bem brazuca, pode dar essa carimba de música brasileira que funciona bem para esse trabalho.

Eu queria agradecer a oportunidade de tá participando com Rosa Neon, a nossa imersão tá bem legal. Eu devo tá com umas 10 músicas prontas em andamento com Marina Sena, e a gente dá uma palinha dessa aí no sábado, no Sarará. Vai ser bem legal. Viva Rosa Neon e viva a música independente Belo Horizonte.”

Festival Sarará Digital

Programação: Fenda convida Karol Conka, Rosa Neon convida Kdu dos Anjos, Lagum, Coyote convida Iza Sabino, Hot e Oreia e Black Alien; Lá da Favelinha, 101Ø
Apresentação: Linn da Quebrada
Data: 29/08/2020
Horário: 16h
Local: www.festivalsarara.com.br
Doações: www.sympla.com/sararadigital
Outras informações: www.instagram.com/festivalsarara

This post was published on 28 de agosto de 2020 2:09 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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